Era uma dessas manhãs em que o céu de abril é azul e saudoso e a brisa
outonal acaricia levemente o rosto dos navegantes. Do leste, o sol aparece e mostra o seu esplendor
e as águas profundas do mar parecem
estar em chamas e os pescadores, indiferente à beleza, lançam seus frágeis
barco na imensidão do Oceano Atlântico,
parece que não temem a força de Netuno,
apenas esperam que a pesca seja farta e que eles possam alimentar suas famílias
com o fruto de seu trabalho e assim, sem
nenhuma reflexão filosófica sobre os mistérios do mar, lançam suas redes
e lutam contra a força das ondas e vão
se distanciando da praia.
Indiferente ao esforço dos pescadores, uma criança
solitária e triste, sentada no barco, segue com os olhos os
prédios distantes, as aves sobrevoando às
águas, como a festejar o novo amanhecer.
Ser um pescador não é o seu objetivo. Almeja mais, ser comandante de navio cargueiro, singrar mares distantes
e depois de meses, retornar ao lar e ser recebido com um abraço afetuoso de seu velho pai, que luta
para cria-lo sozinho, sem apoio da esposa, que falecera no
parto.
E no balançar da canoa o pequeno sonha! Um dia, no
comando de seu cargueiro, este pequeno
barco será apenas uma vaga lembrança. Não temerá ficar à deriva em noites
de tempestades,o seu temor secreto. O
azul do mar em contraste com o branco da espuma das ondas envolvem o
coração sonhador, que desta vida apenas almeja um trabalho digno e a certeza de sempre voltar para
amorosos braços á espera no caís.
Nenhum comentário:
Postar um comentário