Quem convive com crianças e
adolescente sabe que a última moda, nas escolas públicas são os projetos de meio ambiente, visando
conscientizar a garotada da importância
da natureza e da responsabilidade de todos para a garantia da qualidade de vida
de seus descendentes e dos descendentes
de seus descendentes. A molecada
saem às ruas pedindo garrafas pet, latas de refrigerantes, cervejas,
embalagens longa vida, revista e
jornais, para trabalhos escolares ou para vender e arrecadar dinheiro para grafitar
o muro da escola, por exemplo. Louvável!
Moradores das proximidades das
escolas, sem filhos em idade escolar, e envolvimento com os projetos, têm o
distanciamento afetivo e discernimento necessário para analisar estas iniciativas
de maneira objetiva e realista e, podem
afirmar com propriedade que o distanciamento entre teoria e prática é de
milhares de anos luz em muitas escolas.
Geralmente, na culminância do
projeto, as famílias, imprensa e a comunidade
em geral, são convidadas e, apesar
dos discursos sobre a importância de preservar o meio ambiente, o espaço físico da escola mostra o contrário. As paredes estão sujas,
rabiscadas, cadeiras quebradas e escritas, com caneta e até corretivos,
banheiros danificados, lixo no chão e o pior, usam
excesso de material, para dizer que é preciso reduzir o consumo. No decorrer do
ano, os vizinhos presenciam outros
distanciamentos entre discurso e
prática, como o caso do filhote de
urubu.
Em uma escola, com o muro grafitado,
cujo tema era: “Preservação da Natureza”
ninguém sabe como, apareceu um filhote de urubu, que ainda não sabia voar,
no estacionamento da escola. E estranhamente, não recebeu a atenção devida, por ser um ser vivo,
indefeso e essencial, porque são os
melhores faxineiros da natureza. Sem eles, doenças decorrentes da lenta decomposição de animais mortos,
propagariam com rapidez prejudicando a todos os animais silvestres
e domésticos, inclusive os seres humanos.
A história do visitante
inusitado e a providência da escola se
espalhou rápido. Telefonaram para a Polícia Florestal buscá-lo. Dizem, que ela
pediu que alguém o entregasse na Sede e
está providência não foi tomada e o pobre filhote morreu de fome, sede e medo. O
corpo docente e discente fala, em preservação, porém, delegam a tarefa somente aos Órgãos Públicos e, quando
apareceu a oportunidade, de ensinar com
a prática, infelizmente, os educadores ignoram a máxima popular “ Os exemplos
falam mais do que as palavras”. Se, com a ajuda de alguns alunos, um professor
tivesse pegado o filhote com cuidado, e entregado-o a uma Instituição especializada,
teria tido uma atitude responsável, que os educandos iriam reproduzir em
suas vidas e repassá-la aos seus filhos
e netos, afinal, palavras o vento leva e
os exemplos se assimila e pratica. Faltou
atitude!
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