Paralizada

                            Pergunte o que há dentro de mim que eu responderei de pronto – o vazio existencial - o vazio  corpo e da alma-   e não sei como explicar porque me sinto assim, que não consigo deixar adentar dentro de mim a beleza da vida, o carinho das pessoas e sabedoria divina.  Tudo está ao meu lado, o bem e o mal, o feio e o bonito, certo e o errado e eu sequer consigo analisar o que devo absorver ou excluir. A vida segue o seu curso natural e eu aqui, estagnada.  O mundo oferece tudo e eu, paralisada até os sonhos, que antes, fervilhavam dentro de mim desaparecem como as tempestades de verão. Sonhos  que antes   eram  contidos apenas pela procrastinação crônica, a minha única e velha amiga  desde a mais tenra idade, até eles eu não consegui reter. A sensação que tenho é que quando morrem os sonhos, não resta mais nada. O último vestígio de sentimento dentro de mim é o medo da morte, da solidão eterna, se  em vida, não consegui interagir com as pessoas, serei capaz de fazê-lo  depois de morta?  Conseguirei interagir com os espíritos solitários  que vagam de túmulo em túmulo em busca de luz ou de vingança?

O peso da escolha errada

                      

                “Jurisprudência é o conjunto de decisões dos tribunais sobre temas parecidos.”  Ouvi a palavra e procurei a definição na internet, uma vez que hoje, o diálogo está impossível, tudo que se questiona, a resposta é sempre a mesma?: “ dá um Google” pois é, dei, porém, não ficou claro para mim a resposta porque não adianta a informação, se não há discernimento desta. Eu só quero saber se a pessoa maior de idade, que recebe do INSS o benefício BPC Loas, tem direito a receber pensão  alimentícia dos pais.  Continuei buscando informações e vejam o que encontrei: Súmula 358 do STJ – "O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos." E como eu vou saber o que é mediante contraditório? Agora que sinto na pele, eu entendo que não basta aquecer os bancos escolares visando apenas ser aprovado, é preciso  aprender a interpretação dos fatos. Passei pela escola em busca de notas e não de conhecimento e hoje arco com o peso da escolha errada.

Agradecimento

                       

Hoje é o dia que  tenho que agradecer uma graça alcançada e deixar meu testemunho do poder da oração e da sabedoria oriental que diz que a energia tem que estar  circulando, que  quinquilharias é energia estagnada. Acredite,  há quatro meses, estou a  tentar executar um serviço, no dia marcado, sempre acontecia um imprevisto e ficava para a próxima semana, quando me dispus a dobrar o joelho  e elevar o olhar ao criador, santos e meus ancestrais, e munir-me da vassoura e rodo, tudo saiu a contento.  Sou grata, sou grata, sou grata. Energia estagnada, pensamentos negativos, não duvido mais, realmente são  travas na vida das pessoas. Agradeço aos autores de livros e vídeos  sobre a tradição do feng shui, graças ao ensinamento  dos que já partiram, destravei a energia, deixei fluir. Com profunda gratidão, agradeço aos meus antepassados que me deram uma tradição religiosa para que eu possa buscar conforto nos momentos de desespero. Obrigada! Obrigada! Obrigada!

Falha da memória

1.               Não  há como negar! A memória  já está começando a falhar. Saí com o intuito de ir  ao Posto de Saúde, comprar pão e queijo; como estava  ameaçando garoar, levei o guarda-chuva. Não costumo  sair com o cartão de crédito  por precaução, temo sequestro relâmpago, para fazer transferências bancárias  e Pix e mais Pix, assim, levo  somente o dinheiro que vou gastar. Na padaria do mercado, o pão é a metade do preço, e o queijo mais caro, razão pela qual compro o produto na vendinha que fica em meu trajeto.  No mercado, calculei bem o valor da compra, para  sobrar o dinheiro, mas ao sair do  mercado, esqueci o guarda-chuva, por sorte, a caixa  é uma moça honesta e  me alcançou já na calçada, devolvendo-o. Gratidão!  Envolta em meus pensamento cheguei em casa sem o queijo.

