segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

João do Cerrado

                           Sô João é dos antigos. Nasceu na década de 1930, não sabe precisar bem o ano. Naqueles tempos, não se registrava as crianças ao nascer; eram somente batizadas, tão logo  terminava o resguardo da mãe. Freqüentou a escolinha rural, multisseriada, até o 3º ano. Aprendeu a ler, escrever e é melhor nas  contas do que muitos  universitários e olhe que ele faz de cabeça. Embora  com pouco estudo, quando o assunto é o cerrado, sabe mais até do que muitos especialistas no tema. Aprendeu empiricamente e também com seu o pai, avô e o bisavô, todos criados na lida do campo, sempre em harmonia com a natureza.
Em sua pequena propriedade, da  qual ele retira o sustento da família, nunca precisou de  leis ambientais para preservar  as espécies nativas  e as  nascentes. “ Cuidar para não faltar” é o lema da família, transmitido de geração em geração. Diferente da  maioria das pessoas, que tem animal de estimação, Sô João tem árvores de estimação. Ele se preocupa com a preservação de todas as espécies, mas o seu coração  pulsa forte é pelos  pequizeiros, abundantes em sua gleba e que já foram defendido à bala, pelo seu avô, quando madeireiros tentavam  derrubá-las  na calada da noite e  vender a madeira  clandestinamente para  a construção civil. Quando os  pequis estão maduros, ele abre as porteiras para as pessoas de baixa renda colherem os frutos e aumentarem a sua renda, garantindo assim, a compra do material escolar das crianças e outras despesas.
Em sua simplicidade, ele diz que o cerrado, o segundo maior bioma nacional, é a caixa d’água do Brasil,  é o berço das águas, já que abriga várias nascentes  que beneficiam grandes rios, entre eles o Velho Chico, o rio da integração nacional. E para ter  este recurso em abundância, é preciso ter centenas de  milhares de árvores nativas. Cientificamente, ele não sabe explicar, mas tem  firme convicção que,  menos  árvores é igual a menos água para todos, menos alimento e menos energia elétrica.
Tem coisas   que estão além  da compreensão do Sô João, por exemplo: Os jovens, após  um período mínimo de nove anos estudando, deixam  a escola sem conhecer a importância do cerrado como fonte de recursos hídricos, biodiversidade de fauna e flora,  e que o desperdício  comum, das populações urbanas,   tem reflexos  diretos no campo. Ele costuma dar exemplos, como estes: Se  espécies como angico, aroeira, cedro, peroba, jacarandá, ipê, vinhático, e outras,  são utilizadas na construção civil, indústria moveleira, fabricação de instrumentos  musicais entre outros objetos utilitários; então  a responsabilidade da preservação, do que resta do cerrado original,  é  de todos; como exemplo se o jovem músico, cuida de seu instrumento, ele durará mais. A máxima vale também para os móveis. Trabalhadores da construção civil,  que    preocupam –se em reduzir e reutilizar a madeira,  também estão contribuindo para  diminuir o desmatamento.
Outro ponto que o Sr João também não compreende é porque o fruto  do cerrado não é largamente utilizado na gastronomia urbana. Por que as pessoas da cidade preferem  alimentar-se dos frutos que foram introduzidos  em vez de se deliciarem com o sabor marcante do pequi e do jatobá, ambos de riquíssimo teor nutricional.
A exploração dos frutos do cerrado na  gastronomia urbana, contribui na redução do desmatamento, porque são espécie nativas e o manejo da agricultura sintrópica se torna  mais fácil, e também  reduz  a quantidade de agrotóxicos, consequentemente, aumenta-se a produção de mel silvestre, com o retorno das abelhas, que são vítimas  dos inseticidas utilizadas nas lavouras.
Como diz o  Sô João,  “É de responsabilidade do Poder Público zelar  pelo bem estar na nação. Mas também é dever de todos fazer a sua parte. Onde está a falha? Por que as pessoas se distanciaram tanto da natureza? Se  na escola  lhes foi ensinado que o cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, porque não fazem a sua parte para preservá-lo?” Ele sempre se pergunta! Informação  somente não basta, é preciso atitude!
Um dos caminhos para a preservação do bioma deve começar no seio da família, ensinando os filhos a consumirem frutos nativos. A igreja, que sempre promove quermesses para angariar fundos, também deve ter uma barraca de produtos típicos da região. A escola, por onde passa todas as crianças, deve ser uma incentivadora, não somente com a  informação intelectual, mas com atitude e exigir do Estado ou Município, a introdução  dos frutos do cerrado na merenda escolar. A popular em geral, deve exigir de seus governantes, que criem  incentivos aos  produtores rurais e indústrias alimentícias para que possam explorar  o potencial  gastronômico do cerrado, de maneira mais natural possível,   visando o bem comum.
Embora com quase noventa anos, Sô João costuma dizer  que  vem do cerrado a sua força e desejo de viver. É lá que retira grande parte de seu alimento   e  é lá também que  encontra-se a sua farmácia e que as  Universidades devem pesquisar mais as espécies medicinais e juntos com a indústria farmacêutica nacional, curarem as dores da nação.  Na visão  de  Sô João,   é preciso que   a nação brasileira entenda que o cerrado não precisa o homem, mas o homem precisa dele e, preservá-lo  é  uma necessidade, para a continuidade da espécie  humana, porque sem água e alimento ninguém sobrevive.  E o pequizeiro? È o ouro do cerrado!  Isto já diz tudo.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Triste colheita

                   A juventude é a fase da vida em que se acredita ser possível mudar o mundo em  curto prazo. Pais, avós, professores, para a maioria dos  jovens, são pessoas atrasadas,   medrosas e que não tiveram coragem  de ousar e, agora, querem transferir para ele – o  salvador da pátria- a sua covardia, impedindo-o de  conquistar o seu mundo e melhorar o das outras pessoas.
            Não foi diferente com João Francisco, que rompeu com família, com a vida calma de uma cidade de pequeno porte, para ganhar  o mundo e estudar em uma grande metrópole. Passou fome, frio, medo, mas tinha plena convicção de que era apenas uma fase ruim, mas que provaria a todos, que se tornaria uma pessoa importante. Cursou uma graduação, fez uma pós-graduação  e até um mestrado. Tentou, mas não conseguiu  trabalhar em   empresas de grande porte , assim, viu seu sonho profissional, reduzido apenas a um funcionário público, com uma renda mensal de apenas dois salários mínimos.
             Velho e cansado, agora dá razão aos seus pais que diziam que as pessoas não devem ir com muita sede ao pote e que toda casa precisa de ter bons alicerces, porém  João Francisco não teve discernimento para entender a metáfora e agora colhe frutos amargos de sua parca aposentadoria.

