Ansiedade é
uma palavra que está na boca do povo e dos profissionais de saúde e
o pior é que não há vacina para
proteger deste mal do século, que atinge
da criança ao bisavó. Psicólogos, escritores de autoajuda afirmam
sua origem está no medo de ser ferido, de perder algo que seja
importante ou que possa lhe fazer falta
em algum momento, mesmo que a possibilidade seja zero, mas em tempos de economia
incerta é comum algumas pessoas acumular quinquilharias. Seja o medo
de um perigo real ou imaginário, o
indivíduo sentirá as mesmas
sensações. È difícil encontrar alguém que não teme vivenciar uma situação inusitada com possibilidade de perdas e danos.
Neste início do século XXI, em plena era da comunicação, da informação em tempo real, o
medo já começa enquanto o vivente ainda
está no conforto do ventre materno, o medo de ser abortado, já que há calorosos debates sobre a liberação do aborto, isto
já o deixa apreensivo, pois ele venceu a
corrida e deseja apenas ver a luz do dia
e crescer feliz no seio de uma
família amorosa e acolhedora.
O medo acompanha o cidadão em toda a sua jornada
na terra. Adulto nenhum gosta de admitir que custou a dormir na véspera do seu primeiro dia de aula, pensando
em como seria as mãos que o protegeria
na escola. Os perigos são muitos, caso contrário, a mãe não perderia tanto tempo orientando-o. Tão logo se familiarizam com o ambiente escolar, depara-se com a ameaça da nota vermelha, recuperação, retenção. Além
das angustias provenientes do universo estudantil, no decorrer do ano, unhas são roídas
e dentes rangidos preocupados se seus
pequenos prazeres serão atendidos por seus genitores, como presente de aniversário,
dia da criança, natal, guloseimas, eletrônicos. Crescer em um sistema capitalista, é
consumir-se em ansiedade.
A dificuldade
de lidar com o medo é agravada na adolescência, quando a família decreta que ele agora
deve ter coragem, ser forte para enfrentar as agruras da vida, e em qualquer dê cá a palha, ou situação difícil,
não há mãos carinhosas e fortes para ampara-lo. Agora terá que enfrentar sozinho, os caminhos
tortuosos da descoberta do amor e de sua busca profissional; é vestibular,
Enem, graduação, estágio, primeiro emprego, resumindo, até em sonhos borboletas
batem as asas em seu estômago.
Os anos ampliam a consciência e já ciente das responsabilidades e doravante,
uma agenda é pequena demais para anotar todos os perigos que deve evitar a
começar pelos fenômenos da natureza: Ventos fortes, relâmpagos, raios, secas,
enchentes, maremotos. Perda do emprego, da saúde, de pessoas queridas, enfim,
de não conseguir assumir todos os seus compromissos e todas as noites poder dormir de barriga cheia em uma cama quentinha, e há ainda um medo, que antes não o
preocupava e que agora toma proporções inimagináveis: o medo de morrer! Quem zelará
pelos seus descendentes? Familiares terão como arcar com os custos do funeral? Para
onde irá sua alma, caso ela exista de fato?
O que ele sentirá ao ser enterrado? Sentirá muita dor ao ser devorados pelos vermes? Viver
é perigoso e a ansiedade uma companheira chiclete..
Nenhum comentário:
Postar um comentário