terça-feira, 31 de março de 2020

Diário do isolamento social 14ºdia

                          E lá se foi mais um dia que não deixará saudade. Que recordação terei desta monotonia? Em 31 de março, da década de 1970, não sei precisar o ano, mas recordo bem o acontecido.  Minha avó paterna esteve em casa e convidou-me para um passeio, somente vovó e netinha, desculpa para uma suave orientação sobre uma paixonite que eu tinha,  com o intuito de abrir os meus olhos para que eu não me envolvesse  com um homem, cujo histórico familiar era de violência doméstica contra as mulheres: esposa, filhas, noras, não escapava nenhuma. Como  a paquera chegou aos ouvidos da matriarca da família? Claro que pela minha irmã mais velha, a pessoa mais fofoqueira e dissimulada que eu já convivi em toda a minha vida. 31 de março de 2020,  eu não recordarei, porque não há o que lembrar, apenas mais um dia em isolamento social.
            Tenho abstido de ver televisão e olhar mensagem de redes sociais, ainda tenho um pouco de disposição para ouvir o noticiário do rádio e, como é de rotina em tempos de paz e guerra  na capital paulista, bandidos encontram um meio de extorquir a população, se não dá para assaltar na rua porque poucas pessoas estão circulando nas ruas,  como comprova  os registros dos terminais de ônibus de Tiradentes e Pinheiros, que   estão rodando com apenas 30% de usuários, assim, a turma do mal, procura outros meios,  estão partindo para o arrastão em condomínios, disfarçados de agentes de saúde alegando estar fazendo vistoria em domicílios para prevenção do Covid 19. O repórter orientou bem a população que as unidades de saúde não prestam este serviço, e este foi o meio mais fácil que eles pensaram para saquear, sem muitos esforços, os apartamentos. Nem em tempos de pandemia  as pessoas de bem podem descansar em paz no recinto sagrado de seu lar.
            É notícia velha, mas soube hoje  que no  dia 24 de março, o governador Dória,  informou que os detentos do sistema penitenciário de São Paulo vão produzir 320  mil máscara de proteção contra o  Covid 19, em TNT  e serão vendida a R$0,80. Hoje o Ministro Mandetta confirmou que elas são eficazes e que podem ser lavadas e  reutilizadas. A  minha dúvida é:  Estas máscaras, produzidas pelos  presidiários passarão por uma lavagem, esterilização, ou será de responsabilidade do  usuário, lavá-las antes de usá-las?  Eu confeccionei uma para mim, com  um pedaço da minha toalha de  natal, de TNT,  não fará diferença, e depois,  eu não tinha opção,  lojas de tecidos estão  fechadas, o natal está longe e eu preciso dela  é agora.  Precisamos nos proteger,  o Brasil  já registra 201 mortes em decorrência do vírus que chegou com força e ainda estamos no outono.
Terça – feira, 31 de março de 2020
20h03min
Temperatura 29º graus
Umidade relativa do ar 70%
E eu estou ouvindo música celta para relaxar  e esquecer a monotonia deste dia.

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