sábado, 25 de maio de 2019

Nossa Padroeira


 Colocar  uma localidade sob a proteção de um santo é um  antigo costume católico e acredita-se pela fé, que o padroeiro ou  padroeira zela pelo lugar e pelo povo. O Brasil está sob   proteção de Nossa Senhora da Conceição Aparecida desde  1930, sendo o dia 12 de outubro,o dia  para reverenciar a Mãe dos brasileiros e  nesta data, a cidade de Aparecida recebe romeiros  vindos de todos os pontos cardeais; uns para agradecer bênçãos recebidas, outros para solicitá-las e ainda há   o peregrino que está  em busca apenas de ampliar seus conhecimentos e negócios em turismo religioso.
Fazer promessas de assistir uma missa no Santuário de Aparecida é bastante comum, seja para ser aprovada em  vestibular, casar,  curar-se de uma doença grave ou  um pedido singelo, como conseguir um namorado. Na hora do desespero, confia na Santa Padroeira e não pensa no custo financeiro para  cumprir a promessa e às vezes,  a pessoa precisa  economizar mais de vinte anos, mas  o dia tão esperado chega!
Após longos anos, com o coração repleto de gratidão pela graça alcançada, ao aproximar o momento do encontro com  a Padroeira, quase é necessário fazer outra promessa para conseguir controlar a ansiedade. A  mala é desfeita várias vezes, selecionados as melhores roupas e adereços. É necessário estar bela por dentro e por fora para adentrar ao recinto sagrado. Nossa Senhora da Conceição Aparecida, proteja os peregrinos!


domingo, 19 de maio de 2019

Sempre em alerta



          Não é verdade que as pessoas  se acostumam com a violência; acontece que elas não têm outra opção, já que não está em sua alçada resolver as questões de segurança pública, verdade que elas são portadoras da força do voto, porém, a  nação brasileira ainda não está politizada o suficiente para fazer uma escolha criteriosa de seus representantes, e consequentemente, o medo faz parte da rotina  de toda a população, nem mesmo os indigentes podem dormir sossegados nas ruas frias das cidades.
          Não é raro à mídia noticiar que mendigos foram mortos a pauladas, tiros e por queimaduras enquanto  repousam nas calçadas geladas das grandes cidades. Militares que fazem ronda noturna e adentram em zonas mais perigosas tem sua vidas ceifadas  a queima roupa  e em emboscadas.  Os trabalhadores, quando em casa, estão sempre de sobreavisos, com medo de terem suas casas arrombadas, ao sair para o trabalho, sempre em  alerta preocupados com a possibilidade   de serem a próxima vítima e ficar sem a carteira com documentos e o pouco dinheiro para a condução e refeições, e quando no exercício da função, não podem baixar a guarda porque estabelecimentos comerciais sempre   são invadidos por bandidos impiedosos e fortemente armados, razão pela qual é comum ver em periferias, funcionários atender os clientes protegidos por uma grande. Quando surgiu o cartão  para saque em bancos, os mais ingênuos respiraram aliviados por acreditar que  já não seriam o alvo predileto dos meliantes, mas não foi assim, a situação ficou pior, surgiu uma  nova modalidade de crime: o sequestro relâmpago, no qual o padecente ficava em poder dos marginais até eles conseguiram limpar  a conta e  doravante os trabalhadores passaram a suspirarem de pavor e com o advento da popularização da máquina de  cartão, estas logo foram parar em mãos erradas e é muito comum atualmente, ao serem abordadas, os ladrões exigirem o cartão e a senha e  não satisfeitos em fazer a transferência de todo o dinheiro, vão embora levando a carteira com todos os documentos e o cartão o que causa um grande transtorno à vítima e não adiante ficar em casa e fazer tudo pela internet porque os cibercrimes são bem comuns.
          Não  há nenhuma esperança a vista porque não existe uma política pública  de valorização da vida e regaste de valores universais. Quem sabe,  nos próximos quinhentos anos,  os trabalhadores  brasileiros possam caminhar serenos pelas ruas e dormir tranquilamente o sono dos justos isto se a  comunidade, a igreja e o estado se unirem em prol da vida.
         
