sexta-feira, 17 de abril de 2020

Diário do isolamento social p 31º dia

                           
            Uma tristeza imensa abateu sobre mim ao ouvir o anúncio do governador João Dória, prorrogando o  isolamento social até  a segunda quinzena de maio. Ele sequer  esperou dia 22 de abril, para analisar a situação e tomar as medidas necessárias. Com o avanço das pesquisas  com os medicamentos  nacionais já utilizados  há bastante tempo no  Brasil e  o alto índice de cura, eu tinha esperança, que  em 22 de abril, o governador  iria  anunciar o  fim da quarentena   horizontal e  adotar a vertical. Mas não foi o que aconteceu. Mais um mês confinada sem poder aproveitar o sol de outono para aumentar a reserva de vitamina D, o inverno está chegando e  com ele o frio e o desânimo.
            A criatividade dos  presidiários  é ilimitada e   inescrupulosa. Mais de 70 mil detentos  tentaram burlar o sistema e receber os R$600,00  do auxílio emergencial,  o qual tem direito  os  trabalhadores, de acordo com os critérios estabelecidos pelo governo.   Nos presídios, eles têm garantido quatro refeições diárias e há famílias inteiras, que sequer podem saborear  uma sopa rala, uma vez ao dia.
            Ouvindo   uma entrevista com um  dos profissionais responsáveis pelo auxílio emergencial, a pergunta de uma brasileira que reside no exterior, não  me recordo em qual  país, indagou se ela tem  o direito de receber  ajuda do governo brasileiro porque  ela trabalha sem carteira  assinada. O programa do governo é auxiliar    o povo, enquanto dura o isolamento social no Brasil,  o problema está aqui. Meu Deus!
            No mais, o dia  foi normal, apenas fiz uma faxina pesada na casa, a única maneira que eu tenho para descarregar a tensão, já que não posso usufruir da eficiente terapia popular: uma trouxa de roupa bem grande para  lavar. Claro que eu posso dar um descanso para a   máquina de lavar, mas  em confinado, até roupa suja é mercadoria escassa.
           

Nenhum comentário:

Postar um comentário