quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Displicência

          Que a tecnologia   encurta distâncias,  disponibiliza informações e  torna a vida mais fácil, não resta a menor dúvida, mas, em excesso, acaba inibindo a reflexão sobre as questões da vida diária, as  trocas de informações e o repasse das tradições familiares, como os cuidados com os recém- nascidos.
No lar há predomínio tecnológico!  Enquanto alguns assistem televisão, outros estão ouvindo rádio,  conectados a internet,   postando fotos e curtindo posts, conversando no Whatsapp, que apesar de agilizar a comunicação entre as pessoas, a torna superficial e suscetível a  enganos e mal-entendidos. Atento a tudo que acontece no mundo virtual, a comunicação diária entre as pessoas, necessária para a harmonia da família acaba deficitária.
Sentar-se à mesa de uma sorveteira, com o celular desligado, e enquanto saboreia um delicioso napolitano, observar o ritmo da  rua e os transeuntes pode ser uma experiência rica  no quesito observação das mudanças de comportamento das pessoas, e o quanto elas não colocam em prática, o conhecimento adquirido na  escola, meios de comunicação de massa, revistas de informações  e nas redes sócias.
Enquanto a pessoa toma o sorvete, ás 15 horas, horário de verão, temperatura 35º, com uma sensação térmica de 38º, presencia-se   infrações de trânsito, assaltos e também, o  mais chocante: O distanciamento  entre  a teoria e a prática. Uma jovem mãe vai caminha tranquilamente com o seu bebê recém-nascido, com o rosto voltado para o sol escaldante, contando apenas com as sombras das   raras  árvores e das construções. A responsável pela criança, não se preocupou sequer em protegê-lo com um boné ou fazer uso da velha conhecida  das matriarcas amorosas e cuidadosas:  A sombrinha!
Os riscos de câncer de pele, são largamente discutidos na escola e, sempre na entrada do verão, dermatologistas e  oncologistas   são requisitados pela  mídia para falarem sobre os  benefícios e riscos do sol.O telespectador é bombardeado com propaganda de protetores solares que alertam sobre a necessidade de proteger a pele contra os raios ultravioleta, que apesar  dos seus benefícios, em excesso, são prejudiciais.
Que falta faz as avós tradicionais! Até os meados do século XX, elas eram  as principais responsáveis pelos cuidados com os bebês, e quando estes  saíam às ruas, além da   jovem mãe ser obrigada a usar a sombrinha,  ele tinha uma proteção extra que era um capeuzinho de algodão, em cor clara e a mamadeira com água, para hidratá-lo. E elas nem sabiam dos riscos de câncer de pele. Tinham apenas uma atitude de amor e cuidado com a frágil vida, que era o orgulho da casa e a certeza que a família continuaria por muitos e muitos anos.

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