quinta-feira, 4 de junho de 2020

Diário do isolamento social, - 79º dia

                                A esperança  é a fonte de luz que concede ao coração em isolamento social uma infinita força para continuar a esperar o passar das horas depois de já ter limpado todas as gavetas, esfregados todas as prateleiras, armários, estantes,  catalogados os livros e  separado para a reciclagem, a papelada  acumulada  no decorrer dos anos onde colônias de ácaros e traças  disputavam  espaços  mais apropriados à sua espécie  para proliferarem e sema   menor consciência de invasão de propriedade alheia. Para as mulheres modernas, na correria  e na pressa do cotidiano, fator gerador de ansiedade o acúmulo é natural porque  compra-se mais para uma satisfação emocional do que para uma realidade prática e   neste momento, em que o mundo parou em virtude da pandemia, descobertas de inutilidades estão sendo feitas  a todo o instante e em todo o planeta e o momento do bota fora é agora porque a economia já está para abrir, como já estão abertas os portões das penitenciárias e levas de presos perigosos estão sendo soltos diariamente, com a desculpas de que  pertencem ao grupo de risco e não podem permanecer encarcerados. Esta é uma alegação curiosa, porque  irão se  expor ao coronavírus  em suas residências e também, quando retornarem à prática de delitos. Com a abertura  prevista para  os próximos dias,  a monotonia ficará no  passado e  corre corre diário novamente será parte da rotina.
            Curiosamente a quarentena teve seu início   em março,  mês  dedicado ao deus Marte, o deus da guerra, segundo a mitologia romana. E  foi o início de um combate diário  dos profissionais da saúde e  de seus pacientes pela vida.  Mês em que os governantes, como em uma guerra, tiveram que reunir-se em busca de  estratégias para  alimentar a população  sem  salários e também para evitar  uma possível desordem social porque todo pai  se torna um guerreiro quando é o pão que se disputa para alimentar a sua família.  Iniciou-se também, a luta diária das pessoas em  isolamento social,  sempre a temer a chegada do inimigo invisível, que não marca hora  e nem dia e está por toda a parte. E como em  toda guerra, pessoas inescrupulosa não mediram esforços para abocanhar o que não lhes pertence e fraudes  e  uso de má fé no projeto de auxílio  emergencial, destino as pessoas em situação de vulnerabilidade, são  denunciadas diariamente, como também, o superfaturamento  de  produtos essenciais  para o combate a Covid-19. Em alguns postos do Samur, máscaras que são encontradas em farmácias por  R$1,00  a unidade, foram compradas   por  R$4,98. Enquanto uns morrem  outros enriquecem de maneira ilícita.
            Assistir o noticiário é  acumular  dor e revolta ao saber que a pandemia escancarou a desigualdade social no país e que o sofrimento coletivo não aplacou a  ganância de  alguns de novos governantes que estão  mais preocupados  em tirar proveito  da calamidade  do que em ajudar a amenizar o sofrimento diário de seus eleitores. Palavras bonitas e discursos inflamados se ouve a todo instante,  porém, os mais eloquentes são os que menos atitudes têm e a fome e o desespero continuam a rondar os lares dos mais pobres. A fome é diária e não pode esperar  até as próximas eleições, quando cestas básicas são distribuídas  generosamente  nas periferias, pelos candidatos que não  respeitam as normas da Justiça Eleitoral. Eu não soube de nenhum  vereador que abdicou de sua  verba de gabinete  de demais gratificações para ajudar  crianças famintas que estão perambulando pelas ruas da cidade. Admiro a coragem dos jornalistas que estão denunciando os desmandos que estão acontecendo diariamente e em todo território nacional., entre estes profissionais corajosos  está o jornalista investigativo, Agostinho Teixeira.  Mas nenhuma escuridão dura  para sempre e a luz  em breve, voltará a brilhar para todos, se Deus quiser!

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