Escolhas erradas

                           “Se você trabalhar no que quer, corre o risco de viver como não quer”  Celeste ouviu esta frase, de seu gerente, em uma conversa informar sobre realização profissional, qualidade e padrão de vida. Estas palavras  tiveram forte impacto sobre ela, bem mais do que anos de terapia, porque, a partir delas,   iniciou uma dolorosa reflexão sobre as escolhas erradas que fez, perseguindo o sonho de um trabalho prazeroso, porém, mal remunerado.
             Embora de família  de boa condição financeira, Celeste não teve nenhum apoio e abdicou dos prazeres da juventude, trabalhando, economizando, estudando, tudo por uma realização profissional.  Deixou de viver e o sonho profissional tornou-se um pesadelo, sua vida  financeira, uma carestia crônica.
            Idosa, frustrada profissionalmente, se ajoelha para agradecer  mais um contrato de trabalho com um baixo salário, em uma empresa onde as relações  entre os colegas são difíceis, mas é tudo que conseguiu e agradece a Deus por ele, porque pingar é melhor do que faltar e, o mais triste, não tem a quem culpar pela sua  atual situação financeira, porque é fruto de suas escolhas erradas, na juventude e maturidade. Ela não aprendeu com os erros. Valorizou  a fantasia e esqueceu da realidade: A  velhice chega para todos e com ela, a fraqueza, o cansaço, remédios, necessidade de ajuda  e menos oportunidade  no mercado de trabalho.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O comunicado

                       Dulce  era diferente das outras  moças da década de 1970, porque  sempre lutara para ter uma vida financeiramente independente. Se revoltava ao ver sua mãe ter que  pedir dinheiro até  para tomar um sorvete. Achava uma humilhação!  Diferente das irmãs que tinham  por meta, casar e ter muitos filhos,  ela dizia: “ primeiro o trabalho,  a casa própria e depois o marido”  E os filhos? Segundo ela, era uma decisão  a ser tomada a dois em um futuro distante.
            Dulce conheceu um rapaz divorciado, dois filhos,  dez anos mais velho que ela. Era  aquele tipo, bom de papo, carinhoso, situação financeira estável, porém, logo nos primeiros encontros, ela percebeu a  sua instabilidade emocional e  prepotência, isto sem falar na mania de grandeza. Como estava só  levou o namoro por uns dois anos, até que ele  terminou o relacionamento, porque mamãe a achava moderna demais, para ser esposa  dele e fazer parte de sua tradicional família. Detalhe interessante: Os dois nunca conversaram sobre casamento, vida a dois, filhos, apenas  passeavam, iam ao cinema, se divertiam.
            A jovem era moderna, mas também muito amorosa e  apegada aos seus e tudo fazia por eles, e, amor e uma cabana, nunca fora a sua filosofia de vida. Caso encerrado seguiu sua vida e quando alguma amiga se referia a ele, prontamente perguntava: O Falecido? Para ela, ele era passado, morto e enterrado.
            Mas um dia, ele surgiu do túmulo fictício para comunicar o falecimento do seu primogênito. Ela  não sabia o que a chocou mais: A morte do jovem ou a maneira como ela foi comunicada, pelo próprio pai.  O texto da missiva parecia noticia de jornal,  exaltando os feitos  profissionais do filho  e explicando que não iria comparecer ao velório  e missa de sétimo dia porque eles não se falavam há  anos, desde a adolescência, quando este  o expulsou de casa, porque o rebento não estava acatando às suas ordens. Dulce ficou estarrecida! Embora fosse uma defensora dos direitos femininos, ela acreditava que os laços de sangue não deviam ser rompidos e, nas dificuldades, deveriam se ajudar mutuamente.
            Lembrou de sua irmã quando sofreu um aborto espontâneo, em estado adiantado de gravidez, de um bebê deficiente físico; nem a consciência das dificuldades  que a criança teria ao longo da vida, abrandou o sofrimento dela, pela perda  do filho. Lembrou do acidente em que faleceu a sua tia. A sua avó chorou por  anos a fio  a partida prematura da filha.  Chorava e dizia: “ Não existe dor maior do que enterrar um filho”  Ao longo da vida, pela característica do seu trabalho, Dulce conviveu com mães que sepultaram seus filhos que, aos olhos da razão, a  morte foi o melhor para a criança, em virtude das condições em que seria criada  e  jamais uma delas, comunicou-lhe o falecimento com tanta frieza  e até um certo exibicionismo. 
            Recuperada do trauma, ela compreendeu porque, intuitivamente, após romper o namoro, ela lhe deu a alcunha de “Falecido.” Não há como amar e conviver com um homem que não cumpriu com a responsabilidade de pai, que preferiu abandonar a educar. Assim, refletia Dulce.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Cruel separação

                     Rosalina  amava os animais da  fazenda em que nascera. Aos sete anos de idade, já tinha a responsabilidade  de  ajudar o pai na lida com o gado. Levantava às  seis horas da manhã, ia ao pasto buscar os bezerros e as vacas leiteiras para que ele pudesse iniciar o ordenha e ficava por perto, para dar uma força, no que  precisasse. Depois de entregar  o leite ao caminhão da Cooperativa, limpava o curral, almoçava e só depois ia para a escola rural. Levava a vida feliz, pois não conhecia outra. Um dia  seu pai chegou com uma novidade: Três cabras.
            Foi amor a primeira vista! Rosalina apaixonou-se pelos animais e assumiu a responsabilidade de cuidar delas. Ficou muito alegre quando soube que estavam prenhas. Já chegaram com nomes: Gemada, a maior, que recebera este nome, provavelmente pela cor do pelo que lembrava  a tonalidade da gema de ovo.  Pinheirinha, era malhada em tons de preto e branco, já Tetéia, tinha o pelo todo branco, era dócil e carinhosa  e rapidamente cativou o coração da menina, que esperava ansiosamente  o nascimento do filhote. Antes  de iniciar  a lida no curral, passava pelo piquete  na expectativa que ela  já tivesse dado cria.
            Em uma manhã calma, como outra qualquer,  Rosalina seguiu a sua rotina e foi  olhar as cabras no piquete e observou que a sua Tetéia querida, estava com um comportamento diferente, característico de fêmeas após o parto. Mas ela não encontrou o filhote. Chorando, procurou por dias e nada. Era motivo de zombaria por todos da família,           “ onde já se viu,chorar por um filhote de cabra desaparecido” diziam. Tetéia também sofria, com as tetas cheias de leite, sem poder amamentar. O Sumiço do  cabritinho era o início do martírio dela. Uma tarde, ao retornar da escola, não encontrou os animais e, para evitar um rio de lágrimas, o pai disse que as  levara para cruzar em uma fazenda distante. Ela percebeu que era mentira, se afastou para chorar silenciosamente  a cruel separação. Nunca mais ela viu a sua Tetéia querida.
           


