E mais um
dia se vai. O que fiz hoje? Nada! Sim
nada de além da rotina tradicional de quem não pode sair à rua. Levantei cedo,
tomei café da manhã, apenas café puro
com o bolo de frigideira. Depois lí um
pouco, um livro interessante que fala
sobre o teatro no Brasil, no século XX e discorre sobre as grandes peças e dramaturgos que fizeram sucesso na
cidade e eu sequer sabia que eles
existiram e que estas peças foram encenadas, O fato de eu morar na capital
brasileira da cultura não quer dizer que
tenha
assistido as grandes montagens porque o distanciamento entre o querer e
o poder é grande, acesso a cultura é privilégio de poucos. Conheço pessoas que nunca foram ao teatro, nem
mesmo em excursão escolar, porque mesmo a professora tendo conseguido a gratuidade do ingresso, eles não podiam arcar com o custo
do transporte. Eu já assisti montagens maravilhosas, porém, somente àquelas
campanhas de popularização do teatro, umas boas, outras nem tanto e algumas
detestáveis como o único besteirol que assisti. Aprecio peças que
permite conversarmos durante o retorno ao lar e comentá-las com os que não
tiveram o privilégio assisti-la , afinal, investir neste tipo de lazer é
alimentar a alma e alegar a cansativa rotina de casa-trabalho, trabalho-casa.
Preparei
o almoço com o que tinha em casa: arroz, feijão e banana, almocei, lavei a
louça e fiquei no computador vendo
coisas inúteis até a hora do jantar e novamente, arroz, feijão e banana.
Os armários e a geladeira estão vazios ,
vou ter que sair para ir ao supermercado, mas
amanhã é feriado municipal e além
do mais a Caixa está pagando mais uma parcela do auxílio emergencial,
isto significa que tudo estará mais caros, o comércio extorquindo quem já não
tem nada e o pior, os meliantes à solta, tirando o alimento da boca de inúmeras crianças e,
infelizmente, não é para saciar a fome de outra criança, mas sim, para custear
a dependência química. E nada mais há para fazer a não ser recolher-me ao meu
leito e dormir para no dia seguinte,
iniciar a nova rotina da quarentena, agradecendo a Deus por eu
ter alimento e um abrigo simples, porém,
seguro.
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