terça-feira, 7 de abril de 2020

Diário do isolamento social- 21º dia

                                      Acordei com o vento soprando forte. Ele trouxe, não sei de onde, as nuvens de chuva. Uma chuva fina, fria e contínua começou cair; um alento para quem está em quarentena porque  assim, as saídas ás ruas estarão dificultadas e a ansiedade relacionada a proibição passa. Somente nós, idosos, sabemos o quão difícil é sair à rua  em dias chuvosos porque somos mais lentos, nosso equilíbrio  já está comprometido pelo peso dos anos, os óculos embaçam, a audição já não é boa  e voz, também enfraqueceu, o que dificulta o pedido de socorro, em caso de uma queda mais séria, porque os tropeços e escorregões, já fazem parte de   nossa rotina. Envelhecer é difícil, principalmente em tempos de pandemia quando há distanciamento social. Ninguém estenderá a mão a uma velhinha.
            A chuva chegou e com ela, a queda na temperatura, isto é preocupante porque o Covid -19 aprecia temperaturas amenas e, sem  o melhor germicida do universo, os raios do sol,  a possibilidade de contágio é maior, assim, só nos resta uma única alternativa: recolher-nos em nossa solitária  morada. Tempos Difíceis!
            Hoje mantive  a abstinência de notícias, apenas fiz as atividades relacionadas a alimentação e iniciei a leitura de um livro  interessante. “A linguagem das cores” de René- Lucien  Rousseau.  Embora eu  ande descrente de tudo, estou gostando, ajuda a  matar o tempo. Ninguém tocou a campainha, nem interfonou. Percebo que com o decorrer dos dias, as pessoas estão aquietando-se em seus lares, até as postagens em redes sociais têm caído, eu tenho tempo para  postar, mas falta-me  ideias  e disposição.  E assim mais um dia se vai e só me resta recolher aos meus aposentos e ouvir o ruído suave da chuva que caí.
Terça-feira, 07 de abril de 2020 
Temperatura- 26º graus
Umidade relativa do ar 75%

Nenhum comentário:

Postar um comentário