quarta-feira, 20 de maio de 2020

Diário do isolamento social- 64º dia

             E o dia segue e mais produtivo do que ontem. Após o café da manhã, entrei no site da empresa  de vendas on-line  de doces  tradicionais de Araxá, MG, para resolver o problema do endereço de entrega errado. Eu tenho certeza que digitei da CEP da cidade de minha amiga correto, mas saiu com o  nome de minha rua e o número da casa dela, acontece que moramos em  cidades diferentes,  como não tenho como provar que o erro é meu, vou arcar com este prejuízo porque o frete   é três vezes maior que o preço do produto. É a segunda tentativa que faço para presentear  esta pessoa querida e não dá certo. Desisto de surpreendê-la com um mimo. Amanhã, irei ao centro de distribuição  dos Correios na tentativa de conseguir retirar a  encomenda, quem sabe eu consiga. A primeira tentativa, com a rosa encantada foi um estresse absurdo   e  ainda não recebi a devolução do dinheiro referente ao produto que não foi entregue.
            Finda esta pendência, tomei um pouco de sol, preparei o almoço, limpei a casa e  enquanto esperava o horário para  preparar o jantar, assisti uma live  que   discorria sobre  o feminino.  A palestrante fez  duas perguntas  pertinentes á situação  de confinamento a que estamos submetidos. A primeira pergunta: Quais são as minhas necessidades físicas hoje? Ah! São tantas! E a começar pelos cuidados físicos que estou a desejar; preciso fazer as unhas, as sobrancelhas, depilação, pintar cabelo, limpeza de pele, massagem redutora, contato com amigos, exercícios físicos e  praticar o pecado da gula e comer muitas coisas gostosas, tomar sorvete e tudo o que é proibido as pessoas da terceira idade e com restrição alimentar.  Segunda pergunta:  Como eu quero ser lembrada pelos que  ficarem quando eu partir definitivamente? Esta pergunta me fez chorar porque ninguém  irá lembrar de mim. Esta quarentena deixou isto bem claro.   Diariamente eu recebo muitas mensagem  via WhatsApp, mas nenhuma em meu número privativo,  para saber de mim,  se estou bem, apenas repasse de mensagem que estão circulando faz  tempo, fake news e as figurinhas. Nada de afetuoso e solidário.  Nesta quarenta eu tive ciência  de como eu  direcionei errado as minhas relações familiares  e de amizades e  por consequência,  estou terminando a minha vida solitária  e abandonada  nesta quarentena que  parece que não vai terminar nunca.

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