sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

A invisibilidade de Anita

                     - Engole o choro – dizia irada, minha mãe. – É melhor fechar essa matraca.   Um nó se formava em minha garganta, minhas faces ficavam vermelhas qual  uma lua de sangue e meus olhos fixavam à  terra,  e eu desejava ser tragada por ela para que nenhuma palavra escapasse de minha boca e nem lágrimas de meus olhos.  – Você tem que agradecer de ter uma mãe que se preocupa com você – esta era a  justificativa para o ato brutal. Em minha infância, sofri violência física e  psicológica. À época, era normal que os responsáveis pelos menores, infringissem castigos físicos; diziam  as mulheres mais velhas que  “ que pecado de criança não é absolvido pelo padre, mas pela varinha de bambu”. Todos os  adultos de meu convívio eram adeptos desta teoria e os assuntos  nas escolas, principalmente às segundas-feiras, era prioritariamente as surras de finais de semana.
            É  difícil dizer qual foi a pior surra que levei, eram tantas, com tanta frequência e por motivo fútil, e na maioria das vezes, injustamente, por uma mentira de meu irmão, o “queridinho da mamãe”, que  aos olhos maternos, sempre tinha razão; ela nunca ouviu a minha versão dos fatos e o estalido do chicote podia ser ouvido  em toda à casa, porém, ninguém, nunca veio em meu auxílio. Minha pele estava sempre marcada pelas chicotadas, antes mesmo que os vergões da última desaparecessem, era açoitada novamente. Com o distanciamento dos anos e com o olhar de adulta, acredito que eu era o saco de pancadas de minha mãe, onde ela descarregava toda as  mágoas, frustrações e a sua covardia, de não  ter a coragem para exigir de meu pai, a qualidade de vida que ela  desejava e  acreditava que ele tinha condições de proporcionar.  Até os meados do século XX, era assim que as crianças aprendiam  as regras sociais, e com exceção dos “queridinhos da mamãe”, que  havia em todos os lares, os demais filhos eram açoitados impiedosamente, por aqueles que no altar, prometeram cuidar dos filhos que Deus lhe confiasse.
            Eu não tenho memória de uma surra justa, por uma falta grave como  por exemplo, por fogo na casa propositalmente, abrir a porteira do curral para soltar o gado, bater em meus irmãos menores, maltratar animais domésticos, pisotear  os canteiros da horta, no momento em que as sementes estavam germinando, simplesmente porque eu nunca fiz isto, sempre fui uma boa filha,  na mais tenra idade, cumpria com as minhas obrigações, aquém de  minhas forças, estava sempre cansada, razão pela qual  carrego até hoje, a alcunha de preguiçosa. Era açoitada por coisas insignificantes como não ouvir ao ser chamada, derramar água do balde enquanto enchia o  pote de água ou  sentar-me  para descansar por uns minutos, e  claro, fofocas do  meu irmão, que acreditava que eu era a sua escrava e estava na casa, somente para servi-lo.
            Com o  correr dos anos acabei desenvolvendo a capacidade de tornar-me uma pessoa invisível. Procurava acordar  com o cantar do galo e  executar as tarefas  domésticas, a mim destinadas, para que quando minha mãe levantasse, sequer lembrasse que eu existia, assim, eu podia fazer as outras tarefas, relacionadas ao trato  com os animais e plantações, sem as dores  no corpo, oriundas de chicotadas. A invisibilidade era o meu porto seguro,  o que me mantinha longe da fúria materna. Os reflexos  de meu esforço para não ser vista deixou-me traumas profundos  que influenciarem em meus relacionais pessoais e profissionais.
            Apanhar, engolir o choro e seguir com as tarefas como se nada tivesse acontecido, me transformou em uma pessoa   servil, sem coragem de expor  os seus pontos de vista, optando sempre pelo silêncio, mesmo tendo algo  interessante a dizer ou até mesmo importante, que ajudasse a resolver o problema que estava em discussão. Das muitas  sequelas que carrego da violência sofrida na infância são predominantes: no âmbito pessoal, nunca consegui    aprofundar uma amizade, temia  reviver a situação de exploração  dos tempos de crianças,  sempre a desconfiar das pessoas, sequer consegui levar um  namoro por mais de seis meses e com todo o investimento em cursos de  capacitação profissional, nunca fui promovida,  pois repetia nas empresas em que colaborei,  a minha habilidade em ser invisível, executava em silêncio, dentro  do prazo  previsto, todas as minhas tarefas, sem esquecer nada e  também, sem inovar, isto do primeiro dia de trabalho  até a aposentadoria.
            Sempre   digo a mim mesma que em toda a minha vida, eu tive apenas duas grandes alegrias que levarei para o túmulo: O dia que consegui o meu primeiro emprego e o  que assinei a aposentadoria e  neste último, ingenuamente, acreditei que finalmente, eu estava livre para ser feliz, já que a luta diária  pelo  pagamento no final do mês estava garantida, mudei para outro estado, sem informar familiares e conhecido, e eles nem perceberam. Eu estava determinada a sair da invisibilidade, tornar-se uma pessoa agradável  rodeada de  pessoas interessantes, porém, amigos não caem do céu e é preciso  encontrá-los e conquistá-los. Pessoas de bem são encontradas nas igrejas, nas academias,  bibliotecas, casas de espetáculos, espaços culturais, cursos livres e pizzarias.  A estratégia deu certo! Já na primeira  celebração  que assisti,  na hora dos avisos, tradicionais em finais de  missas, foi anunciado um curso grátis, para formação de mulheres   para ampliação e fortalecimento do conhecimento de seus direitos. Vi no  anúncio a oportunidade para “encontrar a  minha turma”, sequer procurei saber  a matriz curricular do curso, anotei somente  os dados para inscrição e no dia da aula inaugural, eu fui a primeira a chegar e a primeira a sair.
            A voz predominante na aula inaugural  foi de uma professora universitária que discorreu a dura jornada da mulher para ingressar no   mercado e a discriminação que ainda sofre, em plena Era da Comunicação e Tecnologia.  Fiquei chocada!  Neste dia, percebi   que a  discriminação  e exploração da mulher não era um privilégio  das pessoas antigas e rudes de minha aldeia, que ainda está arraigado  na sociedade brasileira e o mais triste,  ainda existe exploração da mão de obra infantil,  a qual eu também fui vítima. E o curso seguiu com aulas interessantes,  palestrantes explanando sobre a legislação brasileira, nossos direitos e como acessá-los. A mudança de comportamento é lenta e dolorosa e nem mesmo   a rede de mulheres que estava sendo formada com o intuito de ajuda mútua  não conseguiu com que eu deixasse o hábito  da invisibilidade. Entrava muda, sentava-me   na última carteira, permanecia em silêncio, mesmo quando aberta a palavra aos participantes para esclarecimento de  dúvidas. Finda a aula, era a primeira a sair e calada, como sempre, sem coragem  para abrir a boca até para  pedir uma carona até o ponto de ônibus,  em dias chuvosos, quiçá, iniciar um diálogo sobre a questão da mulher na sociedade contemporânea. Neste curso,  o objetivo  inicial de formar um círculo de amizades não foi alcançado, porém, tive a consciência de como são fortes os impactos dos traumas infantis e que, sem a ajuda de um profissional competente, perduraram até o final dos dias da vítima.
              

