Cara colunista,
Escrevo
porque estou só, sem a possibilidade de sair para visitar um amigo, quando o
dinheiro acaba, os amigos desaparecem, o lazer fica comprometido, e em tempos
de pandemia, até a igreja, que desde
sua fundação, sempre esteve aberta aos fiéis, agora está proibida de acolher os
fiéis e necessitados. Tudo porque o um vírus estrangeiro aqui aportou, e ao que
tudo indica, não tem intenção de levantar âncoras e singrar os mares rumo ao
seu destino de origem. O que restou a nós
pobres viventes, dependentes do auxílio emergencial? Conseguir uma senha de wi fi dos vizinho, ler a sua coluna e beber em sua sabedoria,
simples e direta, chegando às vezes, até
a ser grosseira e recorremos a sua ilustre pessoa para aliviar as mazelas do nosso coração
porque nem o CVV, quem saber de pessoas
como eu, lá, eles dão apoio moral àquelas pessoas que desejam terminar com
a própria vida, o que não é o meu caso. Eu
quero trabalho, saúde e dignidade. Diante das dificuldades inerentes à
pandemia, o desprezo da pessoa amada torna-se tão pequeno. As dores do coração
são bem menores que a do estômago, quando a fome chega e não há nada para matá-la, é desesperador e fica a
pergunta: é melhor de fome ou de Covid-19?
Estou profundamente triste! Hoje pela manhã, faleceu o pai de uma colega de escola muito querida. Ele se foi vítima de um AVC, com apenas 84 anos de idade. Sempre que um pai se vai sofro muito. Pai é o porto seguro. A certeza de se ter para onde voltar! Por eu ter sido uma criança protegida e bem cuidada, pelo meu papai amado, eu tenho certeza que posso voltar e isto é muito bom, dá segurança! E se algum dia ele precisar, largarei tudo e cuidarei dele com o mesmo amor, carinho e paciência, como um dia ele cuidou de mim. Sou-lhe muito grata pela vida e cuidado. Estou buscando qualquer trabalho, desde que eu receba e tenha condições de botar comida na mesa para a minha família. Li com atenção a sua resposta a uma leitora e arrisco a pedir-lhe uma orientação.
Talvez pelo acúmulo de tristeza r a fome crônica, eu não tenha compreendido bem suas orientações. Sei que é um especialista nas coisas do coração, mas como és uma estudiosa voraz de vários assuntos, arrisco pedir esclarecimentos jurídicos.
a- Em se tratados de trabalhadores domésticos, especificamente cuidador de idosos, com a morte dele, pensei que o funcionário recebesse apenas o fundo de garantia, isto de ter direito a herança do falecido é novidade para mim, está nas leis trabalhistas ou é uma generosidade de alguns. Sempre pensei que direito a herança era somente de familiares de sangue.
b- Outra questão. Sempre ouvir dizer que casamento de pessoas mais novas com idosos é com separação total de bens e que inclusive os herdeiros necessários podem interditar idosos, quando ele desfaz de maneira insensata do patrimônio dos herdeiros.
C- Não estou tendo dar o golpe em ninguém, é que eu pretendo encontrar trabalho, recomeçar a minha vida e recuperar o meu patrimônio que foi dilapidado pela pandemia.
Hoje, na sala de espera do Posto de Saúde, conheci uma mulher que parece ter saído direto das páginas dos romances de Jorge Amado, ela se sentia a própria coronel do Cacau. Totalmente sem noção, deslocada no tempo e no espaço e demonstrou interesse na minha pessoa. Tendo detectado esse pequeno distúrbio temporal na distinta devo dar lhe uma chance?
Cara colunista, em um passado não muito distante, quando eu ainda era um empresário bem sucedido, comprei de presente para minha namorada na época, o melhor perfume já fabricado no país e a convidei para uma viagem de quinze dias até a Patagônia , em um luxuoso transatlântico, viajando sob a bandeira italiana, em águas internacionais. Com três mil passageiros a bordo, com 24 horas de festas, restaurantes finos, boites, piscinas e muito mais. Ela recusou e em minha ausência, ela gastou praticamente todo o frasco do perfume, usando-o com vários homens, sem distinção de classe social, do caixa do supermercado ao industrial mais rico da cidade. Como pode observar, a fome crônica corrói o meu estomago e as lembranças a minha alma
Leitor sofredor
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