cruel 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Vantagem em tudo

                          
            Dora é uma capixaba esperta. Se faz de ingênua, insegura e vítima das  circunstâncias familiares. E assim vai conseguindo um favor aqui, outro ali, e vai levando a vida de maneira mais fácil. Que o digam as colegas de trabalho! Na hora da escrita de um projeto, sempre  está com a cabeça ruim em virtudes dos problemas familiares ou passando mal, consegue   ajuda  e não fica prejudicada em seus vencimentos. Coloca-se sempre a disposição para ajudar  quando precisarem, na realidade, quando aparece a oportunidade de pagar um dos milhares de favores, por incrível que pareça, sempre é o dia da consulta do filho ou dos pais idosos e, as vezes, dela.
            Em ambiente de trabalho, prima-se pela boa convivência, toda pessoa com o mínimo de inteligência sabe que  certas atitudes de  colegas não podem ser comentadas com a melhor amiga, porque ela também tem uma melhor amiga que é a melhor amiga de outra e assim sucessivamente. E quando percebem a esperteza de  Dora, procuram se afastar dela e já tem uma desculpa na ponta da língua para  justificar o porque de não poder ajudá-la naquele momento. Como a rotatividade  de profissionais é grande  na empresa que trabalha, sempre há uma próxima vítima,  e não  foi diferente com Rosalina.
            Rosalina era de outra cidade, e  rapidamente Dora se prontificou para ajudá-la no que precisasse, já que moravam perto. Ambas não possuíam carro assim, a recém – chegada ficou feliz em ter alguém para  orientá-la, já que não tinha experiência em cidade grande, com transportes urbanos. Rapidamente ela percebeu que a máxima: “ uma mão lava a outra, não era bem assim.” Na realidade estava mais para:  “ para mim tudo e para você, nada.”  Sempre que telefonava à colega para pedir uma informação sobre um estabelecimento comercial, itinerário de um ônibus, ela prontamente se oferecia para ir com ela.
            Além de  ter que passar na casa dela, esperar  no mínimo  quarenta minutos até ficasse pronta, ainda tinha que ajudar a carregar  a criança, que naquela época estava com dez meses de idade. Tendo quem aliviasse a carga materna, o pior estava por vir, entrava  em todos estabelecimentos verificando preços e novidades, e, na hora da compra, percebia que tinham que retornar, porque a loja mais  barata era uma das primeiras. Somente depois de dar  vazão a sua gana  de economia, é que  Rosalina podia, enfim, resolver as  questões,  que de fato, motivaram a ida ao centro da cidade.
            O suplício de  Rosalina começou de fato, quando Dora descobriu que ela tinha computador e internete. Telefonava nas horas mais improváveis pedindo que digitasse algum documento, que  fizesse uma pesquisa  e o pior, que passasse os pedidos da Avon,  tudo  de última hora.  Sem avisar,  chegava pedindo para deixar o bebê sob sua responsabilidade enquanto ia ao mercado, farmácia,  Casa Lotérica  e muito mais, tudo em nome da amizade.
            Rosalina  teve certeza que a solidariedade delas era de mão única quando    tirou licença médica , diagnosticada com dengue. Ficou prostrada na cama, com fortes dores, febre alta e sem família na cidade. Ao notar a ausência da colega, Dora telefonou para  saber  o motivo da falta, porém, não se ofereceu  para ajudá-la com a documentação necessária para conseguir licença, acompanhá-la à perícia   e não apareceu para fazer uma visita.
            A solidariedade é uma  das maiores virtudes humanas, deve ser incentivada, porém, ela deve ser recíproca. Não de deve confundir  favor, com exploração, com levar vantagem em tudo.    

domingo, 22 de janeiro de 2017

A gota d'água

                               Elenita ama cachorros! Tem um casal e estes são tratados como filhos e recebem mais amor e cuidado  do que muitas crianças que perambulam pelas ruas, sozinhas, maltrapilhas, procurando comidas em latas de lixo ou vendendo balas e chicletes  em semáforos. Até aí, nada de errado em ter bichos de estimação. Porém, ela mora em um prédio pequeno, com apenas dois moradores por andar, e somente ela aprecia animais. Como o amor é cego, ela não consegue perceber que a sua alegria é a raiva do vizinho, que se irrita com o latido,  com o cheiro forte de urina pelos corredores do prédio, sem falar na garagem.....
         Em nome da política da boa vizinha, o Sr Silva foi relevando, engolindo um sapinho por dia, até quem uma tarde ele explodiu. Recolheu a sujeira dos animais e colocou na porta da proprietária dos cães. Ao deparar com o inusitado presente,  Elenita enfurecida, bateu na porta dos vizinhos, ofendeu-os, usando palavras de baixo calão, reclamou que eles não amavam os seus bichinhos.
         A explosão aconteceu, porque não houve diálogo entre os vizinhos e nem uma tentativa de melhorar a convivência, sem perda para ambos os lados.  A questão é simples: Elenita gosta de animais, assim, deveria  mantê-los dentro do seu apartamento, levá-los  cães para passear e, quando marcasse o território, se responsabilizasse pela limpeza do local. Quanto aos latidos? Em  todas das demandas,  todos tem que ceder um pouco. São como choro  e riso de criança. É a natureza! Apenas paciência!
                  

sábado, 21 de janeiro de 2017

Luto

                            A Lei da natureza é os  filhos enterrarem os pais. Com esta dinâmica a vida se renova e perpetua. Às vezes esse ciclo se  rompe e muitos pais, principalmente aqueles que não conviveram com os filhos, fazem manobras inacreditáveis  camuflar a tristeza.
            É possível compreender a dor as manobras que eles fazem para não sentir a perda do primogênito. O sofrimento é grande, porém  o orgulho, soberba e  a prepotência não os permite viver plenamente o  luto, o que é salutar.  Muito homens criaram  uma couraça e se armaram com poderosas ferraduras  na tentativa  de proteger o menino frágil e carente,  que realmente são. É uma  luta árdua e inútil.
            Quiçá está  experiência tão dolorosa consiga abrir uma  janela no  coração  deles ,e por ela entrar a compaixão e a  sabedoria e que saia, por esta  mesma janela,  as dores e os erros  do  passado. O tempo se encarrega de curar as feridas do corpo e da alma, mas as cicatrizes ficam e é preciso aprender a conviver  elas.
            Em situações assim, parentes e amigos devem apenas pedir ao universo que dê à pessoa enlutada, serenidade para lidar  com  a perda e entregar o filho ao criador, já que os mistérios de vida e morte estão além da compreensão humana.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Descaso

