O crisântemo chegou ao Japão
provavelmente no século V e rapidamente
ganhou a simpatia dos nipônicos e é
considerada flor símbolo do patriotismo
e obediência à Família Imperial. Até o
poeta japonês de expressão máxima na técnica
de haikai, Bashô (1644 - 1694) dedicou-lhes
belíssimos versos:
“
Em profundo silêncio
o
menino, a cotovia
o
branco crisântemo.”
O crisântemo ganhou o mundo com a sua sinfonia de cores vibrantes, perfumes e energia vital. Várias cidades dedicam –lhe festivais, normalmente no outono,
quando encantam as paisagens e são atrações turísticas. A charmosa cidade
- Lahr - na Alemanha, encanta a
todos os visitantes com um espetáculo
floral impossível de esquecer e que confirma o ditado popular chinês: “Se queres
ser feliz por toda a vida cultive crisântemos”. A graciosidade desta flor sensibilizou
até o coração de uma das primeiras feministas portuguesa, a poetisa Florbela Espanca (1894-1930) cuja poesia é
permeada com um forte apelo emocional na qual desilusão, solidão e sofrimento estão
alinhados com um profundo desejo de ser
feliz para sempre. Se ela cultivou crisântemos,
não há como saber, mas é possível viajar
na beleza de seus versos.
CRISÂNTEMOS-
Florbela Espanca
Sombrios mensageiros das violetas,
De longas e revoltas cabeleiras;
Brancos, sois o casto olhar das virgens
Pálidas que ao luar, sonham nas eiras.
Vermelhos, gargalhadas triunfantes,
Lábios quentes de sonhos e desejos,
Carícias sensuais d´amor e gozo;
Crisântemos de sangue, vós sois beijos!
Os amarelos riem amarguras,
Os roxos dizem prantos e torturas,
Há-os também cor de fogo, sensuais...
Eu amo os crisântemos misteriosos
Por serem lindos, tristes e mimosos,
Por ser a flor de que tu gostas mais!
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