         

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Filho esquecido


Quem trabalha em locais de grande fluxos de pessoas, como Metrô, grandes magazines, sabe que as pessoas  somente não esquecem  partes originais do corpo porque estas   fazem parte de um todo, mas o  portador de necessidades especiais é capaz de esquecer suas muletas,  óculos, tipóia, dentadura e lentes de contato e até cadeira de rodas, este último item, deixa bem intrigado o funcionário que o encontra. Como pôde o cadeirante, esquecer a cadeira? Como pôde o responsável pelo transporte esquecê-lo? Vários profissionais esquecem seus instrumentos de trabalho. Violão, violino, sanfona, martelo, serrote, alicates, lixas, pincéis, telas, canetas, diário escolar, pastas com documentos,  maleta de maquilagem e manicura, tesouras e uma infinidade de objetos  são levados diariamente para o setor e perdidos e achados. Será que alguém é  capaz de esquecer a gaiola com o passarinho ou o gato de estimação?
Há quem afirme categoricamente que bichinho de estimação e filhos são  impossíveis de serem esquecidos porque existe uma relação de afeto; quanto ao animal, se por algum lapso de memória do proprietário, permaneceu em sua gaiola, em um banco qualquer até ser encontrado por uma boa alma que lhe dera outro  lar, o fato não recebeu atenção da mídia. Bebês esquecidos  em banco  de automóveis  e que chegam a óbito é muito comum e sempre ganham grande repercussão na impressa  como o caso em que o pai esqueceu a criança no carro e esta ficou exposta, por horas a um calor  de 40º, totalmente indefeso e sofreu sozinho até o seu último suspiro. Estas fatalidades, quanto mais próximas, mais chocantes!
È difícil entender como  uma pessoa responsável por um incapaz, seja capaz de esquecê-lo em um banco qualquer? Será um sinal evidente da desvalorização da vida e da dor do outro? Será uma falha da educação familiar, religiosa, acadêmica ou política? A quem  diga que a culpa é das redes sociais que absorve   e envolve as pessoas. Outros alegam que a culpa é do capitalismo que  suga o trabalhador. Focar apenas  na busca  pelo culpado não resolverá o problema, é necessário procurar estratégias para que  tragédias  como esta não se repita e que sofrimentos e vidas sejam poupados.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Tempo



A sabedoria popular diz que na vida há tempo para tudo: Tempo para preparar a terra, para cuidar e para colher e assim é também com a vida humana. Existe o tempo de gestação, de nascer, crescer, amadurecer, envelhecer e morrer.
Feliz é o tempo em que se é criança quando se gasta muito tempo  aprendendo por meio da observação do comportamento dos adultos e brincando sem se preocupar  com o  longo caminho percorrido para que o alimento chegue à mesa  para saciar a fome de boquinhas ávidas por comidas deliciosos, sem a consciência da importância do alimento para crescer forte e com saúde. É a fase do comer pelo prazer de descobrir novos sabores e fartar-se com os já conhecidos.
Difícil é o tempo da adolescência, quando ainda não  aprendeu a ser adulto e já não sabe mais ser criança, não quer brincar, mas também não quer assumir as responsabilidades  impostas pela vida. Querer aproveitar o momento, sem mesmo saber o que de fato é divertir. É o tempo de   transformações e inquietações, de sentimentos intensos e fortes  convicções, de chorar e rir sem precisar de um motivo. É o tempo de acalentar o sonho de mudar o mundo quando ainda não é capaz sequer de arrumar o quarto e fazer as tarefas escolares sem a vigilância rigorosa dos adultos.
A  tão esperada maioridade é o tempo de aprender que  não se faz tudo o que deseja, mas o que consegue. É o tempo de entender que a distância entre  o desejo e a concretização dele há uma longa e tortuosa estrada com várias pedras no caminho. É o tempo de dar adeus a tudo aquilo que não dera valor: a  leveza da infância, a  mão firme dos pais sempre pronta a ampara-los nos momentos difíceis.
A maturidade é o tempo de construir  uma nova família e assumir  o peso da responsabilidade, a mesma que não dera valor, quando estava  em fase de crescimento e aprendizagem. É o tempo em que o filho vê quão dura foi a luta de seus genitores para criá-lo segundo as leis de Deus e dos homens. É quando não há tempo para si, mas para o outro,  o cônjuge, filhos o trabalho.
Velhice é o tempo  de colher o que plantou ao longo dos anos, e principalmente, arrepender-se das decisões erradas e chorar amargamente porque não há  mais tempo para curar as feridas e para construir uma nova trajetória de vida. Também é o tempo para deixar fluir o amor pelos descendentes e aconselha-los para que não comentam os mesmo erros e  que possam envelhecer em verdes campinas ouvindo o cantar dos pássaros porque a aridez do deserto é dura demais para os corpos cansados dos pesos dos anos.

