sábado, 21 de janeiro de 2017

Luto

                            A Lei da natureza é os  filhos enterrarem os pais. Com esta dinâmica a vida se renova e perpetua. Às vezes esse ciclo se  rompe e muitos pais, principalmente aqueles que não conviveram com os filhos, fazem manobras inacreditáveis  camuflar a tristeza.
            É possível compreender a dor as manobras que eles fazem para não sentir a perda do primogênito. O sofrimento é grande, porém  o orgulho, soberba e  a prepotência não os permite viver plenamente o  luto, o que é salutar.  Muito homens criaram  uma couraça e se armaram com poderosas ferraduras  na tentativa  de proteger o menino frágil e carente,  que realmente são. É uma  luta árdua e inútil.
            Quiçá está  experiência tão dolorosa consiga abrir uma  janela no  coração  deles ,e por ela entrar a compaixão e a  sabedoria e que saia, por esta  mesma janela,  as dores e os erros  do  passado. O tempo se encarrega de curar as feridas do corpo e da alma, mas as cicatrizes ficam e é preciso aprender a conviver  elas.
            Em situações assim, parentes e amigos devem apenas pedir ao universo que dê à pessoa enlutada, serenidade para lidar  com  a perda e entregar o filho ao criador, já que os mistérios de vida e morte estão além da compreensão humana.

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