Quem  já teve falha de memória, comente aqui

Um mico em meu caminho

      Hoje encontrei um mico, andando em uma cerca de arame farpado e na maior naturalidade, parecia que estava em um cipó, em meio à uma densa floresta. Bicho curioso, aproximou-se de mim, assim que eu posicionei o celular para a foto, ele saltou para o galho da árvore e subiu rápido, o foco ficou distante e, olhe que eu fui rápida no click. Na segurança do tronco da árvore, bem lá no alto, ele ficou  olhando-me,  esperei que ele descesse, mas o animal é esperto,  mante a distância segura. Visitar área rural, acontece esses encontros inusitados.  Quem sabe na próxima  vez, eu consiga um close.

Eu me comprometo a mudar

          

Não é a primeira vez que eu faço esta afirmação: vou parar de  procrastinar, vou transformar meus sonhos em realidades e para isto, eu apenas preciso  iniciar uma mudança dentro de mim, e do fundo do baú de minha alma, botar para fora meus medos, angústias, fracassos, preguiça e inveja. Esta limpeza profunda  eu devo começar sem demora, e é uma faxina pesada que não existe faxineira no mundo capaz de fazê-la por mim. Preciso da coragem para assumir minha idade emocional que está incompatível com a cronológica. Sou uma mulher adulta e devo ter voz ativa com a criança interior, medrosa e assustada que habita dentro de mim. Parar de ruminar meus  complexos de inferioridade e  deixá-los ir como folhas ao vento durante os vendáveis deverão. Chega de sofrer!

         É chegado o momento de colocar na balança todo o meu potencial criativo,  a experiência acumulada  ao longo décadas de vida. Despejar de dentro de mim, as crenças limitantes incutidas por outras pessoas, que me desacreditaram desde a mais tenra idade. Assumir para mim que sou capaz!

         Tudo que vivi pelo outro, para o outro, dará lugar ao que sonhei viver para mim,  por mim, quero fazer coisas pequeninas, porém prazerosas, como ir à baile e dançar a noite inteira, frequentar rodízios de pizza e comer até  sentir-se saciada. Quero viver a vida que grita dentro de mim  e não  a vida que  determinaram para eu viver. Não existe mais o chicote de meus pais, o peso da  tradição, eu posso e devo viver o que sempre quis.  Hoje vou me libertar das amarras do passado. Não desejo as  altura, como as águias, mas  caminhar a passos lentos, ler bons livros, libertar-me das amarras das redes sociais de conteúdos inúteis. Parar de perder tempo com coisas que sequer lembro que assisti ou  lí.  Quero segurar as rédeas da minha vida, errando, acertando, mas pensando com o meu cérebro e  sentindo com o  meu coração. Hoje, eu assumir que sou capaz, que posso viver a minha própria vida! Eu posso!Eu me comprometo a mudar e você?

Inutilidades na vida

                     

Pois é, estamos caminhando para os meados de abril de 2024 e eu deixando a vida passar agarrada às fofocas diárias das redes sociais e demais baboseiras  postadas por pessoas que têm a vida mais vazia e triste que a minha, com apenas uma diferença: hoje, eu tenho ciência que sou uma fracassada em todos os sentidos da vida, que viveu décadas mendigando afeto e não foi adiante profissional brilhante e bem remunerada,  não explorei todo o meu potencial, e eles, ainda acreditam neles, que são bons e capazes. Preciso  me livrar deste vício de ver coisas inúteis,  vã tentativa de preencher o meu vazio existencial.  Preciso focar em coisas úteis que beneficiem o maior número possível de pessoas, e  a mim mesma.