terça-feira, 14 de maio de 2019

Invista em saúde


          É inacreditável como grande parte da população brasileira  valoriza   e investe na aparência externa e menospreza o que realmente é essencial: a saúde. As mulheres, principalmente, são capazes de investir metade da  renda mensal com   cabeleireiro, maquiadores,   manicura, regimes radicais e roupas caras e  consequentemente, sofrem com a fome oculta.
          Ao  contrário do que muitas pessoas pensam, investir em uma atividade física e alimentação saudável não pode ser considerado gasto, mas investimento já que o vivente está  garantindo uma  vida longa e  ainda, amenizando a fragilidade característica  da velhice e evitando a perda de horas na fila de espera para atendimento no SUS.
          Produtos alimentares industrializados são práticos e ótimos para situações emergências e não devem  ser rotinas na  alimentação diária. Jogar-se no sofá com o controle remoto  em mãos após  o dia de trabalho não é a melhor opção para   relaxar e manter  a  saúde  do corpo, se está sem dinheiro para uma academia,  faça pelo menos uma caminhada. Mexa-se!  Frequente mais feiras livres e vá menos ao supermercado. Saúde é o melhor investimento.

domingo, 12 de maio de 2019

Deserto da vida


        As escolhas  erradas da juventude e maturidade  direcionam os pés então vigorosos à aridez do deserto da vida por onde o idoso caminhará durante longos anos em busca de água fresca para  lavar as dores de sua alma cansada de vagar; com o olhar no chão, sem conseguir enxergar as estrelas que  há milênios   indicaram os caminhos de retorno ao lar de inúmeros peregrinos que tinham para quem voltar e souberam apreciar  a generosidade dos oásis.
        As duas piores escolhas que se faz na juventude é não cuidar da árvore familiar e não plantar a da amizade porque o que realmente dá sentido à vida são os laços familiares e de amigos, de se ter  com quem compartilhar as mazelas da velhice, que se a pessoa não ficar no meio do caminho,  as terão com certeza.
        Trabalho e dinheiro são necessários para  alimentar o corpo, se abrigar, mas para ser feliz, somente a companhia de seus semelhantes. Vagar sozinho, pelo deserto da vida com os  bolsos cheios de dinheiros é a prova concreta que não soubestes cultivar as árvores que lhe dariam sombras, alento e companhia em seus últimos dias.
       
       
        

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Sonho mofado


           O sonho de grande maioria de pessoas solitárias, sensatas   e pobres que acreditam que a vida é bem mais do que trabalhar, cuidar da casa, e  no escasso tempo para o ócio, entreter-se com o whatsapp e televisão é  morar em cidade costeira, para que possa conviver com pessoas diferentes em épocas de  temporadas, caminhar na praia e desfrutar o máximo possível do prazer de banhar-se nas águas mornas do Oceano Atlântico, mas se a escolha for  o litoral paulista,  no primeiro outono seu desejo acalentado a anos estará mofado em virtude da alta umidade do ar e maresias.
          A praia e o mar são  como o sol, sempre disponível para todos, sem discriminação, porém na vida da população de baixa renda para ter um benefício sempre tem que abrir mão de outro e para  desfrutar destes prazeres  gratuitamente, que a natureza oferece há que se travar uma luta diária com o mofo que teima em  invadir os armários, paredes, colchões, sofás  e abrir mão da cerveja ao entardecer nos quiosques para economizar  dinheiro para a compra de produtos para combater a praga doméstica denominada bolor e para a troca de móveis que serão em  médio prazo, consumidos pela maresia.
          Levantar cedo e  descansar na praia ouvindo o marulhar é um sonho que ficou no passado porque a rotina de quem mora no litoral paulista  é levantar cedo, tomar café e  armar-se até os dentes com vassouras, rodos, panos de chão de limpeza, balde com água e vinagre e outros produtos  industrializados que prometem acabar com a praga do mofo e  sair à caça do invasor, que reproduz mais que coelhos. Em rodas de amigos sempre há uma pergunta básica: Como você faz  para  combater o bolor? E aí começa o  desfile de dicas domésticas que claro, não  tem o poder de acabar com a praga, e quando na intimidade do lar, nada de  assistir séries na TV paga, mas pesquisar na internet  novos lançamentos  da indústria que sejam capazes de ajudá-la  a vencer a guerra.