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Amargando a solidão

             

          Tudo o que desejo é aliviar a minha angústia  de estar completamente só, de fato e de sentimentos. Por que faço esta diferenciação?  Quando eu morava com minha família, cercada de pessoas 24  horas por dia, 365 por ano,  a solidão era a minha  companheira inseparável; sempre incompreendida, criticada, esculhambada, inclusive pela minha própria mãe, que até o último instante de sua vida, jogou  em minha cara que eu não era o filho que ela queria ter. Que eu não passava de uma “lesma”, uma menina feia que só lhe causava preocupação.

        Este sentimento de solidão dói. Por um tempo, fiz tudo que estava ao meu alcance para fazer amizades: procurava visitar as pessoas, convidá-las à minha casa, para sair.  Mas o lastimável é que não consegui uma amizade sólida, alguém que se preocupasse comigo, ou pelo menos, lembrasse de mim. Algumas apenas retribuíam os meus convites. Atualmente,  com as facilidades das redes sociais, ninguém me envia uma mensagem sequer, para saber como eu estou, para jogar conversa fora, sendo franca e objetiva, para nada.

        E os namorados? Este é um mistério! Não sei a razão pela qual não consigo atrair os olhares masculinos. Tantas pessoas  contam que conheceu o parceiro no Metrô, no ônibus, no mercado, na igreja, em atividades  culturais, e eu, que frequento todos estes lugares, nada.  Peguei até uma dicas na internet, para andar feito coruja,  girando a cabeça até 270 graus, com o olhar atento,  com a esperança de cruzar com outros olhos solitários. Outro fato estranho, que vale a pena comentar neste post. Quantas pessoas se conhecem via internet, entram em furada e  outros, se dão bem, casa e são felizes para sempre. Entro em site de relacionamentos,   deixo mensagem  aos homens disponíveis, que nunca me retornam. Eu sou  uma mulher bem apresentável, de  bom gosto, inteligente, e profundamente só. Até academia estou fazendo, com o intuito de aumentar a minha área de caça.