Medicação errada

                      Rosalina, a criada, observa silenciosamente as manobras da patroa, na tentativa de encurtar a vida  do esposo. Mantém o silêncio sepulcral porque precisa do emprego e não consegue provar na justiça as artimanhas da megera. Durante a última visita do geriatra, este  prescreveu  vitamina D, para tomar uma vez por semana, e não foi surpresa para a jovem, quando foi jogar fora o lixo da  cozinha, e lá viu a embalagem vazia, eram 4 comprimidos e fazia apenas quinze dias  da visita da compra da medicação. Ela está dando medicação exagerada ao paciente, que vive  em estado vegetativo no sofá da sala ou na cama de casal. Ver, ouvir, calar e rezar, somente isto que ela pode fazer. Quem acreditaria nela?

O fim de todos

                         

Como passar dos anos, percebo que a tristeza que sinto quando parte um parente ou conhecido para a terra dos pés juntos, o que me entristece não é a perda em si, mas a certeza que a fila está andando e minha vez há de chegar, e pode ser até mais rápido do que esperado. Acabo de saber que uma   moradora, de um condomínio em que reside acaba de falecer, enfarto fulminante, na orla da praia.

            Para os condóminos, será um alívio pois ela era proprietária de  dois aptos, residia em um e  alugava o outro  para complementar a renda e  não tinha planos de mudar pois gostava do local, e da praia, onde passava  todo o dia,  em companhia de sua cadelinha mimosa, que de mimosa não tinha nada, latia que nem uma desesperada, parecia que passava fome, porém, era  cuidada que nem uma rainha.

             A vizinhança e, principalmente o síndico, devem estar felizes com a passagem, claro que não irão admitir nem no pau de arara. A razão para tamanha felicidade consiste no fato de que ela era a  ‘mestra’ da intriga, calúnia e difamação. Eu, como já fui vítima da maledicência dela, nem ao enterro irei, só peço a Deus que receba a sua alma  e dê conforto aos familiares; com certeza, ela era importante para alguém e que o novo tutor da cadelinha, seja alguém responsável. Hoje foi ela e amanhã, quem será? Quero deixar claro que estou passando a minha vez. 

Quis o melhor e recebeu o pior

          

Agora eu entendo o histerismo de minha antiga  chefe, no quesito qualidade  de serviço. Caiu em minhas mãos relatórios de colegas, elaborados após a dispensa dela e sobre a direção de um homem, que  é um bom de conviver, mas no quesito qualidade, deixa muito a desejar.  Assim  é  rotina dos trabalhadores. Uns sabem conviver bem, porém, não sabem cobrar qualidade, outros, são intratáveis e sabem  exigir excelência  no  serviço oferecido. Sei que não sou uma pessoa caprichosa, o meu desleixo sempre foi apontado  por minha  mãe que, na ânsia de ajudar-me, acabou acentuado uma dificuldade minha que é primar pelo melhor.  Graças à antiga chefe, meus relatórios são impecáveis e  do que aprendi com ela, quero tentar levar por toda  minha vida, a busca constante pelo aprimoramento  em todas as minhas tarefas.  Confesso que fiquei  feliz quando ela foi demitida de  uma forma humilhante, mas hoje, com a decadência dos produto oferecido, reconheço que  ela foi injustiçada. Trabalhou pelo melhor e recebeu o pior.

Encontro com o filhote da cobra jiboia

                  

                 Rosalina estava decida a limpar o quintal de sua casa de campo porque com a queda de seu padrão de vida não tinha condições de pagar um profissional para fazer a limpeza necessária e fez o planejamento de trabalhar duas horas por dia durante as suas férias. Comprou uma enxada, fósforos  para queimar o capim e folhas secas e começou o trabalho, bem cansativo, dizia ela. Pode-se dizer, sem medo de errar que encontrou  coisas inesperadas como escorpiões, pererecas, várias espécies de formigas, besouros,  aranhas, lesmas, insetos e mais insetos, mas o encontro mais inusitado se deu em uma tarde de verão, quando se deparou com um filhote de cobra jiboia, que fugia da fumaça pela cerca de arame farpado. Se estivesse com o celular para tirar uma foto,  teria viralizado  na internet. Por onde anda a  pequenina, ninguém sabe  porque a primeira providência  quando se vai trabalhar em local com mato alto, pequenos arbustos e folhas  secas, é fazer uma fogueira para espantar animais peçonhentos e os mosquitos.  Rosalina é adepta desta tradição para manter o equilíbrio da natureza.