sexta-feira, 3 de maio de 2019

Idosa golpista



          Lidiane já  completou  setenta e cinco anos de idade, recebe duas aposentadorias que somadas, ultrapassam a renda média da maioria das famílias brasileiras. No condomínio em que vive, cuja  característica principal é o números excessivo de mulheres  aposentadas e sozinhas, é a que tem maior renda e a que mais chora miséria alegando ter que sustentar a filha desempregada, genro preguiçoso e netos e, semanalmente vai ao banco efetuar depósito na conta corrente  para as despesas diárias da família  e também para os seus luxos, como celular de cinco mil reais para o neto de 25 anos, que nem estuda e  nem trabalha, shows com ingressos  no valor de mil reais, e quando sai com as vizinhas, estas pagam-lhe a conta do restaurante com pena da pobre senhora que passa necessidade.
          Ela tem um jeito peculiar de se fazer de vítima e conseguir explorar as pessoas à sua volta, sempre a queixar que  está se sentindo mal, que está sem dinheiro e que os netos estão passando fome e ela nada mais pode fazer  porque já  não tem mais dinheiro na conta e que está com depressão. Alguma vizinhas  portadoras de  um coração generoso,  para não constrangê-la a convidam para frequentar atividades culturais com entrada gratuita para que areje a cabeça, ela faz  manha como criança birrenta, alegando a tristeza profunda que sente não lhe permite divertir, se os netos não podem fazê-lo.
          Aos poucos as  moradas estão percebendo que tudo não passa de um maneira de sugar os outros para conseguir que lhe pague  a conta do restaurante, da farmácia e outras coisas mais e que por trás do desejo que Deus lhe abençoe e proteja está  o desejo de explorar o próximo, se faz de frágil sofredora e é única do condomínio que chega ao final do mês com mil reais  de saldo na conta  corrente como viu a inocente moradora que a acompanhou ao Banco, porque estava a fingir que passava mal, felizmente está não mais se deixará levar pela  esperta idosa.
         


