Os netos, filhos das ovelhas desgarradas do rebanho
mineiro, quando vão visitar os parentes, principalmente os avós, costumam não se sentirem queridos por não
ouvirem-os dizer: “eu te amo”, pois em
terras distantes estão acostumados com esta expressão já tão gasta e vazia de
sentimentos verdadeiros e profundos. É um costume antigo das Minas Gerais,
ouvir com atenção, falar pouco e traduzir
o afeto por meio de ações simples do cotidiano.
Infelizmente, muitos jovens não
conseguem entender que o fato da avó ter ficando horas na cozinha preparando
quitandas tradicionais, especialmente para eles, ela está dizendo o quanto os
ama e deseja que eles desenvolvem sentimentos de pertencimento à família, à terra
e suas tradições.
A avó diz eu te amo, toda vez que cobre a mesa com uma toalha que ela
bordou à mão, em dias longos e
frios ouvindo a chuva cair mansamente molhando
os campos arados, onde sementes já estavam plantadas e germinavam lentamente, enquanto suas mãos ágeis iam criando lindos bordados no linho branco. O
amor é reforçado quando sai uma generosa fornada de pão de queijo que é servido
com café e leite. Quando coloca os
netinhos na cama e com eles reza a oração do
Anjo da Guarda.
A avó
mineira entende que não precisa dizer o quanto ama seus netinhos, ela
prefere passear com eles pelo quintal, pelo jardim para que eles percebam a
magia da vida no desabrochar das flores, no suave canto dos pássaros, nas
velozes formigas a correr sem se
cansarem. Oferecer-lhe um chá quentinho
para prevenir de um resfriado quando eles tomam banho de mangueira. Ela diz eu te amo toda vez que se dispõe a contar infinitas histórias dos tempos antigos,
mesmo quando eles, já com os olhinhos quase fechado de sono pedem: conta de novo! E com as pequenas e amorosas ações ela vai
dizendo “eu te amo!”
Qual
era maneira de sua avó demonstrar amor? Escreva nos comentários. Obrigada.
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