domingo, 22 de janeiro de 2017

A gota d'água

                               Elenita ama cachorros! Tem um casal e estes são tratados como filhos e recebem mais amor e cuidado  do que muitas crianças que perambulam pelas ruas, sozinhas, maltrapilhas, procurando comidas em latas de lixo ou vendendo balas e chicletes  em semáforos. Até aí, nada de errado em ter bichos de estimação. Porém, ela mora em um prédio pequeno, com apenas dois moradores por andar, e somente ela aprecia animais. Como o amor é cego, ela não consegue perceber que a sua alegria é a raiva do vizinho, que se irrita com o latido,  com o cheiro forte de urina pelos corredores do prédio, sem falar na garagem.....
         Em nome da política da boa vizinha, o Sr Silva foi relevando, engolindo um sapinho por dia, até quem uma tarde ele explodiu. Recolheu a sujeira dos animais e colocou na porta da proprietária dos cães. Ao deparar com o inusitado presente,  Elenita enfurecida, bateu na porta dos vizinhos, ofendeu-os, usando palavras de baixo calão, reclamou que eles não amavam os seus bichinhos.
         A explosão aconteceu, porque não houve diálogo entre os vizinhos e nem uma tentativa de melhorar a convivência, sem perda para ambos os lados.  A questão é simples: Elenita gosta de animais, assim, deveria  mantê-los dentro do seu apartamento, levá-los  cães para passear e, quando marcasse o território, se responsabilizasse pela limpeza do local. Quanto aos latidos? Em  todas das demandas,  todos tem que ceder um pouco. São como choro  e riso de criança. É a natureza! Apenas paciência!
                  

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