quarta-feira, 1 de julho de 2020

Diário da quarentena -106º dia

                     

            O dia amanheceu nublado e com fortes rajadas de vento e ao ligar o televisor, a primeira notícia que vi já me deixou triste. Um ciclone extratropical, popularmente conhecido como “ciclone bomba”  atingiu   Santa Catarina, com rajadas superior a 100km/h e juntamente com as chuvas que atingem o estado, já se contabilizou seis mortes  e um número grande de estragos. Aqui a ventania está com apenas 80 km/h e que eu saiba, ainda não houve estragos e que assim continue, já temos problemas demais com esta quarentena que não acaba nunca. Falta exatamente um mês para agosto, época tradicional das grandes ventanias e aqui em São Paulo, o viajante dos mares já está a 80 km/h, como será  em sua época certa? Tempo de incerteza!
            Ontem eu saí para comprar tinta para os cabelos, vitaminas, colírio e  já ventava forte, o lenço de  minha cabeça foi arrancado, e por sorte, não  passava carro e  eu pude resgatá-lo bem no meio do cruzamento e novamente cobrir a cabeleireira  branca, e já cheguei direto para o chuveiro para lavar as  madeixas. Está muito difícil viver com  este medo de ser contaminada. Assim que o sol firmar, eu vou pintar os cabelo, assim, quem sabe,  ameniza a tristeza que sinto com este afastamento  de tudo. Ficar em casa, esperando o passar dos dias e sempre a temer o inimigo invisível  é somente para os  fortes. Admito que  estou saturada e  vou retomar, pelo menos, as caminhadas  em um horário de  sol a pino de comércio aberto. Preciso perder os  quatro quilos  acumulados nestes cento e cinco dias de confinamento.
            A  umidade relativa do ar esta bem baixa, 54%  e após o almoço, farei uma boa faxina na casa  que está imunda. Aprecio vento e deixei as janelas somente com as telas  para o correr o ar, porém, as telas impedem somente os pernilongos de entrar, não a poeira. Mas tudo bem, renovação do ar é a melhor prevenção para as doenças respiratórias.  Felizmente, ontem eu lavei  a roupa de cama porque uma frente fria está para chegar, com tudo limpo, ficarei jogada no sofá com  o controle remoto em mãos, esperando   o passar lento das  horas.
            Hoje, dia 1º de julho começa o  segundo semestre e eu tenho fé que há de ser melhor, ou pelo menos, pensaremos que será melhor  porque  discurso terrorista da mídia sobre a gravidade da pandemia já está sendo minimizado e já noticiam os altos índices de cura da Covid-19.Finalmente, governadores e prefeitos estão entendendo que não é possível  permanecer em quarentena  por períodos longos, não somente pela quebra da economia, mas pelo estado emocional das pessoas, ninguém consegue ficar em casa com fome ou vendo a falência de seu negócio. 
            Estamos vivendo a era das notícias falsas, da corrupção desenfreada  e eu já estou começando a pensar na possibilidade de dar razão ao Presidente Bolsonaro que desde  o início da pandemia  já alertava para a necessidade de encontrar um meio-termo  e salvar vidas sem destruir a economia. Com o país quebrado, resta  ao pobre, somente a única  opção de morrer de fome. Talvez, se tivesse sido  adotado o isolamento vertical e  orientação maciça à população sobre como evitar o contágio, hoje o Brasil não estaria nesta situação calamitosa, mas ganância prevaleceu. Discursos humanitários e prática constante de superfaturamento, desvios de verbas denunciando pela imprensa tradicional e redes sociais, e críticas severas ao Chefe da  Nação  que apenas dizia: “ Não vamos esquecer a economia.” Verdade, verdade, onde anda você? Estamos em um ano eleitoral e o coronavírus avançando rápido e graças a Deus, a cura também.




 

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