Sugestão ao pároco

                  

         Visitei a sua cidade e fique triste com deficiência de atividades culturais e manifestações religiosas isto traz consequências para as crianças e jovens, é como se as indicassem o caminho para  das drogas e demais  posturas não contempladas pelos Dez Mandamentos da Lei de Deus. É sabido que pequenas paróquias sofrem  com baixo orçamento para as despesas fixas, imprevistas e ocasionais, porém, muitas coisas podem ser feitas com custo baixíssimo ou zero, desde que haja um bom líder.

         Para ficar claro, opto por dar exemplo:

1º- Os lagos secos da praça da matriz,  um estimulo ao trabalho voluntário, com a doação de esterco e terra pelos fazendeiros, podem ser transformados em belos canteiros de chanana, esta planta de flor amarela que nasce espontaneamente nas calçadas  e não precisa de grandes cuidados pois agradece com belas floradas,  os nutrientes retirados da terra e precisa de pouca água. Quem poderia  ficar à frente dos trabalhos? A pastoral da família, os grupos da perseverança ou  criar o  grupo de consciência ambiental. Caso não encontre  pessoal disponível dentro da própria comunidade religiosa, uma parceria com os o chefe  do presídio, para oferecer  trabalho  aos presos que não representam perigos para a sociedade, como pensão alimentícia em atraso, acidente de trânsito e outros pequenos delitos, uma vez que vai preso mesmo, apenas estes que não dispõem de boa assistência jurídica.

2º - Há um coreto disponível na praça da matriz e a família de Deus sem espaço de laser para os pequerruchos; sem onerar os cofres da igreja, apenas com parcerias com as escolas de dança, música, teatro, canto,  academias de artes marciais, oferecer o espaço à moda de Dom Bosco: após a missa, uma apresentação gratuita, coisa pequena, no máximo de 60 minutos. E sendo o último  final de semana do mês reservado para combater a intolerância religiosa, sem longas e tediosas discussões,  abrindo espaço para apresentação de  corais ou cantor gospel. A igreja oferece gratuitamente o espaço e eles apresentam gratuitamente também. Permuta.

         Aparentemente, pequenas atividades, porém, na formação humana  representam muito porque está direcionando o olhar  da molequecada  para  outras expressões culturais.  Bebidas e drogas   são ofertadas  24 horas por dias, 365 dias por ano e  as ovelhas de Deus  precisam de mais e com um Bom Pastor a pastorear, o resultado será   esvaziamento das penitenciarias, mortes prematuras  e   um Rebanho mais feliz e unido.

         Vou lhe contar a história de Clarinda, que vive em uma cidade do litoral. Ela sofreu um acidente de trabalho e foi aposentada  aos quarenta anos de idade. Nos longos  e dolorosos tratamentos para voltar os momentos dos braços ela conheceu a dança circular, esforçou e hoje, pode-se dizer que 70% dos movimentos foram recuperados e, junto com as colegas de  fisioterapias,  formaram um grupo de dança na praia. É um trabalho voluntário, aberto ao público em geral, principalmente os da terceira idade, e que tem ajudado a muita gente a recuperar a autoestima, equilíbrio e alegria de viver. Eu já participei algumas vezes, quando lá estava de férias. O pouco de cada paroquia se torna muito  quando o Bom Pastor está à frente do Rebanho com Deus no coração, persistência e paciência porque oferecer o melhor aos paroquianos não é fácil pois está competindo com as redes sociais, bebidas, drogas e sexos comercial.

 

        

Palavras de Henri Matisse

 

Assim disse Henri Matisse (1869-1954) foi um pintor, desenhista, gravurista e escultor francês. Sua obra é considerada uma das expressões mais significativa da arte de vanguarda. Foi um dos fundadores do “Fauvismo” – o primeiro movimento moderno do século XX.