                          Ser sincero, nunca mentir, são conselhos dos pais, religiosos e demais  pessoas envolvidos na formação das crianças. Na convivência diária, a  realidade é outra. Falar a  verdade é um perigo  que pode levar  tanto à Delegacia de Polícia, e em situações mais  delicadas, até o repouso eterno  em algum cemitério. Assim, nunca se sabe qual a importância que uma pessoa tem para a outra, principalmente no trabalho.
             No mercado  profissional existe um objetivo em comum que  é trabalhar e crescer  na empresa em busca de satisfação pessoal e melhor remuneração, portanto, falar a verdade pode colocar em risco estes planos. Como dizer ao seu chefe, que   é difícil   trabalhar com ele, não só pela sua desorganização e  atrasos  na entrega de documentos que precisam ser  enviados  com urgência, mas, principalmente pela mania de ficar  longo tempo em chamadas particulares e  recusando à atender clientes. Difícil!  Em  tempos de crise e crescente desemprego,  qualquer pessoa ajuizada, prefere  contornar a situação  e dizer suaves mentiras que a  ajudarão a permanecer no cargo, sem prejuízo para  ninguém.
            As relações do ambiente de trabalho perduram pós-demissão, já que na busca de uma nova oportunidade,  precisa-se de referências do anterior, logo, profissionalmente, o bom senso manda falar somente aquilo que precisa e pode ser dito e cria-se a ilusão de que todos se dão bem,  se respeitam e que preocupam-se  uns com os outros. Mas com perspicácia, em situações simples, percebe-se que  aquele funcionário dedicado, sempre disponível para atender os superiores e por parte deles, não recebe o valor que merece.
            O pontual  e  leal Sr  Carvalho saiu de férias e  precisou  ir à empresa para resolver umas pendências e, enquanto esperava pelo superior, percebeu jogada displicentemente em cima  do balcão, uma  carta pessoal, a ele  endereçada, uma distração do remetente, que enviou no endereço comercial em vez do residencial.  Ao olhar a data da postagem, ficou decepcionado!  Tinha sido postada a mais de vinte dias. Naquele momento ele percebeu que  a estima que lhe era dedica  não era sincera, pois todos sabiam o número do   seu telefone, quando precisavam dele para resolver alguma questão, fora de seu horário de trabalho.  Era uma carta particular, da sua cidade natal, poderia ser de um parente idoso que não tem familiaridade com  as redes sociais. Por que  ninguém se preocupou em guardá-la com cuidado e  lhe telefonar para que fosse buscá-la? Pensou  amargurado! Mas por prudência, preferiu não dizer nada,  colegas de trabalho melindram  com coisas pequenas, principalmente quando estão errados, e  conseguir um novo trabalho está difícil até  para as pessoas que cursaram uma faculdade, imagine ele, com apenas segundo grau completo!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Trabalhar, chorar e esperar

                  Fiar, chorar e esperar, era  a sina das mulheres da família Terra, personagens do brilhante escritor gaúcho  Érico Veríssimo. Esta frase  continua atual e ainda são a sina das mulheres modernos.  Não fiam mais em rocas, como as bisavós, mas a maioria são arrimos de família. O fiar  das Terras é o  trabalho fora,  para o sustento da casa, acrescido do segundo turno que é  cuidar da casa e dos filhos.
            Aparentemente fortes, às escondidas, choram de solidão, de  medo de não conseguir arcar com todas as responsabilidades, cobranças sociais e escolhas erradas  que fizeram ao longo da vida. E esperam! Como esperam! Quando adolescentes esperam o passar dos anos para conseguir  o primeiro emprego,  o príncipe encantado,  cursar uma graduação. A maturidade chega e com ela   mais espera. Melhores salários e condições de trabalho, casamento, filhos, netos, bisnetos, justiça social, paz e prosperidade.
            Assim, a frase: fiar, chorar e esperar, se encaixa, com uma pequena modificação,  no destino da maioria das mulheres brasileiras. Trabalhar, chorar e esperar. Tantos  anos se passaram, porém,  quase nada mudou e as lágrimas continuam  a escorrer silenciosas em  faces cansadas.           
            

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

É tempo de pequi

   
O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, o primeiro lugar é da Floresta Amazônica.  É formado com vegetação de várias características,  entre elas,  árvores de  pequeno e grande  porte, galhos retorcidos, cascas duras e raízes profundas para  conseguir água em tempos de seca. É habitat de várias espécies como o lobo- guará, tatu – canastra, veado – mateiro entre outros e entre tanta riqueza vegetal destaca-se  o pequizeiro..
            O pequizeiro pode atingir até dez metros de altura e a copa pode atingir até oito metros de diâmetro que oferece generosamente  sua sombra aos viajantes cansados e, na época da florada,  um espetáculo de rara beleza. Bonita e frondosa produz frutos deliciosos, com um aroma peculiar, utilizados principalmente na gastronomia dos estados de Goiás e norte de Minas Gerais.                                                                                           As populações sertanejas extraem o óleo da castanha  para a cura de doenças como bronquite, asma, coqueluche. Segundo a tradição popular,  junto com a cachaça o caroço tem efeito afrodisíaco e tônico, desde que preparado e consumido de maneira correta. O caule, por ser resistente, é utilizado na construção civil, esteios e mourão de curral  e na produção de  carvão siderúrgico. Da raiz, produz-se  pequenas embarcação.
            Em virtude de seu valor econômico e cultural, deve ser utilizado em reflorestamento nas regiões desmatadas do cerrado brasileiro, já que é uma planta bastante resistente à seca.  Estranhamente  o  poder público e os moradores de  áreas  rurais não tomam esta iniciativa; será que falta informação? Motivação?


terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Carestia crônica

                Atualmente, a maioria das  papelarias oferecem  o serviço de fotocópias, popularmente conhecido no Brasil, como xérox,  a marca da  empresa fotocopiadora  mais conhecida e, na percepção da população, a melhor.  Uma gama de pessoas procuram estes estabelecimentos  somente para tirar cópias e  é comum, enquanto espera atendimento, conversar com a pessoa à frente sobre as mazelas da vida,  e quando  o assunto é aposentadoria,   a queixa é sempre a mesma: morosidade e exigências.
          Às vezes nem é  necessário  o diálogo para perceber o sofrimento do trabalhador brasileiro,  na eterna luta pelos seus direitos. Pode-se observar uma Senhora   com trajes modestos, mãos calejadas, calcanhares dos pés rachados, rosto  envelhecido,  coberto de  manchas e rugas, características de quem trabalhou a vida toda sob um sol escaldante. Vê-se nitidamente que ela está providenciando  cópias dos documentos para pedir aposentadoria. Deveria estar feliz,  mas demonstra preocupação. Mexe e remexe  em sua bolsa puída, por fim, pergunta ao funcionário em quanto já está o serviço porque  acha que não terá dinheiro suficiente para  pagar a conta.
          É lastimável que  em um país, que foi governado de 2003 até meados de 2016, pelo Partidos dos Trabalhadores,  um trabalhada idosa, não ter dinheiro sequer para tirar as cópias  dos documentos necessárias para  dar  entrada ao seu pedido de aposentadoria.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Pilares trincados

              Consensualmente as mulheres modernas são consideradas fortes porque  trabalham fora,  cuidam da casa, filhos, marido, pais idosos. Divorciadas, tornam-se arrimos de família.  Aparentemente  nada as abalam. Ledo engano! Os pilares da resistência feminina podem facilmente  trincar em três situações!  Desprezo do homem amado, falta de dinheiro e doenças, principalmente dos filhos.
          Entre as inúmeras tentativas para superar a dor do desprezo,  a maioria procura consolo no alimento. Chegam até a criar iguarias  hipercalóricas,exóticas como bolinho frito  de fubá com berinjela e alecrim. Comida:  Uma tentação que proporciona um alívio rápido e  infelizmente, muitas se tornam comedoras compulsivas porque não conseguem se desapegar daqueles homens primatas, que conheceram, que parecem ser os  últimos remanescentes das cavernas do Vale do Peruaçu, Botumirim e Lagoa  Santa, MG. E que só lhes proporcionaram dores e humilhações, já que as tratavam como seres inferiores e que deveriam estar sempre disponíveis para servi-los. Até aquele que  arrepiou carreira e foi refugiar-se na barra da saia da mamãe, quando  a esposa propôs uma viagem,  somente o casal,  como uma segunda lua-de-mel, aquele tipo: “Sou um filho amoroso. Somente viajo se mamãe e minha irmã forem”, conseguem exercer domínio sobre algumas mulheres,  com independência financeira porque são profissionais brilhantes, porém, carentes.
          Gordas e amarguradas,  recorrem às amigas para lamentarem a  sua triste sina. Por que amam tanto o homem errado? Em situações assim, avós, mãe, irmãs e amigas,  não devem apoiar as queixas e sim, fazê-las perceber a diferença entre amor e dependência emocional e que banquetes são bons, mas somente para celebrar.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Justiça com as próprias mãos

