segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Triste realidade dos usuários do SUS( Sistema Único de Saúde)


           A  televisão aberta é o canal de comunicação com maior abrangência nacional entre as classes populares, já que  o seu custo mensal é apenas a energia consumida e que  não é alto. Apesar de muito criticada pelos intelectuais, tem também os seus pontos positivos, como   os telejornais, filmes,  programas de  entretenimento, principalmente  em finais de semana,  em que os filhos  estão em casa e muitos  pais não dispõem de  dinheiro para levá-los para passear, e infelizmente, este é o único lazer de muitas crianças. Apesar do excesso  de noticias  violentas nos jornais diários, vez ou outra, acontecem boas entrevistas com profissionais da saúde e eles são unânimes ao condenar a automedicação; São palavras ao vento diante da  realidade dos pacientes que dependem do  serviço de saúde pública, que tem lá a sua  parcela de responsabilidade  na continuidade desta prática em virtude precariedade de seu atendimento.
          Ao  fazer a carteirinha  na Unidade de saúde do bairro, os pacientes acreditam  no fim de seus  problemas de saúde. Ledo engano! Inicia-se aí, uma longa  espera, a começar para marcar a consulta, porque as regras de alguns  postos  são duras: agendar pessoalmente, normalmente na quinta-feira, pela manhã. Esperam-se meses para serem atendidos, e dependendo da especialidade, principalmente se for apenas estética, anos. As emergências são atendidas nas UPAs ( Unidade de Pronto Atendimento), que  de pronto, somente o nome, o paciente tem que esperar horas para ser atendido, agravando os sintomas e o seu sofrimento.          Diante do descaso dos governantes com a saúde pública,  a população mais pobre não tem  outra alternativa, a não ser a automedicação nos casos mais simples, como gripe, resfriados, dores de cabeça  e nas costas  e também, o terror dos adolescentes: espinhas  no rosto.  Mães, avós, tias, madrinhas,  procuram,  não  o  tratamento adequado, mas aquele que os seus parcos recursos podem pagar; normalmente um remédio que tradicionalmente a família já faz uso ou, o pior, indicação de amigos. Nesta lista, encontra-se  um que está  no mercado há mais de noventa anos, o Elixir de Inhame Goulart, e é  um dos  campeões de venda em balcões de farmácia, principalmente no interior. É um  medicamento que inspira confiança porque nunca se ouvir falar que uma pessoa tenha se sentido mal após ingeri-lo e, na impossibilidade de ter o tratamento que todo cidadão merece, a única alternativa que resta é arriscar já que a tradição diz que é depurativo do sangue, e se o sangue está limpo, as doenças mais simples, desaparecem.          Infelizmente, em pleno século XXI, a automedicação ainda é uma realidade  brasileira. Apesar dos altos impostos pagos pela população,  o retorno em saúde pública não atende às necessidades da população, e esta, por extrema necessidade, é obrigada  a colocar a sua saúde em risco comprando remédios sem receita médica em balcões de farmácia, na esperança de aliviar os sintomas, porque a cura, somente com diagnósticos precisos feitos  por médicos comprometidos com a qualidade de vida de seus pacientes.Atendimento  médico com qualidade, é direito do cidadão, mas no momento, é apenas um sonho distante, palavras  ao vento, em discursos  de candidatos em ano eleitoral.





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