segunda-feira, 18 de maio de 2020

Diário do isolamento social- 61º dia

                                 O amanhecer é lindo, principalmente  quando o  sol derrama generosamente seus raios sobre a terra e  o céu de outono fica  mais lindo e azul do que  em outras  estação. De minha janela, a observar tanta beleza, meu coração explode em gratidão a Deus pelos meus olhos, já gastos pelos anos, mas ainda em boas  condições para admirar as dádivas divinas, como o despertar da natureza e agradeço  por  receber mensalmente a pensão de meu  finado marido e não ter que sair para trabalhar e  enfrentar o transporte público que hoje, em tempos de pandemia, é sinônimo de medo e preocupação porque  é impossível saber quantos passageiros estão contaminados e  se estão assintomáticos e mesmo quem não gosta do vento,  deve procurar sentar próximo a janela e abri-la ao máximo,independente da temperatura, faz-se necessário  que o ar circule porque vírus  respiratórios gostam de ambientes úmidos e fechados. Ainda não usei transporte público deste que  Covid-19 por aqui aportou, mas acho que ficarei bem neurótica, preocupada em não encostar em ninguém e acredito que todos os passageiros compartilham o mesmo sentimento: medo de ser contaminado.
          Tenho saído apenas aqui pelas redondezas  e assim que chego, deixo os calçados no hall de entrada, coloco as compras em cima do fogão, lavo as mãos com  sabão e depois higienizo-as com álcool gel, limpo maçaneta, chave e bolsa, descarto as embalagens, lavo o  que é possível, as outras, limpo com álcool gel, Tomo banho, lavo a roupa, o óculo e somente depois guardo as compras. Tenho evitado sair, mesmo com máscara, mas porque o protocolo da chegada é muito cansativo, principalmente para mim, que vivi uma infância livre, brincando descalça na rua, comendo fruta do pé, rolando na grama do campo de futebol do bairro e as mãos somente eram lavadas na hora do banho, talvez por isso eu ache extremamente cansativo estes cuidados com a limpeza  obrigatório  devido a peculiaridade do momento. Tem sido um  aprendizado diário e só o fato de eu estar fazendo a minha parte, saindo o mínimo possível e  com  cuidados rigorosos com a higiene pessoal já estou contribuindo para um mundo melhor e para o fim deste capítulo da história da humanidade  em que  estou  ajudando a escrever, com vitórias e  perdas, medos e incertezas mas que vai passar, como todas as outras porque tudo é cíclico na natureza.


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