sexta-feira, 26 de julho de 2024

Reverencia aos avós

     Hoje é dia dos avós, e João sentia em seu peito uma profunda gratidão por aqueles que vieram antes, por aqueles cujas vidas foram marcadas pela coragem e pela determinação. Homens e mulheres que desbravaram caminhos para que a vida de seus descendentes fosse mais leve, para que tivessem mais tempo para o lazer que eles mesmos não puderam desfrutar, para que pudessem amar seus filhos de uma forma que lhes foi negada, pois o trabalho era árduo e as jornadas, intermináveis. Começavam suas lidas ao cantar do galo e só cessavam com a escuridão da noite. E, em noites de lua cheia, tão logo os raios de luar beijavam a terra, iniciavam uma nova jornada até o corpo ceder ao cansaço. Era necessário. Máquinas não existiam, e toda a produção era artesanal, desde o preparo da terra para o plantio até o preparo das refeições no fogão a lenha. Assim também eram as roupas: plantavam o algodão, compassavam, capinavam, colhiam, passavam no escaroçador para retirar as sementes, batiam, cardavam, fiavam, faziam as meadas, tingiam, e, depois de secas, enrolavam em novelos, teciam, e só então as roupas eram confeccionadas. Era um processo longo, as roupas eram pesadas e difíceis de lavar. Eles foram heróis, e ele os reverenciava. Neste dia dos avós, ele honrava suas memórias com profundo respeito e gratidão.

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