“Para mim a expressão não deve ser encontrada na paixão que arde em uma face ou que se evidencia  por algum gesto violento. Está disposição inteira de meu quadro - o lugar ocupado pelas figuras- tudo desempenha o seu papel.  A composição é a arte de dispor de maneira decorativa os vários elementos que  o pintor usa para expressar os seus sentimentos. Em um quadro cada parte separada será visível e tomará  aquela posição, principal ou secundária, que lhe for mais adequada. Por esta razão tudo que não tenha utilidade  no quadro é prejudicial. Uma obra  de arte implica em  harmonia de todas as coisas em conjunto. (une harmonie d’ensemble): todo pormenor supérfluo ocupará, na mente do espectador, o lugar de algum outro pormenor que é essencial.” Fonte: READ, Herbert, A arte de agora agora-uma introdução à teoria da pintura e escultura moderna. São Paulo, Perspectiva, 1991

 

Eu me comprometo

         Não sei o que está acontecendo comigo, tenho dado muita atenção aos  desejos de meu  esposo e deixado os meus objetivos de lado.  Estou  agindo como a “salvadora da Pátria”  que resolve as questões de todos e   não consegue sequer arrumar a própria casa. Tenho medo de repetir os erros do passados,  que já repeti inúmeras vezes, cuidados dos  outros e negligenciar  as minhas necessidades, ruminar infelicidade.  Neste momento, eu me comprometo a me colocar em primeiro lugar e com o tempo disponível,  ajudar o próximo.

Eu me comprometo a mudar

               Às  vezes penso que dou mais valor às pessoas do que elas a mim porque sou sempre eu que  as procuro, nesta modernidade de hoje, mando mensagem,  procuro visitar, ofereço  ajuda no que precisam, e mesmo assim, sou esquecida por todos.  Na tradição chinesa, 2024 é o ano do dragão  de madeira e eu vou mudar, vou parar de mendigar atenção  e focar  a atenção  em  mim e cuidar para que eu tenha uma velhice digna, se hoje, que estou com boa saúde,  não recebo visitas de parentes e nem de amigos, quiçá eu velha e doente porque as mazelas da vida chegam para todos, tão certo quanto existe o dia e a noite.

Filme com conteúdo

            

          

          As histórias de cinema oriundas da imaginação  dos  roteiristas  são bastantes previsíveis e eu, que já tenho os ombros calejados com tantos janeiros, assisto somente a filmes épicos e baseados em fatos reais  hoje, neste domingo de  07 de janeiro de  2024, o primeiro filme  do ano  seguiu esta regra e fiquei   estarrecida com a síndrome de Münchausen por adaptação, doença que acometia uma personagem do filme “mamãe nunca vai lhe machucar”. Aconselho a não assisti-lo com as crianças   porque é um filme forte e trata de tema real e que pode  confundir a cabeça dos pequenos, pois o zelo da mãe  com as filhas esconde uma patologia séria, que eu nem sabia que existia. Vamos, pare de ler esta crônica e  vá pesquisar no Youtube. Assista e depois, deixe nos comentários sua impressão sobre  o enredo.

Moedas não

     Sempre que limpava o quintal de casa, aparecia um menino da redondeza e se oferecia para ajudar a idosa  que  ingenuamente, dava umas moedas ao garoto que mais atrapalhava do que ajudava, mas como ela tinha o intuito de contribuir para que ele desenvolvesse amor ao trabalho, ao contrário da mãe dele, que  sempre está envolvida  em  atividades ilegais, a senhora  esforçava para  não perder a paciência, uma vez que trabalho de criança, nunca sai  a contento porque está em fase de aprendizagem. É necessário, paciência, muita paciência.  Contente com as moedas que recebia, ele contou à sua genitora, que em vez de estimular o pequeno a continuar apoiando a idosa mais por solidariedade do que por  dinheiro  disse alto e em bom tom: “proprietária de uma casa grande com a dela, tem que dar é uma  nota  e de dez reais para cima. Deve ser velha rica.” Parece que a jovem mãe não sabe que o dinheiro de aposentadoria mal da para os remédios que sempre faltam no Posto de Saúde, e as contas fixas. Se tivesse dinheiro, aos 80 anos de idade, não estaria  com uma enxada nas mãos capinando.

