sexta-feira, 3 de julho de 2020

Diário quarentena - 108º dia

          O dia amanheceu nublado e frio. Fiquei na cama até  a hora do almoço, tinha planos de limpar a casa, mas desisti, mergulhar as mãos em um balde de água fria, definitivamente não é uma boa opção e deixarei para amanhã  mais esta tarefa, já que  sábado é dia de feira e  como  não   frutas e legumes na geladeira terei que enfrentar o tempo logo ao amanhecer e aproveitarei o embalo para  atacar outras tarefas.           
            Acabei de ligar para o meu irmão velho para saber de sua recuperação, ele teve um princípio de infarto  mas já está bem, porém, como é normal, já está com a audição bastante comprometida, eu falo uma coisa e ele entende outra. Envelhecer é difícil! Além das próprias mazelas, ainda temos a obrigação de ligar  para o parente que está com suspeita de coronavírus,  com AVC, pneumonia, diabetes altas e muito mais e com razão os  mais jovens referem-se aos idosos como a idade do condor. Com dor no braço, na perna, nas costas, no pé, na cabeça, no estômago...
            Todas as mazelas  da idades estão agravadas nesta pandemia porque não  podemos frequentar os espaços de convivência, sabiamente criados  pelas prefeituras, com o objetivo secreto de esvaziar os hospitais  dos pacientes psicossomáticos e carentes afetivos. Agora  eu tive certeza o quão importantes são  as atividades  das igrejas e destes  espaços para os idosos, principalmente os que são sozinhos, porque ficar em casa esperando a morte bater à porta é angustiante .

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