sexta-feira, 24 de abril de 2020

Diário do isolamento social- 38º dia

                                 Hoje eu saí à rua. Tudo parecia mais bonito: o   céu azul, as nuvens branca; as cores das flores pareciam mais vivas, reluzentes e encantadoras  e eu tive o privilégio de ver inúmeras borboletas pelo caminho.  Os raios do sol aqueciam o meu  corpo  e eu os recebia como um abraço afetuoso e purificador, de tanto ficar em casa, eu já estava com a sensação de estar mofando. Caminhei  rápida e assustada  pelas ruas até a  farmácia, durante o trajeto cruzei com ciclista com aparência suspeita e inúmeros transeuntes sem o uso da máscara, que as autoridades tem repetido a  exaustão, a sua importância para o bem estar de todos. A caixa  não  usava luvas, mas a sua máscara chamou a minha atenção, de material transparente, parece aquelas usadas pelos soldadores, para a proteção da vista. Gostei do modelo, porém, o preço é salgado, custa R%25,00 reais. Aproveitei e fui ao supermercado, fiz umas compras essências e espero que durem até  o  início de maio. Antes do relaxamento  da quarentena, quero  retornar  ao estabelecimento para repor  o já  consumido porque continuarei o isolamento por conta própria. Após a abertura do comércio, acredito que haverá  uma corrida  ás lojas e  os meliantes, ávidos  para conseguirem dinheiro e sem muito trabalho não medirão esforços para assaltar o tão sofrido trabalhador brasileiro.
             Somente ao chegar a  casa é que soube da saída do Ministro Sérgio Moro. Não entendo de política, não sei se isto é bom ou ruim para a nação  e menos ainda para ele, que abdicou de 22 anos de  magistratura para fazer parte da equipe do governo.  Como sou livre para pensar, fico a divagar  se  o convite   para assumir o Ministério da Justiça foi uma armadilha para que ele não continuasse à frente de investigações  sérias como as da Operação Lava Jato? Em seu pronunciamento, ele disse  que não fez fortuna e que irá procurar emprego, mas a impressa especula que ele irá se candidatar a presidência da República nas  próximas eleições, se isto acontecer e cá eu estiver, meu voto será dele e por livre opção, eu já sou dispensada das obrigações eleitorais. Dentro em breve saberemos a verdade, por hora, poucas notícias sérias e inúmeras  fake news.
            Nestas sete décadas de vida, confesso que nunca me preocupei com o número   de óbitos por ano, no Brasil. Como  hoje, a palavra morte é a que a gente mais  ouve, minha curiosidade foi aguçada então, resolvi fazer uma pesquisa on-line  e eu fiquei     estarrecida  com os  altos números e causas.
2018 -  4.490 pessoas morreram de tuberculose;
2019 – 289 mil pessoas não resistiram às complicações de problemas cardiovasculares e partiram  para o reino do céu;
2019 – 41.635 pessoas  perderam a vida em decorrência  de assassinato;
No Brasil, a cada  uma hora, cinco   pessoas  falecem vítimas de acidentes de trânsito;
Em  média, cinco mulheres  vão a óbito por dia, por questões relacionadas a maternidade.
 Assustada com os números, desisti de continuar a pesquisa e fiquei a pensar  se  o Covid-19 irá superar esta triste  estatística.  Somente   a ciência, a consciência e coração amoroso de Jesus para ter misericórdia dos brasileiros.
24 de abril de 2020  
20h19 minutos
Temperatura 27 º graus
Umidade relativa do ar ´70%
           

             

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