Ela é presença constante em grandes metrópoles e também nas cidades pequenas. A modernidade
dos hipermercados, vendas pela internet, não prejudicaram esta manifestação cultural
urbana e a feira livre continua viva, das
periferias aos bairros nobres, frequentada pelos patrões, empregados e também
pelos desempregados, estes, chegam quando ela está sendo desmontada e recolhem produtos que foram descartados
pelos feirantes por estarem impróprios
para venda mas próprio para consumo, desde
que bem manejado e assim, muitos chefes
de família conseguem botar comida na mesa enquanto batalham por uma nova colocação no mercado de trabalho.
A palavra feira é de origem latina feria, e significa “ dia santo ou
feriado” e freguês, palavra usada no
tratamento dos consumidores de feira livre, também é latina filiu ecclesiase, e significa
“ filhos da igreja.” Acredita-se que a feira livre tenha surgido em
torno das igrejas; após as festas religiosas, os fiéis aproveitavam para trocar
mercadorias, dois dedos de prosa e aí acabavam formando laços de afetos e
fidelidade àquela banca e, sem perder
sua peculiaridade de venda direta, ela foi se adaptando aos novos tempos e não há
um idoso que não tenha uma história de identidade e lembrança de uma feira,
seja no âmbito de compras semanais ou lazer, para saborear os deliciosos
e tradicionais pastéis de feira livre
e em busca de algum produto inusitado.
É difícil resistir aos encantos da
feira livre! Atendimento bom, mercadoria fresca e preços acessíveis, porém,
nesta crise em que o Brasil está enfrentando os fregueses estão sendo obrigados a abrir mão
de um produto, para adquirir outro. Sábado
dia de feira livre no bairro, Talita
saiu com intenção de comprar peixe, o trilha vermelha, saboroso e barato,
porém, quando os olhos inocentes de sua
filha de cinco anos, pousaram sobre o vermelho cativante das exóticas pitaias, foi obrigada a fazer uma troca emergencial, felizmente estava na safra e o preço competitivo, assim, a criança pôde experimentar um
novo sabor e para os irmão que ficaram em casa, conseguiu uma oferta imperdível de atemoia, porém, teve que
abrir mão das laranjas. Abdicou do pastel para levar uma pamonha, um pequeno agrado para o marido
que ficou em casa cuidando dos pequenos reparos. Quando não há dinheiro
suficiente para as despesas com
alimentação, uma volta na feira sempre
ajuda, porque sempre há uma banca com um produto em oferta e uma pessoa disposta a bater um papo e assim, as mazelas da vida vão ficando mais
leves.
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