domingo, 7 de abril de 2019

Florada dos ipês

           O ipê é  uma planta nativa do Brasil e está presente em todos os biomas e  se divide em dois grupos: o do cerrado, mais baixo, com aproximadamente dez metros de altura e os da mata que atinge vinte metros. São árvores generosas com seus galhos retorcidos e raízes profundas oferecem sombra aos viajantes exaustos, abrigam pássaros, insetos, e de junho a agosto, o verde  das matas é realçado com  o contraste de sua florada.
          Em junho  as paisagens são enfeitadas com abundantes flores roxas, cor  ligada à espiritualidade, magia e misticismos. A beleza que oferece sombra, que acalenta quando o vento bate em suas folhas é  um convite a uma reconexão com o Criador e com a magia da terra.
          De julho até agosto, a cor  do cerrado vai transformando  e o amarelo desponta com  simplicidade  e elegância! É a vez da florada do ipê amarelo, espetáculo de tamanha beleza  que em 1961, o então presidente Jânio Quadros, declarou-a, “flor símbolo Nacional.” É um presente da natureza para o homem para que ele possa  recarregar suas  energias e  inspirá-los a se tornarem pessoas melhores. E para fechar o ciclo, já  no final de agosto, o observador atento pode  distinguir entre o verde, as flores do ipê branco, como a convida-lo para deixar a paz entrar suavemente em seu coração.
          Este é um espetáculo que a natureza oferece  anualmente e abençoado são aqueles que podem agraciar os olhos cansados dos cinzas das cidades com as cores que duram em  média cinco dias, porém, a imagem acalenta a alma até a próxima florada, que independente da vontade  do homem, segue o seu ciclo natural, como a lembra-lo da efemeridade da vida terrena e a lindeza das flores caídas no chão o conduz a uma reflexão: Quais são os mistérios do ciclo nascimento, vida e morte?
          Bem – aventurados são aqueles que cresceram observando o ciclo da vida no cerrado, a caixa d’ água do Brasil,  subiram em árvores, colherem flores e frutos e cochilaram à sombra das árvores  ouvindo os pássaros cantar, sentido o cheiro da terra enquanto o  vento soprava leve. As árvores dos cerrados são  resistentes. Com seus troncos e galhos  tortuosos e  raízes  profundas, sobrevivem ao tempo das águas e das secas e observam as sucessivas gerações  humanas  que desfrutam de sua generosidade.

Se você gostou desta crônica, escreva nos comentários, sobre a árvore que lhe viu crescer.
         



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