quarta-feira, 8 de abril de 2020

diário do isolamento social- 22º dia

                                      A chuva  de ontem perdurou até hoje, durante todo o dia e acredito que continuará a noite também, o que é uma pena, hoje  é o dia mais belo da lua rosa,  que será a mais bela do  ano, segundo os especialistas; acabei de olhar o céu e somente nuvens escuras eu vejo. As poucas notícias que vi não são boas, os  indígenas da etnia Karipuna, avistaram quatro invasores, limpando uma área,  a menos de  dez quilômetros da Aldeia Panorama, onde  vivem e,  estão em isolamento  para evitar contágio. Eles estão em alerta por causa da pandemia do Covid -19  e  da possibilidade de nova invasão de grileiros e madeireiros em seus territórios tradicionais.  A luta pela vida dos Karipuna é árdua. Na década de 1970, eles quase foram exterminados por doenças transmitidas durante o processo de contato com os não índios e ficou reduzido a quatro pessoas,  dois adultos e duas crianças, a luta pela vida foi mais forte e hoje  já são  58 pessoas e que Deus os proteja para que possam   multiplicar cada vez  mais e contarem a sua história aos  descendentes de seus descendentes.
            Para completar o rol de noticias tristes, Santos, SP,  contabiliza 151 casos de pessoas contaminadas com o Covid-19, e 10 óbitos confirmados. Para frear o avanço do vírus, o Prefeito conseguiu um hotel para os profissionais que estão na linha de frente, diminuindo assim o risco de contaminar os familiares.  Também restringiu o acesso á praia e calçadão e estão orientando os viajantes, com placas de outras cidades  que tentam adentrar  ao município para que retornem ao seu lar e voltem posteriormente, quando o isolamento social estiver chegado ao fim e a rotina da cidade à normalidade. Aí sim, serão bem-vindos. Gostei das medidas, é dever da autoridade municipal proteger os munícipes.  
            Não sei mais o que aconteceu no dia. O pouco tempo em que fique com a televisão ligada, não prestei  muita atenção ao noticiário. Tudo está ficando tão repetitivo, que  perdi o interesse pelo que está acontecendo no mundo.  Tenho feito um esforço enorme para conseguir ler um pouco, estudar inglês e  cozinhar. O estoque de alimentos já está desfalcado e , quando penso em um prato diferente, sempre falta algum ingrediente o que inviabiliza a feitura  e eu me vejo obrigada a continuar a mesmice de do dia a dia, o tradicional  trivial simples.
            A experiência  da quarentena  fez-me refletir  sobre a honestidade e conclui que tenho que estar sempre dentro das Leis de Deus e dos homens, porque se algum dia, eu for presa por algum delito, acredito que não sobreviverei a privação de  minha liberdade. Em meu lar, com data prevista para acabar, já está  um tormento,    imagine ser confinada em cela, com outras detentas com perfis e histórias de vida  variadas?  Deus me livre e guarde!
           





Nenhum comentário:

Postar um comentário