 

Você que leu este post e se deu bem no amor, por favor, deixe  nos comentários  uma dica.

domingo, 25 de dezembro de 2022

Solidão natalina

         

E o Natal chegou! Qual foi a diferença para mim? Nenhuma, porque o sentimento religioso que nesta data nasceu o Salvador do mundo, não existe mais em  meu coração e  nem sei se ele existiu uma dia. Em minha infância, nunca ganhei um presente de natal, a casa nunca foi decorada com enfeites dourados e vermelhos e, presépio,   conhece adulta, com os meus próprio meios. Havia sim, a reza do terço  na noite de  24 de dezembro, e talvez, o que tenha colaborado para a minha descrença foi o fato de rezar e nada acontecer. Tudo muito abstrato para  uma criança. São tantos os meus sonhos não realizados, mas um que dói é o fato  de nunca ter  acordado de manhã e encontrado  qualquer coisa em meus chinelinhos, que nem sapato eu tinha. Uma vez, descobriram que eu havia colocado os  chinelos na janela e até o  último suspiro dos meus familiares, fui  vítima de chacota. A infância sem  a concretização da magia é seca e dolorosa para a criança com imaginação fértil. Se não tinham  condições de me dar sequer um pirulito, por que alimentavam a esperança?

       Durante um período em minha vida, aderi ao programa dos Correios de fazer o natal de crianças pobres, e fazer a alegria de uma criança, rejubilava o meu coração. Hoje, admito que  o  acúmulo de frustrações, mágoas e solidão,  fez de mim uma pessoa egoísta que não consigo mais pensar na possibilidade de dar um pouco  de felicidade a alguém nesta data especial, nem mesmo de uma inocente  criança. Tudo aquilo que sonhei, desejei, não chegou para mim, por que outro tem esse direito? Generosidade não está mais em meu coração. Durante anos, enviei cartões, dei presentes, e, nunca  fui lembrada por aqueles que me eram caros. Alguns ainda tinham a gentileza de retribuir. Só que há uma diferença: Retribuir significa que o destinatário lembrou de mim somente  quando recebeu o mimo. Este ano, enviei, via Correios, seis cartões de natal, apenas uma pessoa agradeceu, assim, digo com segurança, que o investimento não valeu a pena. Ninguém se preocupa com a solitária aqui, uma mulher seca, cujo ventre não  foi capaz de gerar uma vida. Se tivesse pelo menos um filho, para  nestas datas festivas, aparecer para filar bóia e economizar nas despesas de final de ano, eu não seria tão sozinha.

       O que tenho  nos finais de anos é apenas o brilho da lua  e das estrelas. Ontem fui à missa, não por acreditar nos mistérios e magia do natal, mas para amenizar a minha solidão e talvez, encontrar um  namorado. Saí de antena ligada,  com o pescoço girando para a direita e para a esquerda, para a minha decepção,  meus olhos não  alcançaram um homem com idade compatível a minha sozinho, os “da bengala” estão todos acompanhados de esposa, filhos e netos. Não quero um  companheiro muito mais novo do que eu, por  duas razões sérias:  medo que ele abrevie a minha partida para a “terra dos pés juntos” e de traições, pois uma octogenária já está com a sexualidade serenada.  Posso até não conseguir encontrar um namorado  com idade compatível com a minha,  mas o fato de sair à procura, é um bom antídoto para amenizar a solidão.

       Este ano de 2022, muitas pessoas  de minha infância partiram, até a rainha Elizabete II, que nós, ingenuamente, acreditávamos que  trocaríamos de morada primeiro, se foi. E  segue a lista:  Elza Soares, Jô Soares, Milton Gonçalves, Olavo de Carvalho, Carlos Eduardo Moreira e Arnaldo Jabor. Cláudia Jimenez, Gal Costa,  Rolando Boldrin,  Éramos Carlos, e muitos outros, e quanto ao rei do futebol, o Pelé, os boletins médicos,   não são animadores. O preço que se paga pela longevidade é a solidão!   Familiares, amigos, colegas de trabalho e ídolos,  partem, um a um. Então, o que tenho a celebrar hoje é a vida e a saúde!

 

sábado, 17 de dezembro de 2022

Passagem gratuita

       

  A vida tem os seus mistérios! Fiquei mais de duas horas, na rodoviária, esperando para conseguir   uma passagem intermunicipal gratuita, que eu, no auge de meus oitenta anos, tenho direito. Éramos  aproximadamente 20 idosos, à espera do benefício e como eu muitos não conseguiram.

