- Neste início de primavera, ao amanhecer, quando os pássaros começam a cantar, uma leve brisa balança as folhas das árvores e fazem tremular as cortinas, das janelas abertas, mesmo com o risco de entrada de um intruso,o trabalhador finalmente consegue pegar no sono, refrescou, mas, antes que ele comece a sonhar, toca o despertador e ele salta apavorado da cama, sonolento, cansando, corpo suado. Independente da onda de calor que assola o Brasil, para botar comida na mesa, ele engole apressado um gole de café requentado, se aperta dentro do ônibus e, finalmente chega ao trabalho.
- Assim, repete-se a rotina todos os dias. Faminto, sonolento, cansado, não consegue cumprir com as metas estabelecidas, o medo de ser dispensado ronda seus pensamentos, as relações entre empregados e superiores ficam tensas e, quando não é o aviso prévio que chega, é a licença médica por esgotamento nervoso e ainda nem chegou o verão 2023 nos trópicos
quinta-feira, 28 de setembro de 2023
Onda de calor
domingo, 17 de setembro de 2023
Fragilidade emocional
À beira dos 80 anos de idade, mesmo
tendo passado por inúmeros processos de
cura, toda vez que tenho que tomar uma
decisão, que irá interferir na vida de
outras pessoas, o velho nervosismo vêm à tona,
e eu me torno aquela menininha frágil que mendigava afeto dos genitores,
e que se humilhava, trabalhava feito uma
mula de carga, sofria todas as injustiças apenas para ser notada. Quase oito décadas, anos de terapia, dezenas
de livros de autoajuda, palestras e apenas consegui adormecer á frágil criancinha.
Admito que investi tempo e dinheiro em meu fortalecimento interior, porém, percebo
que consegui apenas uma aparência de fortaleza. Sabe aquela história
da carroça vazia, na qual o pai diz ao filho que ela está fazendo muito barulho porque está
vazia e completa: assim são as pessoas, quanto mais vazias, mais
barulhentas, os fortes são silêncios,
focados, mostram o seu valor e ganham respeito pela competência profissional e
sabedoria em suas decisões e
relacionamentos.
O que estou me perguntando é: porque eu não consigo me silenciar, falar
apenas aquilo que precisa ser dito, intrometer menos na vida dos outros, ser mais educada? Hoje tenho uma reunião familiar e terei que fazer um comunicado importante de
uma atitude que tomei perante à família, estou nervosa, com diarréia, vômito,
roendo unhas, como uma adolescente que vai fazer uma prova final, na qual
precisa tirar nota 9, para poder
continuar com o namorico. Eu tenho bens materiais, boa renda mensal, não
preciso financeiramente de ninguém, e não consigo me libertar desta fragilidade
que consome os meus dias.