                O verão de 2017 está quente e não há que discorde, a maioria das pessoas porque estão sentindo na pele e aqueles privilegiados, que  desfrutam de ambientes com ar condicionado, não arriscariam uma opinião diferente porque os boletins climatológicos os desmentiriam. Sobre as mudanças climáticas, se formassem  três filas, uma para reclamar, outra para  apresentar   sugestões do que deve ser feito e a última, para executar, com certeza, a  primeira   se perderia de vista, a segunda cairia para dez por cento e a última, pode ser que apareceria um ou  dois corajosos, dispostos a lutar contra o aquecimento global.                                                                                                                                                          .      Os moradores das cidades, ignoram  o que aprenderam na escola sobre a importância das  árvores  no ciclo da água,  biodiversidade,  produção de  alimentos e  madeira para  mobiliário e construção civil, industria naval e muito mais.  Se indagar às pessoas urbanas, sobre a necessidade de mais árvores nas ruas, grande parte da população terão na ponta da língua  uma resposta que demonstrará  nenhuma preocupação com o aquecimento do planeta e a resposta provavelmente será esta: Para que?  Arrebentar as calçadas? Arvore só faz sujeira!  Causa prejuízo aos moradores porque caem sobre os carros, casas em dias de temporal.
           Comparado com os benefícios das árvores para a manutenção da vida no planeta, estes contratempos não deveriam sequer ser citados, porque sem elas, a espécie humana perece.  Além da beleza e sombra, elas absorvem o gás carbônico emitido pelos carros e outras  atividades humanas, equilibram a temperatura, aumentam a umidade do ar, filtram a poluição, atenuam a poluição sonora, reduz o estresse, amenizam a força do vento, protegem o lençol freático, servem de habitat para pássaros e insetos,
            As árvores não precisam do homem, mas o  homem precisa delas para viver, assim, protegê-las,  não é somente  responsabilidade do poder público e de ambientalistas,  mas um dever de todos os cidadãos comprometidos com a vida na terra.  É hora de  fazer justiça com as próprias mãos. Plante e cuide de uma árvore, na sua calçada, no seu quintal. Moradores de apartamentos também podem dar a sua contribuição, mesmo que seja apenas com um pequeno vaso com uma  espécie de suculenta, que é fácil de cuidar,  embeleza e alegra o ambiente.
            

sábado, 14 de janeiro de 2017

Cachorro, cano e crianças

                    
            Os síndicos e zeladores são unânimes ao afirmarem que os três principais problemas em  prédios residências começam com a letra C. São eles: Canos - problemas  com  vazamentos  em canos causa  transtornos ocasionais e, que além dos problemas acarretados aos moradores, com a falta de água, já quem em situações assim, o registro tem que ser fechado, a contabilidade também é atingida em virtude da compra de material para o reparo e a contratação de encanador.
            Crianças -  É sabido que para o desenvolvimento saudável  os pequenos precisam de espaço para correr, brincar, cair e levantar, porém, muitos edifícios não dispõem de área destinada ao lazer infantil e síndicos, zeladores e demais funcionários são sobrecarregado com  as reclamações dos outros condôminos e  as mais comuns são: Música no último volume,  gritos, brigas, jogo de bola, dentro do apartamento. E, nas dependências  os problemas continuam: Tocam as campainhas, correm pelos  corredores e escadas,  fazem do elevador pula-pula, riscam carros, esvaziam pneus, e muito mais. As dificuldades de convivência não são minimizadas quando as queixas chegam aos pais, porque, estes não acreditam nas peraltices dos filhos e, assim sendo, não os orientam quanto a importância das regras de boa convivência e os problemas  continuam para o desespero do zelador.
            Cachorros - Nem todas as pessoas apreciam a companhia dos caninos, uns tem medo, outros alergia e os demais, simplesmente, preferem  conviver somente com a sua espécie, e não existe nada de errado nisso; as diferenças de gosto e opinião é que dão colorido à vida.  Parece simples  mas não é, já que os proprietários dos animais têm certa dificuldade de entender que as pessoas são diferentes e impõem a presença de  seu bichinho  de estimação sem se preocuparam  com a natureza da espécie e suas necessidades fisiológicas.
            Moradores de prédios pequenos, sem síndico e zelador, são os que mais sofrem com os cães dos  vizinhos. Ao abrir a porta da sala pela manhã, já encontram o território todo marcado, sem falar no cheiro forte de urina e fezes. As reações são diferentes: Uns apenas ignoram e seguem o seu caminho irritado e vão reclamar com os colegas de trabalhos. Outros  tocam a campainha do proprietário e os outros moradores são despertados ao som de vozes alteradas. Existe também aqueles que  procurar resolver o problema pelo lado mais prático. Recolhe a sujeira, joga água e desinfetante no corredor e  tem prejuízo dobrado, o custo com material de limpeza  específico, e o desconto  no salário porque chega atrasada ao trabalho.
            Dos três problemas, o  mais difícil de se resolver é o de canos, já que envolve profissionais especializados e dinheiro, nem sempre disponível no caixa do condomínio.  Os outros, seriam fácil, se país e proprietários de animais  entendessem que o direito deles termina quando começa o do outro. Latido de cachorro, choro e risos de criança, são inevitáveis e merece compreensão de todos, porém, traquinagens  de meninos mal educados e  dejetos de animais,   ninguém merece!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

