A geração iphone
não faz ideia das tragédias enfrentadas diariamente pelos seus pais e avós. Até
a década de 1980 apenas em residências, cujos proprietários de poder aquisitivo
médio para alto era possível encontrar
um telefone. Ao povo, as Companhias de
Telecomunicações disponibilizavam os famosos “Orelhões”, espalhados em pontos
estratégicos das cidades e que necessitavam de fichas para efetuar a chamada. Quando
acontecia de encontrar um que não estava
com defeito e nem fora depredado pela população, o pior acontecia: O tempo da
ficha expirava no ápice do diálogo.
Quem possuía uma vitrola, conhecida popularmente por toca –
disco, enfrentava outro drama, além das
dificuldades para comprar os disco de
vinil ( long Play – L.P) que eram caros, Eles riscavam com facilidade e a audição da música favorita não era mais
possível e só restava ao investidor, lamentar o dinheiro perdido.
A profissão
de datilógrafa foi extinta pela
tecnologia, mas esta profissional teve um papel importante antes da invenção do computador. Ela utilizava a máquina de escrever para a impressão
dos documentos diretamente sobre a folha e, se errava a última palavra, era
obrigada a pegar outro papel, e começar tudo de novo. Que barbaridade! Era tecnologia
de ponta.
Quem não
podia arcar com os custos da compra de L.P e fitas cassetes já gravadas e possuía um
gravador, fazia a gravação direta do rádio, o drama era que o locutor informava a hora certa, bem no meio da canção
e para piorar, era comum o aparelho mastigar a fita, inutilizando-a.
Desde que foi
criado, o transporte público é a opção do trabalhador e, antes da Lei que proíbe
fumar em espaços fechados, o martírio
das pessoas não fumantes começa ao
entrar no coletivo que parecia uma
chaminé e chegam ao destino cheirando fumaça de cigarro, o que vez ou outra, era motivo de discussão familiar, já que havia a desconfiança da vítima
estar fumando escondido.
Antigamente não
existia a Netflix e grande parte da população não tinha condições de ir ao
cinema, assistir na telona, os últimos lançamentos, mas se seus parcos recursos permitia, comprava o aparelho de vídeo cassete, alugava a fita e
assistia com a família, o que ficava bem mais barato do que um ingresso, o
problema era que, muitas vezes, esquecia-se de rebobinar a fita e no ato da
entrega, além do valor da diária, era obrigado a pagar uma multa.
A merenda
escolar para todos é recente. Antigamente os pais eram responsáveis pelo lanche
do pimpolho e quase sempre, podia oferecer ao filho, somente ki-suco e uma
bisnaguinha e era comum a garrafinha
vazar e estragar a comida e os cadernos. Além de ficar com fome, recebia bronca
dos pais em virtudes dos danos matérias
e para completar a tragédia, o professor de inglês, entregava a letra de uma música
em inglês, em uma folha mimeografada, para ser traduzida em casa, e como o
Google ainda não tinha sido inventado, a única alternativa era o dicionário, palavra por palavra.
Com a
popularização da televisão, os divertimentos populares eram diários e baratos. Toda a família sentada,
em silêncio, em frente ao aparelho, porém, era comum, principalmente em final
de novela, surgir um problema e o pai ter que subir no telhado para ajustar a
antena e iniciava-se a sinfonia de gritos. Lá do alto o patriarca
gritava: - Melhorou? e a prole respondia
em coro: Só o canal ,2 e assim, ia até a volta do som e imagem, que era em
preto e branco e nunca os canais ficam bons ao mesmo tempo.
No passado,
as garrafas de refrigerantes eram somente de vidro e retornáveis, como a maioria da
população não possuía geladeira, a compra era feita quando a mãe estava
finalizando a refeição, para tomar gelado, porém, era comum, a criança eufórica para
degustar a raridade, ao mando da
genitora, saía correndo com o dinheiro, e ao chegar à padaria, percebia que não
tinha levado o casco, como era conhecida
a embalagem vazia.
Em tempos de
self, é difícil imaginar que um dia, nem todas as pessoas podiam
ser fotografadas em ocasiões especial como o aniversário natalício
e, nas raras vezes quem acontecia, era comum, por inexperiência, queimar todas as fotos em virtude do manuseio
errado do filme.
Em outros
tempos, outras tragédias. Elas continuam, só que em outros formatos e todos os avanços tecnológicos
do início do século XXI, estarão obsoletos em menos de vinte anos.
Deixe o seu comentário sobre as pequenas tragédias enfrentas por você no passado.Obrigada!
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