      No futuro, não sei  quais serão as condições para aqueles que carregam  nas costas, o peso de muitos janeiros usufruírem do benefício. Hoje é humilhante e cansativo. Temos que ir  marcar cinco dias antes da viagem,  e no  mesmo horário em que queremos embarcar. Exemplo: quero viajar sexta-feira, às doze horas, tenho que estar no guichê da empresa, domingo  doze horas,  para marcar.    Resignada, comprei e paguei a passagem e segui o meu destino. Foi um dia cansativo. Água, lanche e  almoço estão muito caro. Para  um aposentado comer fora, significa que até o próximo pagamento, em casa, terá apenas arroz e feijão. É a vida, e  dando graças a Deus que temos comida no prato enquanto tantos não tem. Fato é que quando fui  comprar a passagem de  volta, o rapaz perguntou a minha idade, pediu minha identidade  e fui beneficiada  com a gratuidade  do transporte. Tão feliz fiquei, que não resisti, o pão de mel que  eu havia ganho no restaurante, entreguei a ele com o coração pleno de alegria e gratidão!  Tenho rezado e pedido tanto a Deus que o dinheiro venha até mim e que meus rendimentos sejam o suficiente para  pagar as contas e guardar para a minha independência financeira que só posso dizer: Obrigada meu Deus! Mil vezes obrigada.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Comemorações religiosas

                 Observei atentos os festejos de Iemanjá, no litoral sul de São Paulo e constatei que sou uma pessoa desprovida de fé em meu Deus e santos de devoção. Os devotos da rainha do mar, viagem sabe-se lá quantos quilômetros, acampam na areia  da praia, em condições e precária e assim expressam a sua devoção. Eu não sou capaz de tamanho sacrifício, assim,  respeito e admiro os devotos.

      Em 12 de dezembro se comemora o dia de Nossa Senhora de Guadalupe, a padroeira das Américas e eu somente tomei conhecimento que nós sul americanos  temos uma  padroeira, pelas onda do rádio, e não pelo  padres, em minha igreja. Que ela é  padroeira do México, isto eu já sabia, agora, fico cá a pensar, os secretários de turismo não sabem aproveitar bem esta data, deveria ser feriado nacional em todas as Américas católicas.  Festas religiosas  movimentam a economia local.

      Hoje, 13 de dezembro, é dia de  Santa Luzia, a protetora da visão, isto eu soube deste  quando me apaixonei pelo nosso amado rei “Roberto Carlos”, é sabido que ele não trabalha nesta data e sempre lutou para que o seu amado filho, o Segundinho,  não perdesse a visão. A Santa não atendeu ao clamor do Rei, como ele pediu, eu acredito, que havia  uma missão maior para a criança. Muito jovem ele  ficou cego, mas não escondeu dos fãs  e  continuou trabalhando, o que muito contribuiu para  o entendimento popular de que um deficiente visual também é um ser produtivo e feliz, capaz de construir uma família e trabalhar. Os designo de  Deus, só ele sabe!  Peço a Nossa Senhora de Guadalupe que proteja a nossa América Latina e a Santa Luzia, que proteja a minha visão e abra os olhos da nação para os desmandos do “ encarnado” que agora está poder e queira Nossa Senhora de Guadalupe, que a América renasça com valores universais de amor ao próximo e à natureza. Suplico também, que me dê fé!

 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Cartões natalinos

                

     Tenho ciência de como sou insignificante para as pessoas com quem me relaciono. Tenho ciência que não formei laços de afetos fortes  nas searas que percorri, assim, as  poucas pessoas que tenho endereço, já que não posso dizer  que tenho contato, porque elas nunca   enviam mensagem, procuram saber de mim nem  curtem as minhas redes sociais, sempre eu que  tomo a iniciativa, porém, migalhas é melhor do que nada e  para lembrá-las que eu ainda existo, decidi  agir à moda antiga e enviar um cartão de natal  para  cinco.

    Mas porque exatamente cinco? Simples. Encontrei uma promoção de cartões  ao valor de um real, com envelope, e como eu tinha exatamente cinco reais, efetuei a compra.  O critério de escolha  para o envio foi  o tempo de ausência e distância. Tudo pronto, partir para  os   Correios e aí, percebi que o transporte saiu mais que o dobro  do preço do produto. Em selos, gastei   onze reais e setenta e cinco centavos, aí somado aos dez reais de passagem urbana, e a  empada que comprei, ao final, totalizaram trinta reais e vinte e cinco centavos.

       Na ponta do lápis, cada cartão saiu a um custo de seis reais e cinco centavos. Em tempos de   WhatsApp,  fiquei a pensar se  valeu a pena o   investimento?  Se o custo valerá o benefício? Será que  o recebimento de um cartão impresso  suscitará alguma lembrança dos idos tempos em que a conversa presencial era a melhor forma de demonstrar e amizade? São  apenas especulações de uma pessoa carente,  em busca de migalhas de afeto! Fato é que eu sou realmente só e  como sempre, passarei  as festas  de final de ano sozinha,  mas como a esperança  é a última que morre, quem sabe, uma pessoa entra em contato para agradecer o cartão, talvez, pelo susto de receber uma correspondência impressa.