quinta-feira, 18 de julho de 2024

Quando o amor acaba

 

Quando o amor se esvai, deixando um vazio profundo no coração, o senso comum sugere que a mesquinharia sutilmente preenche este espaço. Os filhos, outrora laços de ternura, transformam-se em moedas de troca, e a disputa pelos pertences do lar adquire dimensões inimagináveis. Nos finais de semana, as crianças, que deveriam ser a essência de pureza e alegria, tornam-se um fardo, pois os pais, agora solitários na pista da vida, buscam libertar-se da responsabilidade, ansiando por novos amores.

Crê-se que, na maioria das vezes, não se casa por amor verdadeiro, mas sim por uma paixão fugaz ou interesses materiais, desejando enriquecer o patrimônio com o mínimo de esforço. E há aqueles sonhadores, idealistas de um ninho de amor eterno, que, ao enfrentar a primeira adversidade da vida conjugal, clamam pelo divórcio. Em um gesto de vingança, tornam a divisão dos bens um campo de batalha, disputando objetos que, na verdade, só têm valor por serem desejados pelo outro. E assim, o objeto da contenda, uma vez obtido, acaba esquecido em alguma caixa ou destinado ao lixo.

Presenciar tais cenas corriqueiras e melancólicas na dissolução de um matrimônio faz qualquer alma temente a Deus refletir sobre o sagrado juramento feito aos pés do altar: cuidar com amor e responsabilidade dos filhos que o Pai Celestial confiou, e permanecer unidos, apoiando-se mutuamente, até que a morte os separe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário