Tenho evitado notícias, assim, soube
apenas hoje, que o cantor brasileiro Morais Moreira, faleceu ontem, às 06 da
manhã em casa, vítima de Infarto Agudo do
Miocárdio e provavelmente já foi
sepultado, a família, em virtude da
pandemia, sabiamente optou por não divulgar
o local e horário do velório
para evitar aglomeração. Em tempos normais, filas enormes se formariam
para o último adeus porque ele era um cantor talentoso e muito amado pelos brasileiros. De seu
vasto e rico repertório, a música que marcou a minha vida foi Pombo Correio. Fui
adolescente nos idos tempos em que a comunicação mais veloz para a população
pobre do país era o telegrama e a carta. Esperar o carteiro passar
era sinônimo de ansiedade e alegria. Acredito que eu faço parte da última geração de moças apaixonadas que escreveu e recebeu
cartas de amor. Arrependo-me profundamente por ter rasgado e jogado no lixo meu
arsenal de correspondência com o advento da internet. Eu não tinha consciência do valor
dos selos postais, e de preservação da memória de uma época contido no tão
esperado envelope que era entregue
pelo funcionário dos Correios, com o seu
uniforme amarelo e sua bicicleta velha.
Ainda sobre os tempos de
antigamente, recordo que as noticias
chegavam até a minha família apenas pela boca das visitas e dos colegas de
trabalhos dos adultos. Em minha infância e adolescência, pessoas de baixa
renda, como eu, não tínhamos acesso aos meios de comunicação da época, jornal e
rádio, tão diferente de hoje, que mesmo
em quarentena, evitando ouvir noticias,
elas chegam a mim em vários meios como o interfone, redes sócias, televisão e rádio
e as que eu soube hoje são dolorosas! Depoimentos de taxistas, arrimos de família
há mais de quinze dias sem conseguir
fazer uma corrida em situação de penúria, ainda devendo as taxas da Prefeitura e as prestações do carro e para completar o desespero, ao procurar o Banco
para negociar, ouviram dos gerentes que se não pagarem, perderão os carros para a instiução.
Milhares de gente passando fome e os
inescrupulosos aplicando golpe exatamente nestas pessoas humildes e
necessitadas, em sua grande maioria, analfabetos, sem familiaridades com as novas
tecnologias e sem o menor remorso, vários
crápulas oferecem seus serviços, por um preço módico de dez reais, para fazer o cadastro para que
eles possam receber a ajuda do governo, porém, na hora de lançarem os números
das contas dos viventes, eles colocam as sua próprias contas bancárias, ou
seja, além e extorquirem, de maneira aparentemente honesta e solidária os R$10,00 pelo serviço, eles ainda fica com os
R$600,00 que não lhes pertencem e era tudo que o pobre cidadão tinha. Triste tempo
em que se fala muito em solidariedade,
porém, a maldade continua crescendo e em cima dos mais necessitados.
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