O vento sopra forte, a chuva cai e a temperatura aos poucos vai descendo,
enfim o inverno está mostrando a que veio e eu estou deprimida. Ontem fui ao dentista e tive a triste
constatação que perdi o implante e terei
que refazê-lo e desta vez não irei fazer
o provisório, embora a falha seja na frente, com o uso da máscara, evito esta
despesa e para completar, ao ler as mensagens de WhatApp pela manhã, soube que
o meu tio centenário faleceu nesta madrugada. É, a fila está andando e a minha vez
casa vez mais próxima. Sei que
vou morrer um dia, mas que demore muito e até lá, que Deus me dê saúde e
lucidez. Eu não tenho pressa, mas tenho medo do sofrimento que antecede a morte
e da incerteza quanto a existência da
alma e de seu destino final.
Olhei a previsão do tempo e está previsto três dias de chuva e
temperatura em declínio o que não fará
grande diferença porque, em isolamento social e com tempo de sobra para
refletir sobre a perenidade da vida e da
possibilidade da eternidade da alma o que conforta o coração dos crédulos,
e aqueles que como o meu, duvidam da
veracidade dos livros sagrados e das
tradicionais sabedorias milenares, acalentam o medo da incerteza do pós-morte. É poético
acreditar que somos oriundos da poeira estrelar
e que quando fecharmos definitivamente os olhos, à
natureza voltaremos em forma de hidrogênio,
carbono, oxigênio e nitrogênio, romantismo à parte, é melhor acatar as orientações
da Vigilância Sanitária e continuar em quarenta por mais uma estação a observar a vida pela janela e pela tela do
televisor.
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