Quinquilharias alheias

                   

Não é prudente duvidar das forças invisíveis porque elas existem   e quando é para o nosso bem, ótimo! sequer agradecemos a Deus pela benção e proteção, porém, quando são malignas, sentimos na pele e hoje não foi diferente durante uma operação bota fora de quinquilharias no quintal de minha nova residência. Lixo acumulado  aproximadamente a uns trinta anos por inúmeros moradores e parece que todos com o perfil de acumuladores de coisas inúteis; não encontrei nada que pudesse ser salvo já que as centenas de caramujos encontrados não pertencem à espécie comestível. As consequências do descarte  de inutilidades foi cansaço incompatível  com as horas trabalhadas e dores  pelo corpo. Cá estou eu a pensar que as tranqueiras não queriam deixar o lugar  onde foram depositadas há anos por medo do novo, do destino incerto ou de estar desobedecendo que lá as colocaram.

Desabafo

 

        É inacreditável como o dinheiro controla o nosso dia a dia e quando o serviço a ser contratado envolve um mínimo de  conhecimento e ferramentas de trabalho, a situação torna-se um pouco mais difícil porque a última palavra quem dá é o dinheiro e na maioria das vezes,   o pobre se vê obrigado a contratar um  profissional com competência duvidosa e agradecer a Deus quando ele termina o serviço. É comum eles pedirem um adiantamento e sumirem do mapa. Quantas pessoas gostaria de poder  contar com comprometimento e responsabilidade de seu trabalhador.

E nada mudou

      

Um dia frio, triste e ansiedade sem controle. Tenho a sensação  que estou com a “síndrome da salvadora do mundo” que não consegue sequer limpar a própria casa e arrumar as próprias gavetas, porém, sou especialista em intrometer na vida dos outros. Se todas as ideias magníficas e exequíveis que eu tenho, se eu conseguisse colocar  em prática, 0,1% delas, estaria feliz, rodeada de pessoas queridas, viajando pelo mundo, porém, a minha realidade é  outra: contando moedas e sozinha.

           

A chuva cai mansamente lá fora; embora seja verão a temperatura está amena e vou recolher-me aos braços de morfeu mais cedo pois quero levantar com o cantar dos pássaros que fazem morada na árvore de minha calçada, em frente à minha janela. Uma árvore é  um condomínio  onde vivem inúmeros seres vivos. Quero plantar no meu quintal, sementes de pimentão vermelho, alface e  rabanetes para consumo próprio por duas razões: uma que  são produtos difíceis de encontrar  e quanto acontece, são extremamente caros e com qualidade duvidosa. Tenho fé que em breve terei uma boa colheita. Amanhã será o dia de semear, depois cuidar e  no momento certo, no ritmo da  natureza, consumir  um produto de qualidade, fruto de meu trabalho.

Bom dia 2024

                 Enfim, chegou janeiro de 2024 e com ele as expectativas de dias melhores. Os entendidos em numerologia, afirmam que é ano 8, pois 2+2+0+4=8, e enfatiza a Justiça, onde a competência e a realização de meta, esta crença alimenta a esperança e estimula a lutas dos viventes para conseguirem melhorarem de vida. Segundo a tradição chinesa, 2024 será regido pelo dragão de madeira, com foco no otimismo e na realização de desafios até o encerramento. Esta duplicidade de energias positivas, reacende a chama de luta no peito do trabalhador e somente receber para pagar as contas deixa de a única possibilidade de existir, agora, existe outra meta: melhorar devida, ou seja, criar uma reserva de emergência, desfrutar de lazer, comer melhor. Deixar de lado as fofocas das redes sociais, dedicar o tempo livre em estudo e bater de porta em busca de uma oportunidade de trabalho  é uma decisão sábia porque as energias são propícias para o florescimento porém é preciso estar atento ao ditado popular: Deus ajuda a quem cedo madruga. Bem-vindo 2024!