quarta-feira, 13 de maio de 2020

Diário do isolamento social- 57º dia

               

            Se quarentena é difícil com energia  elétrica, sem ela, pior ainda, e para  aumentar a dificuldade,   nuvens densas cobriram o céu durante todo o dia. Para quem mora em casa e com um espaçoso quintal, sem edifícios nas proximidades isto pode  não ser  um problema, mas  para pessoas como eu, que vive entre arranhas céus,  às três da tarde estava escuro e tive  dificuldades para terminar o serviço iniciado. Ás dezoito horas  a Companhia  de Força e Luz terminou os reparos e tudo voltou ao normal mas os problemas diários não foram sanados, recebi e-mail da empresa de vendas on-line avisando que  autorizou o  estorno da compra em minha conta, mas ainda não caiu porque consultei o saldo quando fui pagar o boleto do doce de queijo ameixinha, não resisti e comprei um para mim. Espero que minha amiga goste porque o preço do frete saiu duas vezes mais que o valor do produto, e optei pelo PAC, o mais barato, com previsão  de entrega   de dez dias úteis e com um aviso: “devido a pandemia, poderá demorar mais”
            O  isolamento social está  como diz um velho ditado popular brasileiro “ para inglês ver” de acordo com os dados do Monitoramento Inteligente, que analisa os dados de telefonia móvel para indicar tendências de  deslocamento, concluiu-se que apenas 47% da população estão em quarentena, porém, este dado não é confiável, em minha opinião, porque inúmeras pessoas, principalmente idosos, quando circulam pelas redondezas, deixam o celular em casa por medo de assaltos.  Em meus 57 dias de isolamento, devo ter saído umas cinco vezes e  sem o aparelho, era como se eu estivesse em casa quando na verdade estava circulando em supermercados e agências bancárias.
            Antes do rodízio eu já estava receosa com o transporte público, agora, somente se for estritamente necessário porque o fluxo de pessoas  aumentou muito, tenho visto fotos  de aglomerações em pontos de ônibus, escadas rolantes do Metrô. Eu não consigo compreender esta estratégia utilizada para diminuir a circulação de pessoas, acredito  que dentro do próprio automóvel a pessoa está mais protegida do que dentro de um coletivo e que congestionamento de carros é menos perigoso do que  Trem lotado com as pessoas respirando sob as cabeças daqueles que estão sentados ou apenas de estatura menor como as crianças e não há uma esperança no ar porque o Governador, em entrevista afirmou que  o isolamento perdurará até 31 de maio e sem nenhuma alteração.
             Eu não consigo entender o que está acontecendo, com 47% das pessoas em casa, o trânsito fluindo melhor, porque os acidentes de moto aumentaram em 90% comparados com 2019 no mesmo período? Agora está notícia é de arrepiar: os  presidiários  do grupo  de risco que  teoricamente estão em prisão domiciliar, não estão com tornozeleira eletrônica!




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