segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Tias em Feiras de Ciências



         O deslumbramento da infância e adolescência é impar! É a época das descobertas, do viver intensamente das pequenas às grandes coisas e o desejo de compartilhar o novo é uma das  características dessas fases. Em meio a tanto contentamento, sempre há alguém infeliz, e com certeza, não são os pais. Estes acompanham o desenvolvimento radiante, já que os rebentos estão aprendendo e ganhando independência, enfim, eles terão um pouco de descanso. A titia solteira, sem filhos, esta sim, sofre! E como sofre, pois tem no mínimo uns dez pimpolhos disputando a sua atenção e cobrando presença  nas suas apresentações escolares. Pobres titias!
         Até o terceiro sobrinho, ela o faz com prazer. É como reviver a sua infância, lamentar as  oportunidades que não teve, e perceber que  a educação mudou e para melhor. Suspirando pensa: “AH! Se eu tivesse tido todas  as informações que a garotada tem hoje, minha vida teria tido um percurso diferente. Faltou-me oportunidade!” O tempo vai passando, mais sobrinhos chegando e a alegria  das festas infantis se tornam o seu maior pesadelo. Fazer o que?

         Lá pelo décimo sobrinho, o comparecimento as apresentações dos pequenos são um verdadeiro martírio. É quando ela percebe que as mudanças no ensino são lentas, os trabalhos são os mesmo. Todo ano ela ouve explicações detalhadas das  atividades de um vulcão e, como já sabe de cor e salteado, fica observando a ornamentação da escola, os cartazes e vai percebendo, que o conhecimento da língua materna padrão vai diminuindo, na velocidade que as novas tecnologias vão surgindo. O internetês  predomina  na fala e na escrita.  Às vezes tem dificuldades de entender o que está escrito. Em uma única feira de ciências  percebeu mais de 20 erros simples só nos cartazes, dentre eles: Bem - vindos  sem hifem, apresentação, sem cedilha e o til, presença  com dois SS  e por aí afora. Preocupada  com o aprendizado dos pequenos pensa: Onde estavam  o corpo docente da escola, que não perceberam estes erros tão primários?

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