Não é necessário frequentar consultório de psicólogo, psicanalista ou de terapeuta holístico para concluir o fracasso que foi a vida de
uma pessoa. Basta que ela tenha a coragem de enfrentar as suas frustrações e
listar os sonhos acalentados ao longo da vida e
compara-los com os que de fatos foram realizados, em menos de cem
minutos terá uma resposta precisa. Caso tenha faltado a coragem para
a autoanálise, e se por compaixão da família e dos amigos as
sucessivas derrotas nunca foram mencionadas, com certeza, não foi a melhor opção
porque elas continuam vivas e na ânsia de se libertarem do peito, acabaram sendo transformadas em doenças psicossomáticas
e males piores surgirão ao acompanhar, via redes sociais, os caminhos
que a vida das pessoas que fizeram parte da infância e adolescência dela
trilharam. Comparadas a uma árvore, na deles, cresceu-se galhos, desabrochou
flores, nasceu frutos, enquanto os galhos
da árvore da fracassada, foram perdendo as folhas, uma a uma, até
ficarem completamente secos.
O peito da fracassada sangra ao ver
a postagem da filha de uma antiga
vizinha, transbordando de felicidade, às margens do rio Sena, em Paris,
não de inveja, por lhe querer mal, mas pela consciência de que não teve a dedicação e a garra necessária para crescer
profissionalmente, enquanto aquela criança, filha de um taxista e de uma dona
de casa, estudante de escola pública, formou-se em medicina, em uma Universidade Federal e já montou o seu
consultório.
Dos olhos da fracassada, brotam
pesadas lágrimas, quando as primas de primeiro grau, compartilham as
fotos dos netinhos que estão chegando e renovando a vida. Não é por maldade que
ela não consegue compartilhar da alegria da família, mas pelo arrependimento de
ter abdicado da maternidade em prol do
sonho de uma brilhante carreira e pela qual, não buscou o aprimoramento necessário,
protelou, procrastinou e consegui apenas uma aposentadoria de dois salários mínimos.
A apatia apossa em seu espírito fraco
ao observar as postagem de antigas amigas e companheiras de trabalho que ficaram
viúvas ou separam –se, superaram suas dores, procuram e encontraram novos amores e no auge da maturidade se permitem serem
felizes. Ela as odeia? Não! apenas
lhe falta a força necessária para
seguir em frente e procurar um sentido
para a sua triste sina, trilhando novos caminhos.
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