Rosalina amava os animais da fazenda em que nascera. Aos sete anos de
idade, já tinha a responsabilidade de ajudar o pai na lida com o gado. Levantava
às seis horas da manhã, ia ao pasto
buscar os bezerros e as vacas leiteiras para que ele pudesse iniciar o ordenha e ficava
por perto, para dar uma força, no que precisasse. Depois de entregar o leite ao caminhão da Cooperativa, limpava o
curral, almoçava e só depois ia para a escola rural. Levava a vida feliz, pois
não conhecia outra. Um dia seu pai
chegou com uma novidade: Três cabras.
Foi amor a primeira vista! Rosalina
apaixonou-se pelos animais e assumiu a responsabilidade de cuidar delas. Ficou
muito alegre quando soube que estavam prenhas. Já chegaram com nomes: Gemada, a
maior, que recebera este nome, provavelmente pela cor do pelo que lembrava a tonalidade da gema de ovo. Pinheirinha, era malhada em tons de preto e branco,
já Tetéia, tinha o pelo todo branco, era dócil e carinhosa e rapidamente cativou o coração da menina, que
esperava ansiosamente o nascimento do
filhote. Antes de iniciar a lida no curral, passava pelo piquete na expectativa que ela já tivesse dado cria.
Em uma manhã calma, como outra
qualquer, Rosalina seguiu a sua rotina e
foi olhar as cabras no piquete e
observou que a sua Tetéia querida, estava com um comportamento diferente,
característico de fêmeas após o parto. Mas ela não encontrou o filhote.
Chorando, procurou por dias e nada. Era motivo de zombaria por todos da
família, “ onde já se viu,chorar por um filhote de cabra desaparecido” diziam.
Tetéia também sofria, com as tetas cheias de leite, sem poder amamentar. O
Sumiço do cabritinho era o início do
martírio dela. Uma tarde, ao retornar da escola, não encontrou os animais e,
para evitar um rio de lágrimas, o pai disse que as levara para cruzar em uma fazenda distante.
Ela percebeu que era mentira, se afastou para chorar silenciosamente a cruel separação. Nunca mais ela viu a sua
Tetéia querida.
cruel
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