domingo, 28 de abril de 2019

Destilando veneno


          Você  recomendou-me que eu procurasse  apoio na igreja, familiares, medicina alternativa e convencional como psiquiatria  para que eu pudesse aprender a lidar com a rejeição. Eu não quero aprender a lidar com a galharda, é mais um equívoco seu, inclusive, já mandei serrá-la, rente ao couro cabeludo e as raízes foram  extirpadas com o buticão de um bom veterinário.  Quem precisa se curar  do complexo de  segundo lugar, preterida é você  e não adianta aprofundamento espiritual e  crendices populares, nada disso lhe devolverá a sua autoestima porque  a sua cura depende da  minha medicação personalizada que você conhece de um passado longínquo, e era boa, pois sem querer,  implantei em você a paixão, o prazer de me amar e ser amada, por mim.
          A poção  mágica  capaz de libertá-la desse grilo psicótico, que você está a sentir com  relação à minha pessoa é exclusividade minha e deve ser ministrada  em doses homeopáticas até aliviar o seu ego machucado, a questão é: será que eu tenho tempo e disposição para cuidar do  faniquito que você diz que lhe causei  em nosso último jantar? Abra a sua comporta emocional e deságue  esses pensamentos equivocados  em outros rios porque  eu sei que após a nossa separação você se envolveu  em outros relacionamentos e agora acusa-me de ser o responsável pelas suas dores de amor. Eu não vou assumir uma carga que não é minha, procure outra transportadora e  doravante não mais lerei a sua correspondência.
          A partir de hoje, minhas manhãs serão dedicadas a leitura  de textos  enviados  por uma pessoa inteligente cujos trabalhos possuem frases concatenadas capazes de adequar as necessidades pessoais, intelectuais do leitor que por si mesmo, vai detendo em uma ou outra imagem que o faz viajar  mentalmente  para locais distantes que deixaram saudade ou  que desperta-lhe o interesse de conhecê-los.

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