Acabou o carnaval! É o momento de uns
contabilizar os lucros, outros, prejuízos e há também os que comemoram,
como os integrantes da escola de samba paulistana Mancha Verde campeã
pela 1ª vez, com um enredo
que narra a saga da princesa africana
Aqualtune (século XVII), que foi
vendida como escrava reprodutora para dar origem a novos cativos em uma fazenda
do município de Recife, P.E. Embora
tenha exercido um papel importante na
luta contra a escravidão, não recebeu
dos historiadores, o valor que lhe é seu por direito, como o trabalhador braçal
e anônimo, responsável pelo sustento da nação e que, após o feriado prolongado das festividades carnavalescas, na quarta-feira de cinzas,
com o corpo cansado retorna à labuta
pelo seu pão de cada dia.
Os foliões do bate e volta, que
levaram mais tempo na viagem do que descansando, deitados na areia quente da praia sob um sol escaldante, tentam todas
as panaceias recomendadas por familiares e amigos, na vã tentativa de amenizar as
queimaduras porque precisam retornar ao
trabalho. Já os que conseguiram alugar uma
pequeno e desconfortável apartamento no litoral, apesar das fortes
dores nas costas, não podem repousar, precisam desfazer as malas, tomar um analgésico porque apresentar
ao patrão, um atestado médico pós
feriado, definitivamente não é uma boa ideia,
é quase um pedido de demissão por justa causa. Ainda há, aqueles
integrantes de todas as tribos, que foram vítimas de bandidos e tiveram seus
celulares subtraídos, lotam as Delegacias
para fazerem o Boletim de Ocorrência e
as lojas especializadas para comprar outro aparelho em prestações a perder
de vista. A turma dos dendicasa, estes
sim, estão eufóricos para retornar à
rotina e os integrantes de todos os blocos se preparam para a Missa das Cinzas.
Após alegrias e tropeços do carnaval, é
hora e ir a Igreja renovar as energias e
pedir proteção. Após o trabalho, vão assistir a Missa das Cinzas, data em que o
celebrante discorre sobre a fragilidade
da vida humana, orienta sob a importância do jejum e de abdicar da carne,
durante os quarenta dias da quaresma, o que em um momento que se discute a
pegada hídrica do bife, vale a pena
seguir esta tradição. Para
finalizar o ritual, o Padre, utilizando as cinzas provenientes
da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior,
umedecidas com água benta faz uma cruz
na testa dos fiéis proferindo as palavras
tradicionais; a fé se renova e com ela a
energia necessária para mais um ano de lutas e incertezas. É preciso acreditar
e lutar! Sabiamente a Conferência Nacional dos Bispos, lançou como tema da Campanha
da Fraternidade/2019 “Fraternidade e
políticas públicas e o lema, “Serás libertado pelo direito e pela justiça”.
E justiça é o que o trabalhador brasileiro precisa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário