sexta-feira, 5 de junho de 2020

Diário do isolamento social- 80º dia

                           O dia amanheceu frio e com uma garoa persistente, como nos velhos tempos, em que o bonde circulava pelas ruas da cidade.  A manhã começou com a triste notícia do crescimento de  44,9% da violência contra a mulher durante a quarentena. O isolamento social, segundo  as autoridades sanitárias, é a medida mais eficaz para minimizar os danos da Covid-19, porém, para centenas de milhares de mulheres   brasileiras  tem sido um verdadeiro calvário porque  estão sendo obrigadas a conviverem com seus algozes vinte e quatro horas por dia, em moradias precárias e com a renda  reduzida ou até inexistente, dependendo da caridade da Igreja ou do Estado. As autoridades acreditam que estes números continuarão a  crescer porque durante períodos de escassez é comum florescer sentimentos nobres como compaixão e solidariedade em alguns corações  daqueles que não medem esforços para ajudar o próximo, mas assim como floresce o amor, cresce também a revolta, desespero e o sujeito acaba tomando as piores decisões com consequências funestas para a família.
            O medo tem sido o fiel companheiro dos brasileiros nesta quarentena. Medo do inimigo invisível, o Coronavírus, da perda da renda, dos presidiários que estão sendo soltos  diariamente com a argumentação de que pertencem ao grupo de risco. Os reflexos do fechamento do comércio, indústria e prestação de serviços já  é uma dura realidade. Tem crescido a cada dia, a procura de vagas em escolas públicas. Milhares de país já não podem manter o filho  em uma instituição particular porque o seu negócio faliu e doravante,  o patrão virou empregado, mais um na fila do desemprego. Dizem que toda crise  deixa um grande ensinamento e eu espero que  o maior legado desta pandemia seja  uma  precaução financeira para o futuro porque já  lí umas  duas notícias  especulando a possibilidade da pandemia do Coronavírus tornar-se endêmica.
            A pandemia vai  passar por enquanto e faz-se necessário  uma atenção especial com a vida financeira pessoal para que a vida retome o seu curso  natural de compra e venda, seja de serviços ou  produtos manufaturados, artesanais. Após a amarga experiência de escassez de fechamento da economia, voltar a  atenção para uma educação financeira   é necessário para minimizar  o sofrimento em possíveis novas  crises como esta que estamos enfrentando e perguntas básicas devem ser feitas e respondidas com sinceridade, pés no chão e compromisso com o futuro próximo e distante.
I - Quais são seus objetivos e prioridades? Questão difícil de responder por que normalmente o que vem à mente com rapidez é pagar as contas e botar comida na mesa. Além das contas fixas e despesas com alimentação é necessário  computar   os custos com o lazer, depreciação da mobília  e eletroeletrônicos, emergências como doenças, reparos na infraestrutura  do imóvel residencial e para gozar de uma  velhice digna.
II – Minhas atitudes estão me levando para perto ou para longe de meus objetivos? Esta reflexão parece difícil e dolorosa, mas não é,  com um pouco de serenidade, boa vontade, papel, caneta e calculadora  na mão,  é fácil ver por onde  o dinheiro está vazando   e estancar  logo a sangria.
III – O que estou disposta a renunciar para  equilibrar as minhas finanças? Está reflexão é difícil porque abrir mão dos excessos é doloroso, mas com  uma boa reflexão e determinação é possível mudar hábitos  antigos como  o de comer por ansiedade e não apenas para alimentar o organismo. Trocar a alimentação processada e exagerada por uma  mais natural e equilibrada, além da economia do mercado,  haverá outra: a da farmácia já que é sabido por todos que alimentação saudável é sinônimo de sáude. Uma  boa organizada no guarda-roupa e o estudo de   outras possibilidades de combinação de peças  significa  economia em lojas.  São  as pequenas atitudes que   levam a grandes resultados e sempre que a gana de sair às compras aparecer pense:
O que eu quero?
O que  eu preciso? E compre somente aquilo que de fato  precise e  invista  o que economizou em compras de impulso, porque   a recuperação da economia de um país não acontece em curto prazo e  esta carestia ainda perdurará por um longo tempo e sempre há a  possibilidade de novas pandemias.

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