Acordei
com o vento soprando forte. Ele trouxe, não sei de onde, as nuvens de chuva.
Uma chuva fina, fria e contínua começou cair; um alento para quem está em
quarentena porque assim, as saídas ás
ruas estarão dificultadas e a ansiedade relacionada a proibição passa. Somente
nós, idosos, sabemos o quão difícil é sair à rua em dias chuvosos porque somos mais lentos,
nosso equilíbrio já está comprometido
pelo peso dos anos, os óculos embaçam, a audição já não é boa e voz, também enfraqueceu, o que dificulta o
pedido de socorro, em caso de uma queda mais séria, porque os tropeços e
escorregões, já fazem parte de nossa
rotina. Envelhecer é difícil, principalmente em tempos de pandemia quando há
distanciamento social. Ninguém estenderá a mão a uma velhinha.
A chuva
chegou e com ela, a queda na temperatura, isto é preocupante porque o Covid -19
aprecia temperaturas amenas e, sem o
melhor germicida do universo, os raios do sol,
a possibilidade de contágio é maior, assim, só nos resta uma única
alternativa: recolher-nos em nossa solitária
morada. Tempos Difíceis!
Hoje
mantive a abstinência de notícias, apenas
fiz as atividades relacionadas a alimentação e iniciei a leitura de um
livro interessante. “A linguagem das
cores” de René- Lucien Rousseau. Embora eu
ande descrente de tudo, estou gostando, ajuda a matar o tempo. Ninguém tocou a campainha, nem
interfonou. Percebo que com o decorrer dos dias, as pessoas estão aquietando-se
em seus lares, até as postagens em redes sociais têm caído, eu tenho tempo
para postar, mas falta-me ideias
e disposição. E assim mais um dia
se vai e só me resta recolher aos meus aposentos e ouvir o ruído suave da chuva
que caí.
Terça-feira, 07 de abril de 2020
Temperatura- 26º graus
Umidade relativa do ar 75%
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