Os dias seguem tão
iguais que não dá para perceber que hoje é domingo. Sem almoço especial, sem
sobremesa, simplificando, os excessos gastronômicos dos finais de semana são agora coisas do
passado e não é por falta de dinheiro, tenho-o na conta mas pelo estresses de
sair para comprar os ingredientes
necessários. A rotina de ir ao supermercado é simplesmente demorada e tediosa a começar pela preparação: prender os
cabelos, amarrar o lenço, colocar a máscara,
passar álcool gel nas mãos e trocar os
calçados. Ao sair a rua duas preocupações
básicas: com os meliantes e com a proximidade das pessoas, o medo de cruzar com
um conhecido e ele querer puxar conversa e ao chegar ao destino, um funcionário na porta oferece álcool
gel para as mãos e ele próprio higieniza o carrinho e no interior do estabelecimento a tensão
aumenta porque há famílias que não estão preocupados com a contaminação e levam
as crianças que correm de um lado ao
outro como se estivessem em um parque de
diversão. O ato das compras é tenso, rápido
e sem analisar bem os produtos como é
de hábito das donas de casa. Pago e embalado a mercadoria, mais álcool gel nas mãos e retorno ao lar com as mesmas
preocupações de antes.
A chegada
com as compras é um verdadeiro suplício: Abre-se a porta da casa, trocam-se os
sapatos, entra e deixa a porta aberta, coloca-se as compras sobre a mesa, lava-se as mãos, desinfeta maçanetas, chaves, bolsa,
lava-se as mão, troca-se roupa, coloca avental e começa a desembalar, desinfetar
a mercadorias e lava –se as mãos, higieniza a mesa, passa pano com água sanitária
na cozinha, lava-se as mãos novamente e um banho demorado, outra muda de roupa e
finalmente, estou pronta para
guardar as compras, enquanto a máquina
bate a roupa usada e com muito sabão por precaução. Depois desta maratona é necessário repousar um
pouco até a hora de colocar a roupa no varal, lavar novamente as mãos.
Daqui
a uns 50 anos, quem estiver lendo este
post deve pensar que a pessoa que o escreveu sofria de T.O.C. mas estes cuidados não são
exagerados e sim, necessários porque o Covid-19 é resistente e conseguir
sobreviver em diversas superfícies por
um longo tempo. Em aço inoxidável e plásticos,
ele vive 72 horas, ou seja, três dias,
em papelão, 24 horas, em cobre, quatro horas e na poeira 40 minutos a 2 horas e 30 minutos. Em tecidos
o vírus pode ter uma sobrevida de 72
a 96 horas, portanto, não sou portadora de Transtorno Obsessivo
Compulsivo, apenas preciso seguir as orientações das autoridades sanitárias enquanto
durar esta pandemia e diante desta dura realidade, não nos resta alternativa
a não ser ficar em casa a esperar o
achatamento da curva que está demorando e cuidar da profilaxia, mas sem exageros porque subiu muito o número de intoxicação com produtos de limpeza em residências.
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