sábado, 9 de março de 2019

Francisca Romana



          Durante muitos séculos perdurou  o costume cristão de   dar nomes aos filhos com o santo do dia. Em Minas Gerais, a Folhinha Mariana, o tradicional calendário da primaz de Minas, confeccionado desde 1870, ajudava os pais a manter a tradição porque  o registro dos dia do ano vinham acompanhados  com o santo do dia e  ainda constava  orientações religiosas, tabelas do amanhecer e anoitecer, fases da lua e previsão do tempo e era  oferecido gratuitamente pelos comerciantes aos seus clientes. Francisca Romana nasceu em 09 de março de 1941 e  assim foi chamada  graças a esta orientação Eclesiástica. Seus pais, não conheciam a história da  Santa e nunca puderam saciar a curiosidade da filha sobre a mulher, antes da santa, responsável pelo seu nome.        Mulheres  agraciadas com o nome de Francisca, sem uma razão especial,  recebem apelidos afetivos  de Fran ou Chica. Felizmente a mãe de Francisca não gostava de alcunha e fazia  questão que a  filha fosse chamada pelo   nome duplo de batismo. Que sorte a dela!
            Durante décadas Francisca Romana  se  perguntou quem era  Santa, mas era uma resposta difícil de ser encontrada. Primeiro tentou saciar a sua curiosidade com os pais, depois com  a professora, com o pároco em sua época de catequese e nada!  Com a  democratização do conhecimento, por meio da internet na década de 1990, finalmente  sua dúvida foi sanada e pode enfim, conhecer a história da Santa, que veio ao mundo  em 1384, nascida  Francisca Bussa de Buxis de Leoni no seio de uma família cristã de nobres romanos e desde a mais tenra  idade, já se observava que a doçura, a fé e o amor aos pobres eram traços marcantes de sua personalidade. Embora sonhasse consagrar sua vida ao Senhor,  em obediência aos pais, casou-se com o  cristão  nobre Lourenço Ponciano e deu-lhe seis filhos e concomitante a criação da  prole, exercia a caridade com amor e dedicação  em meio a fome, revoluções e epidemias.  Nem a morte de  cinco de seus filhos e do marido, endureceram o  seu coração, continuou firme em sua obra de evangelização e auxílio aos menos favorecidos, e em gratidão, o povo  deu-lhe o título de “ Mãe de Roma”  Com o auxílio de suas companheiras viúvas fundaram a Ordem das Irmãs Oblatas Olivetanas de Santa Maria Nova.  Viveu apenas três anos na Ordem, vindo a falecer em  09 de março de 1440.
          Conhecer a história da mulher que em vida, via o seu Anjo da Guarda, o combate das forças divinas e satânicas e que tudo suportou com amor, paciência e persistência foi um motivo de grande orgulho e gratidão aos pais por terem seguido a tradição e lhe honrado com o nome de alguém que diante dos obstáculos não fraquejou e seguiu firme em sua fé e  no propósito de servir.

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