É sábado! Dia
tradicional de diversão, mas em quarentena, apenas mais um dia em casa, com medo de assistir os jornais
em virtudes do noticiário alarmista; digo isto porque acessei o site
transparência registro civil e comparei o total de óbitos de 2019/2020 e
cheguei a conclusão que não podemos confiar cegamente na imprensa e nas
autoridades e nós, os pobres, estamos
tão solitários quanto uma vela acessa em um quarto escuro cuja chama
cria ao redor, um pequeno círculo de claridade que se dissolve suavemente
na escuridão e abre caminho para a incerteza e o medo. Sim, a
grande massa popular está
abandonada e assustada. Os discursos dos cientistas são contraditórios,
a imprensa manipula informações e há um tom eleitoreiro nas falas dos
políticos. Em meio a uma pandemia
estamos sós, com apenas uma luz
bruxuleante a indicar um caminho para
que possamos encontrar uma maneira
eficaz de sobrevivermos ao coronavírus. Em meio aos devaneios, eis que surge uma pergunta crucial. Esta solidão que sinto é
verdadeiramente minha ou é uma imposição
do momento? Teoricamente eu tenho acesso as
pessoas via webcan; pela internet, rádio, televisão posso saber em tempo real que tudo acontece
no mundo. Mas isto preenche o meu vazio existencial, a necessidade de calor
humano? A solidão é uma realidade
dolorosa e o uso de máscara é sufocante.
Estamos sendo privados até de uma das
maiores dádivas de Deus, o oxigênio. Permanecer em casa é amargar dias solitários,
caminhar pelas ruas é assustador: medo de meliantes e do inimigo invisível, solto no ar. Estamos
sem espaço na nossa morada sagrada – a terra!
Neste momento angustiante, provavelmente há quem
diga que
não devemos dar tanta atenção ao que estão fazendo conosco, mas o que
iremos fazer para seguir adiante com o mínimo possível de sequelas. A maldade
humana é ilimitada e basta um pouco de estudo de história para perceber que ela é tão antiga quando o homem,
apenas a maneira de exercê-la
é que vai se transformando e adaptando à nova realidade e alguns
inescrupulosos a estão exercendo com requinte de crueldade, alheios as mazelas
do povo. Em isolamento social, é difícil
raciocinar e encontrar um caminho menos doloroso para sobreviver ao lento
passar das horas, a rotinha é pesada. Nem mesmo a natureza suporta a monotonia,
tanto que ela criou as quatro estações do ano, cada uma com uma característica
e uma beleza peculiar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário