Acordei feliz com os raios de sol em
minha janela e assim foi no decorrer de todo o dia. Fazia tanto tempo que o
astro rei não nos dava o prazer de sua companhia por tanto tempo. Aproveitei o dia ensolarado para ir a rua resolver os problemas típicos de
dona de casa. Primeiro fui ao mercado comprar arroz e já levei aquela facada, um aumento de cinco
reais em um pacote de cinco quilos, comparado com a compra anterior. Aproveitei
a promoção de verduras e trouxe um maço de couve. Lavei com detergente folha
por folha e elas estão secando no escorredor de prato. Que trabalho! Depois fui ao banco e já tive dissabores, o
casal que estava atrás de minha não tem
noção do que é distanciamento social, tive que olhar com cara feia para que ele desse um passo
atrás. Felizmente estava usando máscara. Aproveite que estava perto, fui a gráfica
fazer orçamento de um milheiro de marcadores de páginas e tive uma decepção. Eu já havia conversado por
telefone com um funcionário e ele garantiu que o preço de R$180,00 já estava
incluso a arte gráfica, porém, a recepcionista
analisou o meu pedido, consultou o computador e disse que teria que pagar mais R$80,00 pelo design gráfico. Amanhã
contatarei a concorrência em busca de um preço melhor.
Hoje quase não tive tempo de prestar
atenção em notícias, mas o pouco que soube deixou-me feliz porque a imprensa
deu bastante atenção ao caso do desembargador do Tribunal de Justiça de São
Paulo Eduardo Siqueira, que foi flagrado na praia de Santos, SP, humilhando
o Guarda Municipal, que pediu-lhe que colocasse a máscara. Ele
desmereceu o trabalhador e o tiro saiu pela culatra, a sua arrogância e prepotência
já virou até meme na internet enquanto a atuação do Guarda ganhou respeito e
reconhecimento da população. Esta
cobertura é boa para que sirva de exemplos aos transeuntes displicentes que
acreditam que estão acima da Lei. Além
das homenagens ao apresentador do programa da Bandeirantes: O
Pulo do Gato, uma notícia triste chamou a minha atenção. O número de moradores
de rua dobrou desde o início da pandemia.
Famílias inteiras estão morando em barracas de plástico em frente ao Teatro Municipal de São Paulo. Fiquei com o coração
em frangalhos ao ouvir o relato da
entrevistada, uma maquiadora. Decretada
a quarentena, ela ficou sem trabalho, não conseguiu pagar o aluguel e foi para
a rua. Esta é a realidade de milhares de brasileiros e muitos daqueles que estão no poder, com o dever de zelar pelos mais
vulneráveis estão mais preocupados é em desviar dinheiro para o seu bolso. Enquanto
o povo morre a míngua, eles enriquecem de maneira ilícida e estamos vivendo uma pandemia. Será que se
tivesse sido adotada a quarentena vertical, com
fortes campanhas de esclarecimento à população quanto aos cuidados de prevenção de contágio
e uma rigorosa fiscalização, o
sofrimento do povo teria sido menor?
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