sábado, 3 de dezembro de 2016

Prioridades

               A vida é cheia de prioridades e elas vão mudando de acordo com o amadurecimento das pessoas. Quando criança, ter uma bola, uma boneca, representam  a realização de um sonho acalentando  há  muito tempo. Sim, o tempo da criança é diferente do adulto. Para ela, esperar o dia do pagamento dos  do salário dos pais,  em  termos de ansiedade, representa uma eternidade.  Na adolescência, são  tantos os objetos de desejo, que somente os pais abastados tem condições de atendê-los.  Os jovens querem os últimos lançamento de  corte de cabelo, roupa, sapato, celular e outros. A moda muda rapidamente e o salário dos  pais de baixa renda, não acompanham  os sonhos da prole e, como, nem sempre querer é poder, os conflitos aparecem e perduram até quando os filhos começam a trabalhar e assumir as próprias contas.
            Receber o primeiro salário é um momento mágico! É hora de comprar tudo que sempre quis: Coleção de CD, livros, bijuterias, perfumes de marcas caras, cabeleireiro  toda semana, bibelôs, óculos esportivos, bolsas, cintos,   e por aí afora.  È nesta fase da vida que quase  ninguém pensa:  O que eu quero? O que  eu preciso? Comprar e comprar, prestações a perder de vista. Preocupação com casa própria, poupança, previdência social é coisa de avós. Moram na casa dos pais, não pagam aluguel, água, luz, IPTU, taxa de incêndio e muito menos, ajudam nas despesas com alimentação. Seu dinheiro rende! Têm  a sensação que viver é muito fácil. Enquanto  vão acumulando coisas o tempo vai seguindo o seu curso, no seu  próprio ritmo.

            Mas o amor  chega e, na sua bagagem, sempre vem a responsabilidade e, muitas vezes, encontra uma conta bancária no vermelho. È  o momento do doloroso “SE”.  As pessoas  começam a refletir: Se eu tivesse depositado na poupança,  em vez de ter comprado tantos CD, com músicas que nem gosto mais. Se eu  tivesse frequentado menos o salão de beleza e investido o dinheiro. Profundamente arrependido, continua  o seu lamento, o “Se” agora, é o seu fiel companheiro, porque, com a calculadora em mãos, concluiu-se que, somando tudo o que está entulhado em casa, apenas acumulando poeira mais os gastos desnecessários, de momento, para alimentar a vaidade e saciar o desejo de infância de  ter para competir com os amiguinhos de melhor poder aquisitivo, hoje, teria dinheiro para dar entrada em uma casa própria. As prioridades agora são outras! 

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