O Caso trágico do filhote de urubu

                       
            Quem convive com crianças e adolescente sabe que a última moda, nas escolas públicas   são os projetos de meio ambiente, visando conscientizar a garotada da importância  da natureza e  da responsabilidade  de todos para a garantia da qualidade de vida de seus descendentes e dos descendentes  de seus descendentes. A molecada  saem às ruas pedindo garrafas pet, latas de refrigerantes, cervejas, embalagens longa vida, revista  e jornais, para trabalhos escolares ou para vender e arrecadar dinheiro para grafitar o muro da escola, por exemplo. Louvável!
            Moradores das proximidades das escolas, sem filhos em idade escolar, e envolvimento com os projetos, têm o distanciamento afetivo e discernimento necessário para analisar estas iniciativas de  maneira objetiva e realista e, podem afirmar com propriedade que o distanciamento entre teoria e prática é de milhares de anos luz em muitas escolas.
            Geralmente, na culminância do projeto, as famílias, imprensa e a comunidade  em geral, são convidadas e, apesar  dos discursos sobre a importância de preservar o meio ambiente,  o espaço físico da escola  mostra o contrário. As paredes estão sujas, rabiscadas, cadeiras quebradas e escritas, com caneta e até corretivos, banheiros  danificados,  lixo no chão e o pior, usam excesso de material, para dizer que é preciso reduzir o consumo. No decorrer do ano, os vizinhos  presenciam outros distanciamentos  entre discurso e prática, como  o caso do filhote de urubu.
            Em uma escola, com o muro grafitado, cujo tema era: “Preservação da Natureza” ninguém sabe como, apareceu um filhote de urubu, que ainda não sabia voar, no estacionamento da escola. E estranhamente, não recebeu  a atenção devida, por ser um ser vivo, indefeso e essencial, porque  são os melhores faxineiros da natureza. Sem eles, doenças decorrentes da  lenta decomposição de animais mortos, propagariam com rapidez prejudicando a todos os animais  silvestres  e domésticos, inclusive os seres humanos.
            A história do visitante inusitado  e a providência da escola se espalhou rápido. Telefonaram para a Polícia Florestal buscá-lo. Dizem, que ela pediu que alguém o entregasse  na Sede e está providência não foi tomada e o pobre filhote morreu de fome, sede e medo. O corpo docente e discente fala, em preservação, porém, delegam a  tarefa somente aos Órgãos Públicos e, quando apareceu a oportunidade, de ensinar  com a prática, infelizmente, os educadores ignoram a máxima popular “ Os exemplos falam mais do que as palavras”. Se, com a ajuda de alguns alunos, um professor tivesse pegado o filhote com cuidado, e  entregado-o a uma Instituição especializada, teria tido uma atitude responsável, que os educandos iriam reproduzir em suas  vidas e repassá-la aos seus filhos e netos, afinal, palavras o vento leva  e os exemplos se  assimila e pratica. Faltou atitude!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Políticos e eleitores

                   Se fosse de interesses dos políticos brasileiros trabalharem para melhor à Saúde Pública brasileira, eles procurariam  uma Unidade de Pronto Atendimento ( UPA) e constatariam que de  pronto, somente  o nome porque os pacientes esperam em média oito horas para serem atendido, em casos simples, como torções, gripe, sinusite etc.
            Além de sentir na pele,  a demora no atendimento, eles ainda teriam a oportunidade de conversar com  os seus eleitores, de igual para igual, uma vez que todos estariam na fila de espera para atendimento médico,  passando mal, muitas vezes com fome e sozinhos.
            Durante a longa espera, ele poderia ouvir  o lamento de um trabalhador rural, com mais de 75 anos de idade,  que  começou a labuta com a enxada nas mãos  aos sete anos de idade, debaixo de chuva  fria ou sol escaldante e, em virtude dos baixos salários pagos  na zona rural, sequer conseguiu comprar um  casinha modesta, na periferia, para  o repouso do corpo cansado e sem força na velhice.
            Sua energia ficou na saca de feijão, arroz, milho, café que alimentou do mais pobre ao mais rico do país e, agora,  com tantos janeiros nas costas, com uma pequena aposentadoria que mal dá para o sustento da casa, quase tem que implorar por atendimento médico  e remédios de amostra grátis,  porque nas farmácias públicas, estão sempre em falta e com a renda mensal que tem, ou compra comida e paga o aluguel ou avia a receita. Escolha difícil!
            Se os políticos brasileiros  sentissem na pele, a dura realidade dos  idosos, ouvissem de coração aberto a história de suas vidas permeadas de  muito trabalho e carestias, talvez  criassem políticas públicas  que propiciassem a todos uma vida digna, na qual, a aposentadoria do trabalhador rural  desse  para suprir as necessidades básicas de moradia, alimentação, saúde e até lazer.   Aquele  que trabalhou na lavoura, alimentou milhares de  pessoas e, na velhice,  passar fome   é uma  vergonha nacional! 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

The Voice kids

             
            Dia 08 de janeiro de 2017, iniciou a  segunda temporada do The Voice Kids  sob o comando de André Marques, que se saiu bem, porém  o carisma e a  doçura do Tiago leifert  deixou  saudades imensas  nos telespectadores  e a esperança de que ele  assuma a terceira temporada. Foi um espetáculo de  talento, emoção e fofura!
            As  treze crianças  que se apresentaram, mostraram a que vieram: surpreender os  adultos esbanjando técnica vocal, repertório de qualidade, domínio de palco, beleza, simpatia, simplicidade e carisma.  Enquanto alguns  pais, educadores, algumas mídias estão oferecendo às crianças, músicas com forte apelo sensual entre outras influências impróprias à idade,  a produção do The Voice Kids, 2ª temporada, jurados e demais envolvidos chegou para engrandecer a cultura musical brasileira. O telespectador pode apreciar meninas e meninos, menores de quinze anos cantando com maestria, canções que fizeram sucesso nas vozes de grandes intérpretes, com destaque para:
Elis Regina e Tom Jobim: Águas de março;
Elis Regina; Maria, Maria;
Nalva Aguiar: Beijinho doce;
Roberto Carlos: Splish Splash;
Victor e Léo, Michael Jackson   entre outros grandes sucessos.
            Desde a mais tenra idade as crianças estão expostas a  todos gêneros musicais, e a maior influência  vem das mídias modernas: rádio, televisão, internet e cabe aos responsáveis pelos menores, filtrarem o que é adequado à   faixa etária  e que irá contribuir de  maneira positiva na formação da identidade do menor porque, com bem disse Éça de Queiroz (1845-1900) “ São os hinos que fazem as revoluções!”

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

É preciso praticar

      Na infância, as crianças cristãs começam a frequentar  os cursos tracionais de sua igreja, e a elas, são transmitidos os 10 Mandamentos da lei de Deus, conhecido também como Decálogo, Tábuas da Lei. Pela fé, acredita–se que este conjunto de Leis, foi escrito por Deus e entregue à Moisés no Monte Sinai. São eles:
I-                 Amar a Deus sobre todas as coisas;
II-              Não tomar seu santo nome em vão;
III-          Guardar domingos e festas de guarda;
IV-            Honrar Pai e Mãe;
V-               Não matar;
VI-            Não pecar contra a castidade;
VII-        Não roubar;
VIII-     Não levantar falso testemunho;
IX-            Não desejar a mulher do próximo;
X-               Não cobiçar as coisas alheias.
       Se estas  dez regras fossem  praticadas à sério,  viver seria simples; brigas familiares,  revoluções e guerras, simplesmente não existiriam. Mas a realidade é outra,  seres humanos se  matando, com requinte de crueldade,  tendo como vítimas até bebês inocentes.
      A  família e a igreja estão falhando na transmissão  destas dez regras  básicas de convivência harmoniosa. É difícil acreditar, mas o noticiário tem provado diariamente que até um dos mais simples e fácil de cumprir:                “ Honrar pai e mãe” não está sendo cumprido. Filhos agredindo verbalmente e fisicamente e até assassinando aqueles que lhe deram à vida, e por motivos banais. Em algumas famílias, crianças com  uns sete anos de  idade, já tem como meta de vida, conseguir um  emprego,  atingir a maioridade e mudar para bem longe de seus progenitores e, muitos  o fazem, sem remorsos, acreditando estar dando adeus a uma vida em que desconhecia  a alegria e o companheirismo; sem negar, em que todas as noites,  ia dormir  de barriga cheia em uma cama  macia e quentinha.
        Longe do lar de origem,  com a vida estabilizada, muitos sequer, lembram da infância e adolescência  junto com os país. Outros têm vaga memória e sentem certo desconforto por não conseguirem sequer,  telefonar para os  pais em datas significativas como  natal, aniversário e outras. Eles têm recursos para isso, porém, a mágoa é maior do que o amor e o dever para com aqueles que lhe deram a vida e  dedicaram anos à sua criação. Tanto a família quanto a igreja devem  encontrar uma maneira de  ensinar  o Decálogo de maneira que tenha uma prática eficaz, para o bem de todos.




segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Dia do Fico

                             
            No dia 09 de janeiro de 1822, Dom Pedro I (1798-1834)  príncipe-regente do Brasil, que era na época um Reino Unido a Portugal e Algarves; pronunciou a célebre frase que fez com que esta data ficasse conhecida na história brasileira:  "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”. A história prova que ele  ficou e, em 07 de setembro de 1822,  proferiu  o famoso grito: “Independência ou Morte!”  às margens do rio Ipiranga, e consolidou a Independência brasileira.  O monarca administrou o país durante dez anos e, segundo alguns pesquisadores, seu maior legado foi ter garantido a integridade territorial nacional.
            Dom Pedro I ficou,  garantiu a integridade territorial, proclamou a  Independência do Brasil, porém, não conseguiu acabar com a desigualdade social e a miséria crônica, que perdura até hoje, independente do governante; e não condiz com a realidade geográfica, já que é um país com  grandes extensões de  terras aráveis, rico em água potável e biodiversidade.
            Se a terra tem condições de alimentar todos os seus filhos dignamente, faz-se necessário, um esforço conjunto da família, igreja, escola e poder público,  para a formação de seres humanos melhores, comprometidos uns com os outros  e com o meio ambiente. A exemplo de  Dom Pedro I, que  optou por ficar, visando o bem estar  da nação, o povo brasileiro também deve priorizar o coletivo e permitir a permanência no poder, somente dos políticos comprometidos com a soberania nacional, com os  seus eleitores,  e fiéis as promessas de campanha, que nunca mudaram: saúde, educação, trabalho, moradia e transporte de qualidade para todos. Em um regime democrático, o povo  é   portador da arma mais eficaz: o voto.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Senhores políticos, adotem um aposentado

                     Não é novidade para ninguém que  os  salários dos políticos brasileiros  competem com os dos países do primeiro mundo e que  o salário mínimo é de míseros R$937,00 /2017; e o assunto exaustivamente divulgado pela mídia é  a reforma da Previdência e a possibilidade de que, em um futuro próximo, ela  não conseguirá arcar com os custos das aposentadorias.
            Diante da  perspectiva da quebra da Previdência, o ideal, seria que cada político, eleito  pelo voto popular, pensasse em seus eleitores  e repassasse  ao INSS,  um pouco do seu altíssimo salário para ajudar aqueles necessitados que contribuíram para que alcançasse o sonho de ser político e trabalhar pelo povo. Esta doação voluntária, praticamente não comprometerá  o orçamento deles, já que a maioria dos idosos recebem  apenas um salário mínimo.
            Em uma campanha nacional: Políticos! Adotem aposentados, durante o mandato e,  se aposentar como político, manter a contribuição voluntária. Uma  sugestão de escala para adoção seria:
Presidente:              06 aposentadorias = 06 X 937,00 = 5.622,00;
Senador:                 05 aposentadorias = 05  X 937,00 = 4.685,00;
Deputado Federal:  04 aposentadorias = 04  X 937,00 = 3.748,00;
Deputado Estadual: 03 aposentadorias = 03 X 937,00 = 2.811,00
Prefeito:                   02 aposentadorias = 02 X 937,00 = 1.874,00
Vereador                 01 aposentadoria    = 01 X 937,00  =   937,00.
            Diante dos altos salários mais os benefícios, estes valores não  farão falta  para o benfeitor, mas  para o eleitor, é tudo que conseguiu após longos anos de trabalho duro, mal remunerado e, muitas vezes, em condições precárias. Senhores políticos, ajudem aqueles que lhes ajudaram a realizarem o tão nobre sonho de trabalhar para   o povo.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Carinha de Anjo

                           O ano de 2016 terminou com alto índice de violência em todo país  e parece que 2017  quer superá-lo, como mostra diariamente a imprensa escrita e falada. Retornar ao lar, após um dia  exaustivo de trabalho, ligar a  televisão  e assistir noticias sobre chacinas, assaltos, corrupção no Poder Público, negligência médica, acidentes de trânsitos por imprudência e álcool  faz minar a esperança de dias melhores em qualquer cidadão e a possibilidade de sonhar com um tempo de paz  cai para 1%. Felizmente, está no ar desde novembro de 2016   uma novela leve, para assistir em família, antes de se entregar aos braços de Morfeu.
            Inspirada na telenovela mexicana Carita de Ángel, que por sua vez é um remake de uma  trama argentina  de autoria do roteirista e produtor Abel Santa Cruz  (Buenos Aires,1911 – Mar del Plata, 1995). Carinho de Anjo encanta pela interpretação das atrizes e atores mirins, cenários, figurinos e adereços, fotografia  e uma trilha sonora que contempla as cantigas populares e músicas antigas e de qualidades com arranjos modernos que  agradam pais e filhos.
            A autora  Leonor Corrêa e a supervisora geral  Iris Abravanel  estão de parabéns por oferecer  aos noveleiros de carteirinha,  um produto de qualidade que resgata a pureza da infância e  alia, beleza, simplicidade  e emoção! 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Dia de Santos Reis - 06 de janeiro

                     Uma das mais belas tradições profanas - religiosas, que, infelizmente está se perdendo  é a Folia de  Reis. Introduzida no Brasil pelos portugueses, ainda nos primórdios da formação da identidade cultural da  nação que surgia, fincou sua bandeira, principalmente nos estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo.
Sua origem  é incerta. Em pesquisa online, encontrou- se várias versões. A primeira afirma que  sua raiz está  em uma antiga tradição egípcia: a festa do Sol Invencível, que posteriormente foi adotada pelos romanos. Independente da origem,  é uma expressão religiosa popular que resgata a saga  dos três Reis Magos, Gaspar, Belchior e Baltazar que segundo a tradição católica, seguiram  a Estrela de Belém e  foram ao encontro do Menino Jesus que havia nascido e ofereceram à criança: ouro, mirra e incenso, presentes que simbolizavam a imortalidade, divindade e realeza.
Segundo a  tradição, 06 de janeiro, dia em que os Três Reis Magos visitaram o Menino Jesus, é o dia de desmontar o presépio  e  toda a decoração natalina e também, é o dia da entrega das folias de reis, que   voltará a percorrer as ruas e estradas das cidades e do sertão brasileiro, entoando seus cantos profanos/sagrados de porta em porta, buscando oferendas  no próximo Natal. Somente  quem  foi acorda  de madrugada ao som do canto peculiar dos foliões de Santos Reis, sabe o que  o  representa a perda desta tradição secular, porque é um espetáculo de rara beleza, simplicidade e fé.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Displicência

