Quando o amor se esvai, deixando um vazio profundo no coração, o senso comum
sugere que a mesquinharia sutilmente preenche este espaço. Os filhos, outrora
laços de ternura, transformam-se em moedas de troca, e a disputa pelos
pertences do lar adquire dimensões inimagináveis. Nos finais de semana, as
crianças, que deveriam ser a essência de pureza e alegria, tornam-se um fardo,
pois os pais, agora solitários na pista da vida, buscam libertar-se da
responsabilidade, ansiando por novos amores.
Crê-se que, na maioria das vezes, não se casa por amor verdadeiro, mas sim
por uma paixão fugaz ou interesses materiais, desejando enriquecer o patrimônio
com o mínimo de esforço. E há aqueles sonhadores, idealistas de um ninho de
amor eterno, que, ao enfrentar a primeira adversidade da vida conjugal, clamam
pelo divórcio. Em um gesto de vingança, tornam a divisão dos bens um campo de
batalha, disputando objetos que, na verdade, só têm valor por serem desejados
pelo outro. E assim, o objeto da contenda, uma vez obtido, acaba esquecido em
alguma caixa ou destinado ao lixo.
Presenciar tais cenas corriqueiras e melancólicas na dissolução de um
matrimônio faz qualquer alma temente a Deus refletir sobre o sagrado juramento
feito aos pés do altar: cuidar com amor e responsabilidade dos filhos que o Pai
Celestial confiou, e permanecer unidos, apoiando-se mutuamente, até que a morte
os separe.
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