quinta-feira, 2 de maio de 2019

O grátis sai caro


          Quando uma professora aposenta,  ela se vê obrigada a procurar outras atividades culturais para preencher o seu tempo porque estava acostumada  a discutir assuntos diversos e com um volume excessivo de trabalho, inclusive aos finais de semanas e madrugadas, afazeres domésticos, filhos, maridos e netos, porém, é sabido que  os profissionais da educação são mal remunerados  e ela se vê obrigada a frequentar eventos gratuitos  para preencher o tempo ocioso.
          Tão logo se viu fora da sala de aula, Querubina saiu a procura de atividades gratuitas, e para sua surpresa, encontrou várias que preenchiam todos os dias semana; ela não sabia da  oferta de oportunidades porque seus olhos estavam sempre em provas, planos de aulas, relatórios e tudo mais relacionados a função e logo organizou a sua agenda.
Segunda-feira, dia de supermercado, faxina, e cuidados com a pele, cabelo, unhas já que o salário de aposentadoria de professor não permite frequentar institutos de beleza;
Terça-feira, dança do ventre em  Centro de Convivência  municipal;
Quarta-feira curso oferecido por  uma ONG, nem fez questão de saber o programa, era grátis, iria participar;
Quinta – feira, dança de salão  oferecido pela paróquia;
Sexta-feira, curso oferecido à comunidade por uma  Universidade;
Sábado, bailes nos  Centros de Convivência;
Domingo, atividades  religiosas. Entusiasmada com as novas atividades e oportunidade de conviver e fazer novas amizades, não  fez as contas de transporte e colaboração com os lanches comunitários.
          Querubina, por ser uma profissional do magistério, aposentou aos cinquenta e  cinco anos de idade, portanto sem direito ao transporte gratuito. Nas duas primeiras semanas, sentia-se como uma adolescente descobrindo o mundo dos adultos, porém, quando  a carteira foi ficando vazia, pegou a calculadora e ficou surpresa com  o alto preço do grátis. Somando  tudo:
A passagem de ônibus  no valor de R$ 4,30 X 2 = R$8,60  por dia, como programou atividades para seis dias, R$8,60 X 6 = R$51,60 por semana; Aulas de dança e cursos pedem  a colaboração para o lanche, no valor de R$7,00 por   evento, assim, sendo dois dias de dança e dois de cursos  logo, R$ 7,00 X 4 = R$28,00 semanalmente e o susto maior foi quando fechou a conta mensal.
Condução: 51,60 X 4 = 206,40
Lanche:     28,00 X 4 =  112,00
Total mensal,,,,,,,,,,,,,,,,,,318,40
          Sem alternativa, ela se vê obrigada a preencher o seu tempo ocioso em frente à televisão e lendo as mensagens repetitivas  do WhatsApp. – Às vezes, o barato sai caro, suspira resignada com os seus dias sombrios e o burburinho cultural tão perto e tão distante. --É o inferno da Divina Comédia de  Dante Alighieri!

Se você  gostou do texto, deixe o seu comentário e também sugestões de tema sobre a rotina do povo brasileiro.

         

quarta-feira, 1 de maio de 2019

1º de maio de 2019


          Hoje é o dia do trabalho! Lideranças sindicais promoveram festa para o deite  dos profissionais de todas as  áreas. Será que de fato,  existe algo a  se comemorar?   Em consonância com as mudanças nas leis trabalhistas e na   Previdência Social  o trabalhador  brasileiro está fadado a morrer de inanição  em alguma fila de emprego, caso ele tenha forças para chegar até lá, porque aumenta-se a idade para aposentar e  os empregadores buscam contratar cada vez mais, pessoas  mais jovens
          Maria, aos 35 anos de idade,  cursou pedagogia, graças ao Prouni, foi aprovado em um concurso, porém, este expirou antes de sua nomeação, também não conseguiu  um contrato  na  rede pública porque  sua pontuação é zero, e quando chega a sua vez, não há  mais aula e, em escolas particulares, também ouviu não, alegando que preferem pessoas com experiência.  Aos 47 anos de idade, dois filhos adolescentes, após o falecimento do marido, que estava desempregado e a deixou sem pensão, se viu obrigada a retornar à casa materna e quatro pessoas vivem do salário mínimo que a aposentada recebe e que ela sabe não poder contar com ele por muito tempo porque além da idade avançada, sua mãe está doente, Maria é uma  preguiçosa, explorada de idosa? Não, ela é mais uma  vítima  da negligência  dos governantes para com o povo.
          O dia de Maria começa com  ela batendo de porta em porta, oferecendo sua força de trabalho e colecionando não;  ela não escolhe serviço, quer apenas ter condições de sustentar seus filhos dignamente e não depender da caridade de vizinhos e familiares. Para uns  contratantes ela é considerada velha, para outro,   como não  tem registro em carteira é vista como incapaz de aprender atividade nova.
Como ter experiência se não lhe é dada a pessoa, a oportunidade de  mostrar o seu potencial?
Como garantir o seu sustento na velhice  com a aposentadoria se as portas do mercado de trabalho se fecham para as pessoas maduras?
Há lutas ferozes contra a exploração da mão de obra infantil e ao mesmo tempo, fecham-se as portas  trabalhistas para os genitores!
Não a nada que possa ser comemorado  porque o desemprego cresce na velocidade da luz e há um prenúncio  de miséria  generalizada  entre aqueles que apenas queriam trabalhar.