Durante
muitos séculos perdurou o costume
cristão de dar nomes aos filhos com o
santo do dia. Em Minas
Gerais , a Folhinha Mariana, o tradicional calendário da
primaz de Minas, confeccionado desde 1870, ajudava os pais a manter a tradição
porque o registro dos dia do ano vinham
acompanhados com o santo do dia e ainda constava orientações religiosas, tabelas do amanhecer
e anoitecer, fases da lua e previsão do tempo e era oferecido gratuitamente pelos comerciantes aos seus
clientes. Francisca Romana nasceu em 09 de março de 1941 e assim foi chamada graças a esta orientação Eclesiástica. Seus
pais, não conheciam a história da Santa
e nunca puderam saciar a curiosidade da filha sobre a mulher, antes da santa,
responsável pelo seu nome. Mulheres agraciadas com o nome de Francisca, sem uma
razão especial, recebem apelidos
afetivos de Fran ou Chica. Felizmente a
mãe de Francisca não gostava de alcunha e fazia
questão que a filha fosse chamada
pelo nome duplo de batismo. Que sorte a dela!
Durante décadas Francisca Romana se
perguntou quem era Santa, mas era
uma resposta difícil de ser encontrada. Primeiro tentou saciar a sua
curiosidade com os pais, depois com a
professora, com o pároco em sua época de catequese e nada! Com a
democratização do conhecimento, por meio da internet na década de 1990,
finalmente sua dúvida foi sanada e pode enfim,
conhecer a história da Santa, que veio ao mundo em 1384, nascida Francisca Bussa de Buxis de Leoni no
seio de uma família cristã de nobres
romanos e desde a mais tenra idade, já
se observava que a doçura, a fé e o amor aos pobres eram traços marcantes de
sua personalidade. Embora sonhasse consagrar sua vida ao Senhor, em
obediência aos pais, casou-se com o cristão nobre Lourenço Ponciano e deu-lhe
seis filhos e concomitante a criação da
prole, exercia a caridade com amor e dedicação em meio a fome, revoluções e epidemias. Nem a morte de
cinco de seus filhos e do marido, endureceram o seu coração, continuou firme em sua obra de
evangelização e auxílio aos menos favorecidos, e em gratidão, o povo deu-lhe o
título de “ Mãe de Roma” Com o auxílio
de suas companheiras viúvas fundaram a Ordem das Irmãs Oblatas Olivetanas de
Santa Maria Nova. Viveu apenas três
anos na Ordem, vindo a falecer em 09 de
março de 1440.
Conhecer a história da mulher que em
vida, via o seu Anjo da Guarda, o combate das forças divinas e satânicas e que
tudo suportou com amor, paciência e persistência foi um motivo de grande
orgulho e gratidão aos pais por terem seguido a tradição e lhe honrado com o
nome de alguém que diante dos obstáculos não fraquejou e seguiu firme em sua fé e no propósito de servir.
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