sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

O Caso trágico do filhote de urubu

                       
            Quem convive com crianças e adolescente sabe que a última moda, nas escolas públicas   são os projetos de meio ambiente, visando conscientizar a garotada da importância  da natureza e  da responsabilidade  de todos para a garantia da qualidade de vida de seus descendentes e dos descendentes  de seus descendentes. A molecada  saem às ruas pedindo garrafas pet, latas de refrigerantes, cervejas, embalagens longa vida, revista  e jornais, para trabalhos escolares ou para vender e arrecadar dinheiro para grafitar o muro da escola, por exemplo. Louvável!
            Moradores das proximidades das escolas, sem filhos em idade escolar, e envolvimento com os projetos, têm o distanciamento afetivo e discernimento necessário para analisar estas iniciativas de  maneira objetiva e realista e, podem afirmar com propriedade que o distanciamento entre teoria e prática é de milhares de anos luz em muitas escolas.
            Geralmente, na culminância do projeto, as famílias, imprensa e a comunidade  em geral, são convidadas e, apesar  dos discursos sobre a importância de preservar o meio ambiente,  o espaço físico da escola  mostra o contrário. As paredes estão sujas, rabiscadas, cadeiras quebradas e escritas, com caneta e até corretivos, banheiros  danificados,  lixo no chão e o pior, usam excesso de material, para dizer que é preciso reduzir o consumo. No decorrer do ano, os vizinhos  presenciam outros distanciamentos  entre discurso e prática, como  o caso do filhote de urubu.
            Em uma escola, com o muro grafitado, cujo tema era: “Preservação da Natureza” ninguém sabe como, apareceu um filhote de urubu, que ainda não sabia voar, no estacionamento da escola. E estranhamente, não recebeu  a atenção devida, por ser um ser vivo, indefeso e essencial, porque  são os melhores faxineiros da natureza. Sem eles, doenças decorrentes da  lenta decomposição de animais mortos, propagariam com rapidez prejudicando a todos os animais  silvestres  e domésticos, inclusive os seres humanos.
            A história do visitante inusitado  e a providência da escola se espalhou rápido. Telefonaram para a Polícia Florestal buscá-lo. Dizem, que ela pediu que alguém o entregasse  na Sede e está providência não foi tomada e o pobre filhote morreu de fome, sede e medo. O corpo docente e discente fala, em preservação, porém, delegam a  tarefa somente aos Órgãos Públicos e, quando apareceu a oportunidade, de ensinar  com a prática, infelizmente, os educadores ignoram a máxima popular “ Os exemplos falam mais do que as palavras”. Se, com a ajuda de alguns alunos, um professor tivesse pegado o filhote com cuidado, e  entregado-o a uma Instituição especializada, teria tido uma atitude responsável, que os educandos iriam reproduzir em suas  vidas e repassá-la aos seus filhos e netos, afinal, palavras o vento leva  e os exemplos se  assimila e pratica. Faltou atitude!

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