quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Janeiro Vermelho/2019

                           
           Em 22 de abril de 1500, naus portuguesas atracaram em  terras  virgens habitadas por povos que viviam em harmonia com a natureza, desprovidos da cultura capitalista de acúmulo de riquezas e neste encontro de duas culturas diferentes,  a terra madre ficou encharcada de sangue dos nativos. Quinhentos e dezenove anos depois  há a iminência  de um novo genocídio e a pátria amada, novamente beber  a seiva de seus filhos.
          Com o slogan: Sangue Indígena. Nenhuma gota a mais, encerra-se neste dia 31 de janeiro de 2019  as atividades do #JaneiroVermelho. Durante  o primeiro mês do ano, foram realizadas em todo território nacional uma série de ações visando denunciar as  crescentes ameaçadas  sofridas  pelos indígenas e mobilizar a sociedade brasileira  em prol daqueles que são os verdadeiros donos da terra.
          Os modos  tradicionais de vida dos  povos  nativos do Brasil beneficiam todo  o planeta porque protegem às florestas, à biodiversidade e demais riquezas naturais. Abraçar a causa indígena é abraçar a vida!

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Combinação infeliz




          É de consenso geral que a má formação escolar condena o indivíduo ao fracasso profissional. Verdade seja dita, as Instituições de Ensino não podem arcar sozinhas com esta  responsabilidade porque  a persistência é um fator preponderante para o sucesso na carreira. Se há um objetivo e determinação o candidato  busca  aprimoramento pessoal e não poupará esforços para alcançar o  alvo, mas quando a deficiência alia-se ao comodismo, insegurança, complexo de inferioridade e desânimo o destino de carestia já está traçado e não há força  capaz de fazer chegar ao topo, aquele que se recusa a caminhar.
          A vida acadêmica de Tammy  é um bom exemplo. Cursou o ensino fundamental em um escola de reputação duvidosa, e por ficar muitos anos ausentes dos bancos escolares,  terminou sua educação básica em uma escola para adultos, a mais barata e com fama de P.P. ( pagou, passou)  e como esforço não é uma de suas qualidades, nem sequer arriscou a prestar vestibular em uma  universidade pública. Sonhar alto, desejar muito e trabalhar pouco são os traços marcantes de sua personalidade, sua graduação foi feita em universidade popular, sem muito esforço e com pouco dinheiro.
          Graduada, sonhou em alcançar altos postos de trabalho,  sem se preocupar em corrigir as falhas de sua formação. Embora vislumbrasse o topo da montanha,  procurava   trabalho  na  planície, onde não se destacou, apenas acumulou fracassos. Na vã tentativa de melhor a sua situação financeira, dedicou-se a prestar concursos públicos, mesmo  dispondo de tempo, não estudava, e consequentemente, nunca conseguiu uma boa classificação e uma nomeação, findando seus dias em  um subemprego, infeliz e pobre porque   sonhou muito e lutou pouco, combinação perfeita para uma vida triste e de muita carestia.

sábado, 26 de janeiro de 2019

O peso dos anos




          Um dos maiores erros de algumas mulheres que se intitulam modernas e independentes  é dedicar-se demasiadamente ao trabalho e negligenciar a família e as amizades. O trabalho  remunerado  é temporário. É uma fase necessária porque dele se tira o sustento e garante a aposentadoria que  permite ao segurado,  esperar  pela última viagem com tranqüilidade financeira. Parentes e amigos são necessários para ajudar a preencher  o vazio existencial  oriundos  da falta do labor.
          Com a alegria da aposentadoria, vem o ócio e com ele a solidão. Diante do  espelho, o fiel amigo das mulheres, com lágrimas a escorrer pela face enrugada elas observam as marcas dos anos até então despercebidas, rosto envelhecido, olhos  tristes e vazios, lábios finos e amargos, mãos ásperas, seios flácidos, barriga protuberante, estrias, varizes, celulites  e corpo enrijecido  pelo peso dos anos.
          Neste momento íntimo em frente ao espelho, sem a possibilidade de voltar ao passado para corrigir os erros, procura  identificar um pequeno vestígio de sua juventude: pele macia e rosada como o pêssego, mãos delicadas e sorriso  alegre que atraiu a atenção de tantos pretendentes, com os quais poderia ter construído  uma  família. Em sua mente vem um pergunta: Será possível ainda  construir relações sólidas de amizades? Por onde começar?


quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Lamento



          Feliz é aquela mulher que ao longo dos anos,  permite  transformações e adaptações em seus sonhos de juventude, e trilhando em outras veredas, amplia seus horizontes, luta bravamente e sabe levantar após as derrotas.
          Infeliz  é aquela que  ocupa  sua mente com pensamentos  negativos e deixa o coração transbordar de mágoas e ressentimentos, criando uma ligação desagradável com as pessoas de seu convívio.
          Triste é a sina daquela que desconhece a solidariedade humana, coleciona angústias, desacredita nos  jovens e exalta suas falhas e perspectivas de  um futuro  de fracassos e derrotas.
          Amargos são os dias daquela que não tem um Deus a acreditar e se apoiar, que duvida dos progressos da ciência, sonha com uma vida  confortável  e  não é capaz de lutar para transformar  o cinza de sua vida no verde da esperança.