sábado, 30 de março de 2019

Sempre com medo




          O Brasil é de fato, uma país abençoado por Deus e  por ele foi agraciado com terras férteis, abundância de   água doce e  uma rica biodiversidade. Além destas bênçãos, este pedaço de chão recebeu  outras proteções divinas: sem terremoto, tsunami, tornado e furacão, ou  seja, a própria  imagem do paraíso bíblico. Acontecem às vezes uns temporais com ventos fortes que causam grandes prejuízos mais em virtudes da imprudência  do homem e pela  falta de planejamento das  cidades do que pelo fenômeno em si. Estrangeiro que não  assiste os noticiários policiais,  não faz ideia do medo crônico que assola a pessoas de bem.
            Um dos fiéis companheiros dos brasileiros dá juventude à morte, é o medo do desemprego  e  de não poder arcar com as contas e sustentar a família. Somado a este, o medo  de ser vítima de um assalto seguido de tortura e morte. A crueldade é tamanha  que ao meliante, não basta tomar   os bens é preciso levar também a sua tranqulidade e dignidade. Foi-se o tempo em que  os ladrões eram apenas adultos, hoje,  principalmente as mulheres, suam frio ao  avistar um jovem porque até crianças de dez anos estão sendo usadas, as vezes, pelos próprios pais, para a prática de delitos; ingênuo quem pensa que estão armados com apenas canivete ou estilete!  Estes pré-adolescentes sabem manusear uma arma melhor que os seus contratantes e reagir  pode custar a vida. Os pequenos comércios, das áreas mais violentas, cansados das visitas constantes dos delinquentes,  foram obrigados a colocar grades nas portas e o cliente, não pode adentrar no estabelecimento para escolher os produtos,  entrega a lista e espera na calçada.
          As mulheres, quando  saem, são obrigadas a deixar em casa ou colocar dentro da bolsa os brincos,  pulseiras e até  a aliança, para não chamar a atenção. Caminham assustadas em uma fuga constante. Se estão de carro, vidros fechado e   com mais atenção nos transeuntes do que nos sinais de trânsito. Um automóvel não é mais sinônimo de segurança! Nem mesmo o lar, apesar das grades nas janelas, concertinas, redes laminadas nos muros, câmeras e alarmes, residências são invadidas, moradores torturados e traumatizados e para piorar o clima de tensão constante, não há esperança de que esteja situação caótica seja resolvida em médio prazo, portanto, de um amanhecer ao outro, por longos anos, o medo continuará sendo o  fiel companheiro do trabalhador brasileiro, em um país belo  e rico.

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