Na confortável casa amarela, ao lado da serralheria, residia uma dinâmica peculiar. A matriarca, Dona Zilá, era detentora dos usufrutos sobre a casa que outrora pertencera ao saudoso marido, que tinha ciência do filho que tinha, deixou em testamento, o usufruto para a esposa. Quando este casou, alegando precisar de mais intimidade com esposa, nos primeiros meses de casamentou, alugou uma casa para mãe. A mãe, acreditando que o filho cumpriria a sua promessa, e que quando o primeiro filho nascesse, eles a chamariam de volta para ajudar a cuidar do neto, aceitou de bom grado e abriu mão de seu direito legal. Entre poucos risos e muitas discordâncias os anos foram passando, filhos nascendo e nada do filho cumprir a promessa de convidar à mãe para retornar à sua casa e desfrutar do espaço que lhe era de dinheiro, como também, compartilhar as histórias da família aos netos e ensiná-los que amor é o que transforma uma casa em lar, independentemente dos direitos que a Justiça lhe confere. Esperou por este momento por longos 30 anos, e quando a neta primogênita, foi levar o bisneto para conhecer a bisavó, esta jazia em seu leito, em estado de putrefação avançado.
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