Assum preto é uma ave nativa do Brasil e é
encontrada praticamente em todos os estados, porém, recebe nomes diferentes: pássaro
preto, graúna, chico-preto, arranca-milho, entre outros. Apresenta
plumagem preta, brilhante e uniforme. São
aves grupais, barulhentas e vistas
sempre em bandos nos galhos das árvores; onívoros, se alimentam de aranhas,
insetos, sementes e apreciam o fruto do
buriti, quando maduro. Mesmo sendo
privilegiada pela natureza com uma voz melodiosa, não é uma ave bem vista pelos agricultores porque ela
desenterra as sementes recém –
plantadas o que ocasiona mais
trabalho e prejuízos aos trabalhadores
rurais, apesar deste inconveniente, inspirou uma das mais belas canções
populares “ Assum Preto, de autoria de Luiz
Gonzaga (1912-1989) e Humberto Teixeira (1915-1979) gravada primeiramente pelo
rei do baião, Luiz Gonzaga, e posteriormente, por vários outros, entre eles Sergio Reis, Marina de La Riva , Gal Costa...
A canção é uma autêntica obra de defesa da liberdade
de todos os seres vivos, porque
de uma forma simples e poética, mostra o sofrimento da ave
prisioneira em uma gaiola, vítima da
crueldade e ignorância do homem,
que por puro egoísmo, a cegou, por acreditar que assim o seu canto seria aperfeiçoado e mais
belo.
“Tudo em vorta é só beleza
Sol de Abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor..”
O canto,
normalmente, é uma expressão de alegria,
mas na gaiola, o cantar do assum preto é doloroso, por estar afastado de seu habitat,
de seu bando, impossibilitado de apreciar
a beleza do céu de abril, o verde dos campos e de voar livremente. É uma canção
que propicia reflexões filosóficas sobre
liberdade e respeito à vida e deve ser
ouvida e discutida com as crianças para que no futuro, elas não cometam este
tipo de atrocidade com seres indefesos com a finalidade de satisfazer propósitos egoístas.
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