segunda-feira, 20 de julho de 2020

Diário da quarentena -125º dia

                               Acordei feliz com os raios de sol em minha janela e assim foi no decorrer de todo o dia. Fazia tanto tempo que o astro rei não nos dava o prazer de sua companhia por tanto tempo. Aproveitei  o dia ensolarado para  ir a rua resolver os problemas típicos de dona de casa. Primeiro fui ao mercado comprar arroz  e já levei aquela facada, um aumento de cinco reais em um pacote de cinco quilos, comparado com a compra anterior. Aproveitei a promoção de verduras e trouxe um maço de couve. Lavei com detergente folha por folha e elas estão secando no escorredor de prato. Que trabalho!  Depois fui ao banco e já tive dissabores, o casal que estava atrás de minha não tem  noção do que é distanciamento social, tive que olhar  com cara feia para que ele desse um passo atrás. Felizmente estava usando máscara. Aproveite que estava perto, fui a gráfica fazer orçamento de um milheiro de marcadores de páginas e  tive uma decepção. Eu já havia conversado por telefone com um funcionário e ele garantiu que o preço de R$180,00 já estava incluso a arte gráfica, porém, a recepcionista  analisou o meu pedido, consultou o computador e disse que teria  que pagar mais R$80,00 pelo design gráfico. Amanhã contatarei a concorrência em busca de um preço melhor.
            Hoje quase não tive tempo de prestar atenção em notícias, mas o pouco que soube deixou-me feliz porque a imprensa deu bastante atenção ao caso do desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Eduardo Siqueira, que foi flagrado na praia de Santos, SP,  humilhando  o Guarda Municipal,  que  pediu-lhe que colocasse a máscara. Ele desmereceu o trabalhador e o tiro saiu pela culatra, a sua arrogância e prepotência já virou até meme na internet enquanto a atuação do Guarda ganhou respeito e reconhecimento da população.  Esta cobertura é boa para que sirva de exemplos aos transeuntes displicentes que acreditam  que estão acima da Lei. Além das  homenagens ao  apresentador do programa da Bandeirantes: O Pulo do Gato, uma notícia triste chamou a minha atenção. O número de moradores de rua dobrou  desde o início da pandemia. Famílias inteiras estão morando em barracas de plástico em frente ao  Teatro Municipal de São Paulo. Fiquei com o coração  em frangalhos ao ouvir o relato da entrevistada, uma maquiadora.  Decretada a quarentena, ela ficou sem trabalho, não conseguiu pagar o aluguel e foi para a rua. Esta é a realidade de milhares de brasileiros e muitos daqueles que estão  no poder, com o dever de zelar pelos mais vulneráveis  estão mais preocupados  é em desviar dinheiro para o seu bolso. Enquanto o povo morre a míngua, eles enriquecem de maneira ilícida e  estamos vivendo uma pandemia. Será que se tivesse sido adotada a quarentena vertical, com  fortes campanhas de esclarecimento à população  quanto aos cuidados de prevenção de contágio e uma rigorosa fiscalização,  o sofrimento do povo teria sido menor?               

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