Acordei às cinco horas da manhã com
sede e calor. Após tomar um copo de água fresca
graças ao filtro de barro, que modernidade nenhuma faz-me abandoná-lo, abri a janela do quarto, olhei o
céu e vi estrelas. Estas luzes diziam que eu poderia
aproveitar duas horas a mais de sono com
a presença do ar fresco da madrugada e retornei
ao leito. Lá pelas sete horas, levantei-me, abri a cortina, e o
amanhecer estava envolvido em uma
cerração que não permitia enxergar as casas da frente com nitidez;
e o céu? Branco como a neve! Não sei a que horas começou este espetáculo da natureza que muito deve ter
preocupado os comandantes dos navios e pilotos dos aviões pois o que é beleza para uns, para eles é
sinal de alerta máximo. Enquanto
preparava o café da manhã, os raios de sol foram ganhando forças e o
nevoeiro foi dissipado em poucos
minutos , e mesmo sendo dia Santo, coloquei a roupa
na máquina para aproveitar o astro rei,
que não sei por quantos dias
ainda reinará, e estamos precisando do calor, este mês de julho está
muito frio, e em isolamento social, parece que a friagem aumenta.
Domingo! Antes da quarentena, era o dia em que eu
saia a caminhar pela Av. Paulista, apreciando as apresentações
artísticas gratuitas, olhando os
produtos oferecidos pelos ambulantes autorizados. Encontrava-se de tudo:
incenso, echarpes, livros, CDs, fora as relíquias na feira de antiguidade no vão livre do MASP, a tradicional feira de
artesanato na calçada do Parque Trianon.
Neste isolamento social, eu percebi o quão
importante são estes projetos de lazer e
que falta eles fazem.Como enriquecem os dias daqueles que estão na terra, esperando a hora do adeus e dos jovens ávidos de novidades a
baixo custo.
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