          Que a tecnologia   encurta distâncias,  disponibiliza informações e  torna a vida mais fácil, não resta a menor dúvida, mas, em excesso, acaba inibindo a reflexão sobre as questões da vida diária, as  trocas de informações e o repasse das tradições familiares, como os cuidados com os recém- nascidos.
No lar há predomínio tecnológico!  Enquanto alguns assistem televisão, outros estão ouvindo rádio,  conectados a internet,   postando fotos e curtindo posts, conversando no Whatsapp, que apesar de agilizar a comunicação entre as pessoas, a torna superficial e suscetível a  enganos e mal-entendidos. Atento a tudo que acontece no mundo virtual, a comunicação diária entre as pessoas, necessária para a harmonia da família acaba deficitária.
Sentar-se à mesa de uma sorveteira, com o celular desligado, e enquanto saboreia um delicioso napolitano, observar o ritmo da  rua e os transeuntes pode ser uma experiência rica  no quesito observação das mudanças de comportamento das pessoas, e o quanto elas não colocam em prática, o conhecimento adquirido na  escola, meios de comunicação de massa, revistas de informações  e nas redes sócias.
Enquanto a pessoa toma o sorvete, ás 15 horas, horário de verão, temperatura 35º, com uma sensação térmica de 38º, presencia-se   infrações de trânsito, assaltos e também, o  mais chocante: O distanciamento  entre  a teoria e a prática. Uma jovem mãe vai caminha tranquilamente com o seu bebê recém-nascido, com o rosto voltado para o sol escaldante, contando apenas com as sombras das   raras  árvores e das construções. A responsável pela criança, não se preocupou sequer em protegê-lo com um boné ou fazer uso da velha conhecida  das matriarcas amorosas e cuidadosas:  A sombrinha!
Os riscos de câncer de pele, são largamente discutidos na escola e, sempre na entrada do verão, dermatologistas e  oncologistas   são requisitados pela  mídia para falarem sobre os  benefícios e riscos do sol.O telespectador é bombardeado com propaganda de protetores solares que alertam sobre a necessidade de proteger a pele contra os raios ultravioleta, que apesar  dos seus benefícios, em excesso, são prejudiciais.
Que falta faz as avós tradicionais! Até os meados do século XX, elas eram  as principais responsáveis pelos cuidados com os bebês, e quando estes  saíam às ruas, além da   jovem mãe ser obrigada a usar a sombrinha,  ele tinha uma proteção extra que era um capeuzinho de algodão, em cor clara e a mamadeira com água, para hidratá-lo. E elas nem sabiam dos riscos de câncer de pele. Tinham apenas uma atitude de amor e cuidado com a frágil vida, que era o orgulho da casa e a certeza que a família continuaria por muitos e muitos anos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

De férias, fotografando

                  Férias é ótimo! Principalmente para os adultos, sem filhos, ou aqueles  cuja prole já   disse adeus ao ninho e voou  para bem longe para  dar continuidade à família sem a tutela dos progenitores. Mas para os  pais, que moram em apartamentos pequenos, sem espaço destinado a recreação, garantir a diversão das crianças, sem incomodar os vizinhos e desrespeitar as regras do condomínio pode ser uma tarefa quase impossível, principalmente, quando o orçamento familiar está apertado e Colônia de Férias, somente em sonhos. 
            O período de férias escolares é ideal para fortalecer os laços afetivos, divertir, descansar  e  também, ampliar o conhecimento de um jeito lúdico, sem cobranças e sem comprometer o orçamento. Diante da crise política e financeira que o  país atravessa, é um bom momento para ensinar economia doméstica, ao analisar  as possibilidades  para sair da rotina. Resgatar o antigo  hábito de escrever cartas é uma boa  opção em virtude do baixo custo, desenvolvimento da leitura e da escrita e do carinho envolvido em  toda correspondência pessoal.
Todas as formas de inscrição gráficas surgiram da necessidade humana de se comunicar e expressar  sentimentos.  Vasta literatura relata que o desejo do homem de comunicar-se à distância precedeu o uso da escrita e  faziam uso dos recursos disponíveis como os sinais de fumaça,  toque de tambores.
O  selo postal  contribuiu para o desenvolvimento da comunicação à distância, e pela seriedade  com que são emitidos, passando pelo crivo da Empresa Brasileira de  Correios e  Telégrafos, Ministério das Comunicações, Comissão Filatélica Nacional os selos postais conquistaram   as famílias  por ser um artefato que expressa graficamente um ato comunicativo; e é um eficiente  veículo de divulgação da cultura nacional no exterior e, com a criação dos selos personalizados, uma ferramenta  de fácil manuseio, de baixo  custo que ser ótima uma opção para  atividades diferentes com os filhos, nas férias escolares.
A democratização  da fotografia ocorreu  no século XIX, com o lançamento da primeira câmera comercial e do filme flexível. No final da década de 1980,  são lançadas as câmeras digitais  e com o advento da internet e  site de relacionamentos  é  largamente usada por crianças  e adolescentes que  postam  fotos pessoais  de familiares e amigos. Com o distanciamento que as crianças urbanas têm da natureza, e dos problemas ambientais enfrentados, uma opção de  diversão e conscientização, juntamente com os  responsáveis é fotografar os pequenos seres que tiveram que se adaptar  a vida nas cidades como os pardais, lagartixas  e outros.
A visão é  um dos sentidos mais aguçados dos seres humanos e  na sociedade atual, dominada pela imagem, acredita-se ser necessário  ensinar aos  filhos a leitura de imagens, sensibilizá-los e informá-los por meio da  beleza, mediado por fotografias de  profissionais especialistas em natureza e  de fotos produzidas por eles da biodiversidade local. Apresentar aos pequenos, fotografias, por exemplo,  de Luiz Cláudio Marigo e  Adriano Gambarini, é uma excelente oportunidade de direcionar o olhar  para a riqueza do bioma brasileiro; sem conhecimento  não  há amor e sem amor, não existe o cuidado necessário para com a terra.
Após   a pesquisa  online, convide os filhos para um trabalho de campo: Fotografar a fauna e flora urbana, não esquecer sequer das formigas, daquela  flor que desabrochou em um lugar improvável, como a  fenda  em um velho muro. Escolha a   foto mais significativa, vá com eles  a Agência Central de Correios e faça a um selo personalizado, estimule-os a escreverem  cartas aos parentes e amigos distantes;  além de fortalecer os laços de amizades, divulgar o trabalho da criança, todos os envolvidos terão a chance de  se conectaram com a beleza real da cidade,  que na correria diária, com os olhos fixos na tela do celular, passam despercebidos.  Pode ser uma opção de férias diferente e nem por  isso, menos divertida.